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Mason's poov

Estavamos na sala de espera da reitoria a quase uma hora, Choi foi levado a enfermaria mas os pais dele já estavam lá, senti o olhar de escárnio da mãe dele em minha direção, eu já conhecia muitas senhoras como ela: Uma bolsa de grife pendurada no pulso como um troféu, as roupas milimetricamente bem passadas, os sapatos eram pretos mas brilhavam, a maquiagem no rosto bem discreta fora propositalmente feita para parecer algo natural. Ela respirava fundo impaciente e quando seus olhos passaram de mim para a porta de entrada no mesmo momento em que a minha mãe a cruzou, pude vê-los ficarem vermelho sangue. O marido, no entanto, parecia alheio, como se não estivesse de fato ali.

- Adeul! bulssanghan nae ai, museun il-iya?! - (trad: Filho! Minha pobre criança, o que aconteceu?!)

- Gwaenchanh-ayo eomma, gwaenchanh-ayo. Amugeosdo anieoss-eo, oji mal-ass-eoya haess-eo, naega gamdanghal su iss-eo. - (Está tudo bem, mãe, eu estou bem. Você não deveria ter vindo, eu consigo resolver.) Respondi resignado sem conseguir olha-la nos olhos.

- Eolmana eoliseog-eunga! Naega.. ne eommaya, al-assji? - (trad: Criança tola! Eu... sou sua mãe, entendeu?) ela me repreendeu baixinho. De repente notou Anne e Marcus ao meu lado. Meu amigo sorriu para ela, mas Anne estava encolhida em sua cadeira enquanto encarava o chão. Minha mãe estendeu a mão e alcançou a dela com carinho, quando o olhar delas se encontraram notei que Anne engoliu em seco e capturou com força o lábio inferior que ameaçou tremular. Ela estava destruída e mesmo assim tentava segurar as emoções. - Meu Deus, o que aconteceu com você minha querida, por que está tão abatida? Onde está sua mãe?

Os olhos de Anne passaram de mim para Marcus suplicando por ajuda, minha mãe voltou a me encarar e eu a alertei com um aceno de cabeça sobre a questão materna dela, nós tínhamos cumplicidade para isso. Ela me conhecia bem, era a minha mãe bem ali, fazendo o que sempre fez, mesmo sabendo que eu já era grande o suficiente para me virar sozinho, mesmo que eu tenha a afastando para sempre de seu grande amor.

Sua atenção se voltou para Anne, ela a abraçou e afagou suas costas assim como fazia com Laura e eu, vi que a garota parecia confusa no início, um gesto de afeto tão de supetão assim realmente assustaria alguém tão cascuda como ela, mas logo se rendeu ao colo cedido sem ressalvas mesmo que ainda segurando o choro.

Quando o reitor nos convidou para preencher sua sala intimidadora os pais de Choi fizeram questão de passar em nossa frente, eles se sentaram nas cadeiras dispostas em frente a mesa do reitor, todos nós ficamos de pé atrás deles, era ridículo visualizar a cena. Quem eram aqueles abutres, donos da porra da Samsung por acaso?

O pai de Marcus apareceu às pressas e me deu um aperto de mão despreocupado, Anne continuava encolhida na outra extremidade da sala, não havia dito uma palavra sequer desde que fomos escoltados para fora do nosso prédio. Isso e o fato de Louis não estar ali era perturbador.

- Bom, estou ciente do acontecido no prédio de Literatura no final da manhã de hoje e agradeço pela presença dos senhores responsáveis. - Iniciou o reitor. Ele não parecia se dirigir a mais ninguém além do pai de Marcus, o que eu estranharia antes se já não tivesse vivenciado o bastante para saber o por quê. - Não admitimos violência nesta universidade. Espero que os senhores, e agora me refiro aos estudantes envolvidos aqui presentes, tenham ciência de que medidas serão tomadas quanto a isso. Mas preciso saber da motivação. Por que quatro estudantes brilhantes como vocês estavam se atracando em uma sala de aula?

P.S. I Need YouWhere stories live. Discover now