Capítulo 59

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- Se eu tivesse lá, teríamos ganhado. - Richarlison diz, ainda indignado pela perda do Brasil no amistoso.

- Claro que teriam. - Son balbucia provavelmente entediado após escutá-lo falar a mesma frase a cada minuto da última hora.

Os dois estavam na varanda de Sonny, que fez um piquenique para eles. Havia alguns pratos coreanos e Son tentou ensiná-lo, de novo, a usar o Jeotgarak, ou, como mais conhecido, Hashi. Son explicou-lhe que na Coreia não chamavam por este e sim por aquele termo. Richarlison não se importava, mas achou mais fácil em japonês. Contudo, Son parecia irresoluto sobre o nome do objeto, que era difícil de pronunciar para o brasileiro, de tal forma que o rapaz optou por chamar o item de "pauzinhos" - em inglês. Seu dito não só arrancou uma risada de Son, como finalizou com a contestação.

Richarlison estava melhorando nos últimos dias e, de acordo com o médico, dentro de algumas semanas, poderia jogar novamente. Ele ficou extremamente chateado com a sua situação, parecia que estava em um eterno déjà vu tão sinistro quanto sufocante.  A lesão recente o levou diretamente para a sua última que, consequentemente, relembrou-o da anterior. Todas interligadas como uma teia de aranha. Mas, acima disso tudo, ele tinha Sonny. O mais velho, a cada dia, dava-lhe apoio. A intensidade e o formato desse suporte mudavam. Às vezes, ele era mais carinhoso, com beijos suaves e toques singelos na nuca, nos braços e nas mãos. Por outras, chamava Richarlison de "preguiçoso", seguido de algo como "você não pode ter sorte no amor e no jogo, supere." Sendo assim, houve dias em que o brasileiro queria fodê-lo, não do jeito bom, e outros em que queria tacar uma bola na cara do mais velho. E não a bola figurativa.

Hoje, pelo jeito, ele estava no modo gentil. 

O céu ostentava as nuvens da tarde com o clima estrangeiro usual, o som ligado na playlist de Richarlison, que se recusou a botar a de Son, repercutia os pagodes na língua portuguesa. O jogo do Brasil foi a dois dias atrás e, infelizmente, não pode pode assisti-lo com Sonny conforme haviam planejado, pois Richarlison recebeu alguns amigos em sua casa e, como estavam em uma relação escondida, não pode convidá-lo. Até porque seria estranho tê-lo lá, o único que não falaria português.

Era incômodo pensar nisso, então Richarlison preferia declinar tal ideia. Por isso, gostou quando Son o chamou para comerem juntos. Faz dois dias que não se viam e, não poderia mentir, sentiu falta do coreano. Aquele dia iria ser bom, pois poderiam passar o dia todo juntos, quem sabe, se Son estivesse afim, mais tarde poderiam relembrar como era tocar com mais intimidade um ao outro. Fala sério! Richarlison queria transar com Son. Mas como o mais velho não demonstrava a mesma necessidade, guardou para si. Não queria parecer desesperado.

- Emerson fez nem diferença. - Volta a murmurar antes de enfiar um pedaço de guimbap na boca.

- Charli, supera esse jogo. - Son olha-o intencionalmente. - Por favor.

Antes que Richarlison pudesse responder, o telefone de Son toca, irrompendo sobre o barulho da caixa de som portátil. Quando ele começa a falar em coreano, a mente do rapaz desliga-se imediatamente para seja o que for que Son estivesse expressando. Sempre era interessante escutá-lo falar na língua materna, parecia outro mundo de dificuldade.  Richarlison sentiu seu cérebro ser exprimido quando Son tentou explicá-lo o hangul, o alfabeto coreano.

- Vou lá fora atender Hayun. - Richarlison mal havia reparado que ele havia desligado o celular.

- Hayun?  - A decepção na voz de Richarlison não passou despercebido por Son.

- Eu sei! - Suspira. - Ela apenas aparece. Não posso deixá-la lá fora.

- Ok. - Richarlison levanta os ombros, claramente chateado, mas não podia impedir de Hayun entrar. Embora se Son quisesse ele sim poderia despistá-la. 

Gol no seu coração (2son fanfic)Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ