Gol no seu coração (2son fanfic)

Capítulo 43

Son não esperava Lee Jong-su aparecer em sua casa no meio da semana. O homem alguns anos mais velho, barba bem aparada e cabelo rente bebia o café que lhe foi servido sem esconder sua inquietação. Jong-su trabalha com Son desde que ele entrou para o Tottenham, o homem era responsável por todos os seus contratos com marcas e aparições em eventos. Tudo precisava passar por ele antes, revisado e aprovado. Mostrou-se um homem decente e responsável ao longo dos anos, além de levar as vontades de Son como primordiais na maioria das vezes.

- Você não estava no Canadá?

- Eu estava. Mas eu precisei vir te ver pessoalmente. - A voz de Jong-su sempre deletava o quanto o homem fumava. - Eu recebi isso.

Deixando sobre a mesa um envelope, guarda as mãos como se o papel queimasse os seus dedos. Son encara-o atento às nuances do rosto dele antes de verificar o envelope. A presença de Jong-su, por si só, já carregava ares de que algo não estava nos conformes. Tentando não se deixar intimidar pela expressão ansiosa de Jong-su, abre o envelope bem lacrado.

O coração de Son baqueou quando o seu cérebro levou a devida informação. Em sua mão havia diversas fotos que continham ele e Richarlison em diferentes momentos. Sem externalizar o afligimento interno, olha para Jong-su.

- Estão me chantageando? - Não dando espaço para que seja respondido, continua. - Pague o quanto for.

- Heung-min. - Son não apreciou aquele tom de voz. Parecia que ele estava prestes a dizer algo que sairia do controle do jogador.

Jong-su expira, pondo ambas as mãos em cima da mesa, unindo-as em um evidente pesar. A forma como o mais velho lhe olhou enfraqueceu as suas pernas, forçando-o a se sentar.

- Foi ele? Ele te mandou aqui para isso? - Embora forjasse um sorriso em seu rosto, sentia-se desesperado por dentro.

- Eu sinto muito. - Son sabia que sentia, mas não mais que ele próprio.

Son reúne aquele sentimento que crescia a cada segundo, tentando segurá-lo o melhor que podia. Olhava ao redor sem focar em nada, tentando racionalizar os seus próximos passos.

- Pode ir. Eu me viro. - Diz, lutando contra o nascente ardor que invadia os seus pensamentos. Ao ver que Jong-su iria tentar falar algo, provavelmente, acalmá-lo e dizer tudo o que ele já sabia, corta-o decisivamente. - Vai embora. Eu ainda sou seu chefe. Volte para o Canadá, termine o que está fazendo. Se eu precisar de você, eu ligo.

Son não estava pedindo um favor e Jong-su acena, entendendo.

- Semana que vou te enviar algumas novas propostas. Veja a minha mensagem. - Foi tudo o que Lee Jong-su disse antes de deixá-lo sozinho.

Analisando as fotos, Son cobre a sua boca, com medo de vomitar a qualquer segundo. Os registros ali captados eram os momentos que Son guardou consigo na memória que agora estavam bem ali em sua mão, físicos, pesando de uma forma inimaginável. A materialização do que era especial para ele e que não deveria ser visto por mais ninguém machucava-o de uma maneira intolerável. Ali estava, eles no clube de esportes, sentados lado a lado olhando um para o outro, sua mão sob a de Richarlison repousando sobre a coxa do rapaz; o beijo no estacionamento; Richarlison segurando o pulso de Son a caminho do prédio de leilão; os dois caminhando na praia de mãos dadas; o beijo que pareceu tão íntimo diante do mar.

Son não reparou quando a sua visão começou a ficar turva. Sua percepção reduziu drasticamente conforme a sua mente despejava os cenários daquela situação sem nenhuma saída. Engolindo em seco, Son foca na raiva. Ela era mais fácil de administrar. Preso em sua aflição pessoal que corria não somente por dentro, mas como parecia retorcer a sua pele como picadas de abelhas, pega o seu celular, procurando pelo contato que ele mal ligava e não prezava estar contatando agora.