O RECOMEÇO

ONZE

Lore

— Mamãe, por que o nariz do amigo do papai está sangrando? — Liz perguntou, com sua voz fofa e fina.

Mas que droga...

Franzi a testa enquanto passava pelo portão da casa do Vincent ao lado da Anne e das garotas. Shawn tinha seu corpo alto e ereto na frente do Ruel, que tinha seu nariz sangrando. O loiro tinha um sorriso nos lábios, assim como o seu amigo. A expressão dos dois estavam cabisbaixas, revelando que os dois estavam com o cu cheio de maconha. Deixei um suspiro sair dos meus lábios enquanto encarava o Evans com um semblante incrédulo.

— Liz, querida, homens são estranhos... — Anne respondeu. — E o seu pai é totalmente estranho quando está com os amigos dele.

— Sério? — questionei.

— Ele precisava, linda. — Ruel passou a mão e limpou o sangue.

Shawn tinha sangue nos lábios.

Ri fraco e neguei.

— Na frente das crianças? — perguntei. — Sério isso?

Eu estava irritada com eles.

Sei que ambos estão se resolvendo como bem entendem e preferem. Mas os dois sabiam que iríamos vir a qualquer momento, mas ainda assim, ficam chapados na frente das garotas?

Mordi a língua quando um xingamento escorreu na ponta dela, e suspirei porque, pelo menos eu e Anne aqui, estamos cientes do fato de termos crianças ao nosso lado.

Eu desliguei o alarme de segurança para que o Shawn fizesse uma surpresa para Ruel, e também inventei uma desculpa idiota que o loiro viesse ver como a casa estaria.

Posso estar sendo exagerada pra caralho, pois a mãe apenas relevou e deixou para lá, mas eu odiei.

— Lore, tudo bem... — Anne murmurou. — Eles não sem veem em tanto tempo e merecem um tempo para aproveitar.

Mordi o canto interno da minha boca, ignorando que talvez eu estivesse sendo uma insuportável e estraga prazeres, e olhei para o Vincent. Ele tinha o olhar no homem em sua frente e também um sorriso alegre no rosto. Um sorriso que eu não via há muito tempo.

E agora eu me senti uma filha da puta egoísta.

Ruel sempre fez de tudo por mim. Sempre esteve ao meu lado e me ajudou em todos os momentos. O único que me entende. Ele era a minha alma gêmea. O amor da minha vida.

Agindo desse jeito, eu não estou retribuindo o que ele fez por mim, e sim, privando e sufocando o homem que eu mais amava.

Eu era a porra de um lixo.

— Por que você está triste? — Sofi perguntou.

Desviei meus olhos para ela. A garotinha tinha bochechas avermelhadas e testa franzida. Ela era linda e tinha um misto da Anne e do Shawn.

Forcei um pequeno sorriso.

— Estou apenas sendo uma pessoa muito chata. — alisei sua bochecha.

Ela riu e assentiu. Liz agarrou a mão da irmã e correu para perto do pai. Shawn pegou as duas em cada braço e mostrou para o Ruel. O loiro sorriu impressionado com as pequenas, mas uma expressão dolorosa estava no seu rosto. Eu sabia o que era.

Ele se sentia culpado. Vincent queria estar presente no nascimento das filhas do seu melhor amigo. Queria acompanhar tudo, mas como fomos embora, perdemos tanta coisa. E talvez esse seja o motivo do loiro estar com o nariz sangrando devido ao soco que Shawn deu.