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Jisoo me ajudou a terminar o jantar, comemos, tomamos vinho, falamos de coisas sérias e bobeiras. Estávamos sentadas no chão da sala e em certo momento criei coragem, coloquei o cabelo dela pra trás da orelha e lhe disse:

-Eu tenho um presente pra você.

Ela sorriu. Pronto, eu já tinha meu presente, aquele sorriso era tudo pra mim, ver ela feliz era o que eu mais queria. Depois de tanto sufoco que passamos finalmente estávamos em paz.

-O que é?-Ela disse.

Levantei puxando ela comigo, indo em direção ao piano que tinha num canto da casa. Sentei no banquinho e ela ficou em pé, me observando. Ela tinha um sorrisinho bobo no rosto e eu tremia.
Mostrei a mão trêmula e ela riu, pegando-as e dando um beijo em cada ossinho.

-Ok, vamos lá. Lembra quando eu te disse que tinha escrito várias músicas para nós? -Ela assentiu com os olhos marejados- Pois então, essa é a que eu mais gosto e achei que seria legal te mostrar no nosso aniversário. Mas tem um porém -Disse olhando para ela que me lançou um olhar de dúvida- ela não tá terminada, e acho que como é uma música nossa não tinha pessoa melhor para me ajudar. Então preciso da sua ajuda para terminá-la.

Ela assentiu, sorrindo. Coloquei os dedos e os pés na posição, ajeitando a postura. Respirei fundo algumas vezes e toquei as primeiras notas da música que tinha escrito para nós.
Esqueci que estava com medo e levemente envergonhada e fechei os olhos, cantando o que tinha escrito. Os dedos já tinham decorado o caminho, já que tinha treinado 300 vezes pra conseguir criar coragem para tocar para ela. Quando terminei, suspirei e olhei para as teclas, dei um sorrisinho para mim mesma e olhei para Jisoo, que estava muito quieta. Vi que ela tentava se recompor, limpando as lágrimas que insistiam em cair. Ela riu quando me olhou e eu levantei para me aproximar dela.

-Ai meu Deus, isso foi muito lindo. Meu presente não vai ter nem mais graça depois disso-Eu ri e a abracei-obrigada meu amor, foi lindo. Sabe que eu amo sua voz e amo te ver tocar, esse pra mim foi o melhor presente que poderia receber.

-Você ainda precisa me ajudar a terminar.

-Claro, claro, eu ajudo, deixa eu só conseguir parar de chorar. -Disse rindo me fazendo rir também.

Depois de um tempo ela conseguiu sentar ao meu lado no banco e me ajudou a terminar de escrever a música. A nossa música. Toquei para ela para ver como tinha ficado e ela ficou toda animada com o resultado, sorrindo igual a uma criança quando ganha presente. A música tinha ficado perfeita, era nossa cara, nosso jeitinho, nosso amor em forma de letra e acordes. Estava orgulhosa. Voltamos a sentar na sala, ela atrás de mim, e eu no meio de suas pernas abertas, com as costas coladas em seu peito.

-Ah, lembrei de uma coisa, seu presente! Sai de cima, deixa eu ir pegar no quarto.

Resmunguei, mas deixei ela ir, subindo correndo as escadas com os cabelos negros balançando suavemente. Eu nem acredito que essa mulher é a minha mulher, algo de certo eu devo ter feito na minha vida passada, só isso explica essa sorte toda. Ela voltou, com uma caixinha na mão e sorrindo.

-Meu presente se divide em dois. Esse é o primeiro -Me disse entregando a caixinha de veludo, mas com a mão em cima, me impedindo de abrir- Sei que estamos namorando a um tempo, mas nunca tivemos um pedido oficial, então -Ela se ajoelhou na minha frente e disse- Roseanne Park, minha Chaeyoung, namora comigo?

Eu sorri largamente para ela. Tinha como falar que não? Existia "não" em meu vocabulário pra ela?

-Claro que sim, meu amor.

A puxei pelo pescoço e dei um beijo bem dado em sua boca que tinha gosto de vinho. Quando nos separamos ela disse:

-Sei que não gosta de anel, e daria muito na cara se usássemos aliança, então comprei isso no lugar.

Hard To Love - Chaesoo I JenlisaWhere stories live. Discover now