Vinte e dois - Luna

11 2 0
                                    


Oliver Bianchi tem a maior cara de safado. Não vou ser hipócrita e acreditar que me casar com esse homem gostoso vai ser um sonho de princesa. Casamentos arranjados têm a tendência de serem bons apenas para os homens.

Mas também não vou negar que posso imaginá-lo fazendo uma garota subir pelas paredes de prazer.

Até o jeito que ele olha é sexy. É como se transpirasse a frase: Sexo molhado e safado.

E é inteligente, não daquele jeito irritante e soberbo de alguns homens que conheci, mas daquele jeito que consegue falar sobre tudo e que escuta o que digo e, ou concorda ou discorda, argumentando em seguida. Isso é legal.

Não duvido que ele seja o tipo mafioso machista, todos que conheci até agora são, mas não fica claro, se ele é, está escondendo muito bem.

Durante a noite falamos sobre várias coisas, sobre minha mãe, meu pai, minha vinda para a família. Tento ser reservada, mas ele é agradável e a conversa flui com naturalidade.

Isso até que meus olhos escapam para uma mesa perto da nossa e pego os olhos dele cravados em nossa mesa.

Dylan é a porcaria de uma incógnita. Numa hora ele me pega daquele jeito que me faz derreter feito geleia, mostrando que o poder dele não se estende só pra máfia, mas também para sua cama. Depois ele se fecha em copas e agora tem essa versão gelada que mal me olha.

Claro, até ele notar que Oliver Bianchi é um conquistador barato que está louco pra colocar suas mãos em mim.

Decido testar a paciência do meu guardião e toco o braço e a mão de Oliver, sorrindo sem um motivo muito convincente.

Dylan não se mexe, mas consigo ver pela minha visão periférica que ele está me encarando como um animal furioso. Ele é irritante.

Se não me quer, por que me faz sentir que sim? Por que me olha como se eu roubasse o ar que respira? Isso é enlouquecedor.

— Quer dizer que você está procurando uma noiva? — pergunto depois que a sobremesa é servida.

Oliver me encara e é a primeira vez que o vejo sério.

— Honestamente?

— Com certeza.

— Não estou procurando um relacionamento, minha vida é complicada.

— Nem me fale em complicação. Há algumas semanas eu era apenas a dona de um bar tentando pagar as contas, agora sou a neta do homem mais poderoso de Nova York.

— Alguns pensariam que você tirou a sorte grande, como se ganhasse na loteria.

— Não posso negar, é bom não ter que me preocupar com dinheiro, meu avô é um homem muito generoso, mas essa coisa de me casar pra me proteger é meio irritante.

Oliver dá uma risada rouca que enche o espaço todo. É, não dá pra negar que ele é delicioso, lindo e espontâneo.

— Então, você é sempre assim ou só está fingindo pra me levar pra sua cama? — Decido ousar e os olhos dele se inflamam, um sorriso sexy brota nos lábios bonitos e sei que ele vai cair matando.

— Eu sou sempre assim, na cama não sou tão cuidadoso.

Sinto minhas bochechas ruborizarem e Oliver toca meu queixo, me fazendo olhá-lo de um jeito que posso apostar que está irritando muito o Dylan. Quando é que ele vai admitir que me quer tanto quanto eu o quero?

— Você prefere os bonzinhos, Luna?

— Talvez um dia eu te conte o que prefiro — digo, voltando para a minha sobremesa.

HERDEIRA DA MÁFIA - MaratonaWhere stories live. Discover now