Vinte - Luna

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Finalmente em casa. Penso, me jogando em cima da cama e afundando na coberta macia. Eu sei, essa não é de fato a minha casa, a minha incendiou porque Dylan quebrou a cara do Big Time Jack, provocando ainda mais o homem que só estava querendo mesmo um pretexto pra infernizar minha vida.

Mas a casa dos meus avós é um pouco minha também, não é?

De qualquer forma, depois de casa esse é o único outro lugar onde me sinto à vontade. Mesmo com Dylan estacionado no quarto ao lado, vigiando meus movimentos como se eu fosse uma prisioneira.

Às vezes sinto como se fosse.

Pior não é saber que ele está em algum lugar da casa, comandando seu pequeno exército de mafiosos, mas o fato de estar consciente ao corpo dele, como se sentisse quando está perto, me observando, provocando minha pele. Pior, também, é querer sentir a força do seu toque e que ele esteja dentro de mim.

Eu sei, perdi o juízo.

Pra alguém com zero experiência em romances e quase zero em sexo, eu estou me causando muitos problemas. Causando problemas que nem sei como resolver.

Ligo o laptop novo e começo a pesquisar as faculdades em Nova York. O nonno prometeu pagar meus estudos se eu desse uma chance ao Dylan, eu dei e ele me rejeitou, então... Além do mais, tem o tal irmão Bianchi.

Já que tenho que me comprometer a um casamento mafioso, nada melhor do que conhecer as opções. Pelo que andei conversando com Giullia, Oliver Bianchi é um homem lindo e bem humorado, parecido com Jason, que é, ao meu ver, um dos homens mais lindos e cretinos que já conheci.

Não esqueci da oferta dele, idiota, pensou que ao falar em italiano eu não iria compreender, mal sabia que minha mãe falava em italiano comigo desde menina.

Depois de passar um pente fino na internet, decido deixar pra lá o assunto por enquanto. Essa história de casamento é só um dos vários desafios que vou precisar vencer com meu avô. Acho que posso adiar por mais alguns dias essa batalha.

Por quase três dias evito Dylan. Ele não parece se importar, passa mais tempo trabalhando no escritório do meu avô e quando precisa sair, deixa Ryan de babá. Não que eu não goste dele, Ryan é do tipo caladão, mas sempre em alerta.

Sem contar que é outro mafioso lindo pra caramba e que me trata com cortesia e gentileza, quase como se eu pudesse quebrar só por ele alterar o tom de voz.

Não sei o que há, sempre achei que mafiosos fossem feios, gordinhos, narigudos e barulhentos.

Se bem que, quando estão com meu avô, as vezes podem ser bem barulhentos mesmo. Principalmente quando algum deles diz alguma coisa que ele não gosta e ele explode. O nonno é, de longe, o mais barulhento de todos.

Três dias praticamente enfurnada no quarto pra não esbarrar em Dylan, não tô podendo lidar com suas rejeições costumeiras.

Assim que meus avós passam pela porta é como se a casa toda ganhasse vida, e eu fico realmente feliz de vê-los.

Não leva nem uma hora para tudo estar nos eixos, meu avô reclamando de alguma coisa, minha avó administrando as empregadas e o entra e sai da casa.

— Aonde vai, querida? — minha avó pergunta, ao me ver descendo as escadas.

— Preciso falar com o nonno.

— Ele está no escritório com Dylan.

— Ótimo — digo e rumo direto pra lá.

Bato na porta e entro, sem esperar que meu avô diga que posso entrar.

— Posso falar com o senhor, nonno? É rapidinho.

HERDEIRA DA MÁFIA - MaratonaWhere stories live. Discover now