Hard To Love - Chaesoo I Jenlisa

8

Ela tinha gosto de whisky e de Rosé. Eu sempre imaginava como seria beijar ela, imaginava algo sutil, mas ela se fez presente me dando um beijo encaixado e forte, pedindo passagem com a língua. Abri mais a boca, concedendo. Minha mão enroscou em seus cabelos, puxando de leve. Ela gemeu e aprofundou mais o beijo. Eu não tinha mais forças para ficar em pé, Rosie me mantinha apertando a cintura contra a minha na parede.
Quando precisei de ar ela soltou o beijo e fez um trajeto pelo meu pescoço. Eu estava pronta, completamente entregue a ela, minha perna tremia enquanto ela apertava minha bunda e seguia com os beijos e lambidas pelo pescoço até chegar no lóbulo da orelha e dar uma mordiscada. Gemi e ela colocou a mão na minha boca me olhando assustada. Ainda estávamos grudadas na parede quando ouvimos o elevador apitar e passos se aproximar. Droga. Ela me puxou pela mão e me enfiou dentro do quarto dela. O tempo de reação dela foi muito mais rápido que o meu. Entrei no quarto e ela fechou a porta. Olhei para as costas dela enquanto ela ficava de frente para a porta, encostando a testa na madeira.
Me aproximei encostando a mão no ombro dela que retesou no mesmo instante.

-Ta...tá tudo bem Chaeyoung?

Falei meio rouca e sem forças. Ela assentiu e me olhou.

-Nao devíamos ter feito isso.

Isso me atingiu igual uma bigorna na cabeça. Ela não queria nada comigo. O arrependimento e humilhação bateu com tudo e arrumei a postura. Assenti e pedi licença para passar pela porta.
Ela agarrou meu braço e me olhou.

-Voce não entendeu. - Esperei ela continuar- Nao devíamos ter feito isso porque agora eu não sei como voltar a ser só sua amiga. - Ela passou os nós dos dedos na minha bochecha de leve.

Sei que isso deveria ser uma promessa e um elogio, mas o que ela me disse fez com que a realidade batesse. A gente não podia ficar juntas. A coreia é muito conservadora, meus pais iriam me matar. Eu nem sou lésbica, por Deus. Eles iriam me fazer namorar um cara de fachada, talvez até me forçassem a casar e ter filhos em nome de uma mentira para encobrir o escândalo. Um casal no grupo tudo bem, agora dois? Não não não, isso era demais nunca iriam aprovar isso.
Comecei a andar de um lado para o outro no quarto hiperventilando. Rosé me olhava com curiosidade e preocupação, como se pudesse ler meus pensamentos. Olhei para ela, quando ela se aproximou passei do lado e sai pela porta sem olhar para trás. Ela não me seguiu.

Eu não sabia para onde ir, já que meu quarto estava ocupado pelo casal e não tinha chave de nenhum outro. Entrei no elevador sem saber exatamente onde iria. Não tinha ninguém que eu pudesse contar isso, teria que lidar com isso sozinha, como sempre. Eu estava surtando, tinha que respirar. O elevador parou finalmente abrindo as portas na cobertura bonita.
Algumas pessoas me olharam e até me reconheceram, mas não vieram conversar, o que foi ótimo. Sai do hall e fui para fora, saindo das portas de vidro. O frio me acertou com tudo e eu respirei fundo sentindo o cheiro de Paris. Não que fosse muito reconfortante o cheiro de poluição, mas era algo. Comecei a andar pra lá e pra cá tentando esquentar o corpo enquanto pensava.
O que eu vou fazer? O que eu vou fazer?

A verdade é que eu já gostava de Rosé fazia muito tempo, desde que vi ela entrar com um violão nas costas na época de treinee. Ela disse uma vez que teve um crush em mim naquela época e eu fiquei quieta. Não podia dizer que eu era apaixonada nela desde aqueles dias.
Eu até fiquei com outros caras e cheguei a namorar escondido com um deles, mas nada exposto. Ninguém sabia e ninguém estragava. Quando rose começou a namorar a Suzy eu quis morrer. Desisti dela e quando elas terminaram eu nem consegui comemorar, pois sabia que nunca iria ter coragem de assumir que gostava dela.
Fiquei nesse vai e vem martelando as coisas na cabeça até que ouvi o som de passos se aproximando de mim.

-Oi, tá precisando de ajuda?
Um rapaz alto perguntou. Olhei ele de cima abaixo me perguntando de onde o conhecia.

-Oi, hmmm não, obrigada.

-Você parece estar com frio, tó, pega o meu casaco.

Tirou e colocou nos meus ombros.
Olhei desconfiada e agradeci, esquecendo meus problemas por um minutos. Respirei, deixando fumaça sair da minha boca por conta do frio.

-Eu sou Dominic.

Me estendeu a mão e eu peguei incerta.

-Ah, desculpa, esqueci que na Coreia vocês se curvam né, perdão.
Dito isso se curvou e eu me curvei de volta.
-Jisoo.

-Eu sei- e sorriu. Ele tinha um sorriso fácil.- Voce fala bem inglês, tem sotaque, mas dá pra te entender bem.

-Me falta confiança, acredito. Entendo o que falam, mas acho difícil montar frases. - Disse com dificuldade.

Ele assentiu, sorrindo novamente.

-De onde me conhece?

-Ora, quem não te conhece? Jisoo, do Blackpink, o visual do grupo. O título te convém, já que pessoalmente é ainda mais bonita.

Sorri sem graça e assenti.

-Quer me contar o que tá fazendo no frio?

-Na verdade não. Acho que só precisava espairecer mesmo.

Não me abria nem para minhas amigas, quem dirá para um estranho.

-Nao está me reconhecendo não é? - quando fiz que não ele continuou - sou o namorado de Lisa.

Agora tudo fez sentido. Ele parecia diferente nas fotos borradas tiradas de longe pelos paparazzis.

-Oh, prazer. Não te reconheci.

-Tudo bem. Vamos entrar, está frio aqui fora.

Me deu o braço e entramos. Ficamos conversando por mais um tempo, ele era bem legal e quase senti pena por ele ter se enfiado nessa bagunça até que senti meu celular vibrar.
Era Lisa dizendo que já tinham liberado meu quarto. Respondi com cautela.

-Posso usar minha cama sem medo ne? Não fizeram nada nela, certo?

Fiz uma cara de nojo imaginando a cena na minha cama preciosa.

-Kkkkkkkk não, idiota. Não aconteceu nada. Amanhã te conto. Bj obrigada soo.

-Preciso ir pro meu quarto. - Disse guardando o celular, tirando o casaco e entregando para ele.
Ele só assentiu e me disse tchau dando uma reverência. Retribui e voltei para meu quarto. Tomei banho e deitei na cama quentinha, tentando ignorar o que Lisa e Jennie poderiam ter feito aqui. Amanhã tínhamos que ir para o Japão fazer um show então teríamos que acordar cedo para viajar. Deitei e esperei o sono vir, lembrando de hoje mais cedo no corredor. Arrepiei com a memória e demorei pra pegar no sono.