O RECOMEÇO

TRINTA E NOVE

Ruel

O barulho da música da boate batia no dispositivo, a música eletrônica e sexy tocava alta, fazendo-me ranger os dentes ao imaginar minha garota andar naquele lugar imundo. Lore estava disfarçada de uma das prostitutas do Miguel no clube dele. Vestindo um minúsculo short de couro, qual mal cobria suas partes. Um traje superior que era chamado de boddy, que era pequeno demais na parte que se ajustava no meio das suas pernas. Luvas que chegavam no meio dos braços, salto alto, e uma peruca vermelha e curta no cabelo.

Lore havia entrado no clube há meia hora, com ajuda da Scarlett. Minha garota agora flertava com os homens que consumiam aquela merda enquanto eu me disfarçava com os seguranças do Miguel.

O chapéu cobriu meu cabelo o suficiente para não me reconhecerem. A lente castanha dos meus olhos também ajudava no processo. Thomas e seu grupo estava ao redor do clube, disfarçados de clientes, é claro. Vinnie no carro com seu notebook, mantendo a vigilância nas câmeras e assegurando que meu camarada Ravi esteja com o rabinho entre as pernas.

"Lore, Miguel está indo em sua direção para cumprimentar um dos homens. Vire o rosto e finja que está beijando esse lixo que está perto de você."

Vinnie falou no dispositivo.

Cerrei os dentes, apertando com força até sentir minha mandíbula doer.

"Você é tão engraçado, sabia?"

Ouvi a voz manhosa da Lore enquanto ela flertava com o filho da puta que eu iria atrás mais tarde.

"Sou, é? O que acha de me dizer isso em um dos quartos?"

Ok. Agora ele vai morrer pra caralho.

"Apressadinho..."

Lore riu.

"Miguel contratou uma putinha nova e difícil foi?"

O homem rebateu, sua voz pingando ironia e arrogância.

"Ele sempre mantém as melhores no seu cofrinho de ouro."

Minha garota disse em um sussurro que imaginei seu rosto próximo a orelha dele, provavelmente fingindo um beijo para Miguel passar e não a reconhecer.

"Vou querer você hoje. Aberta e molhada. Talvez algumas algemas caso queira correr. Vou chamá-la de anjo porque você tem um rosto doce e inocente."

Vá se foder!

Fechei os olhos, minha raiva transbordando em minha pele.

"Pode ir na frente. Pegarei algumas bebidas para nossa noite."

Ela murmurou.

Não ouvi mais a resposta do idiotinha que será transformado em cadáver em breve. Molhei os lábios, ajeitando minha postura enquanto me escondia no grupo de seguranças que ficava no corredor dos quartos.

Após os malditos minutos se passarem, avistei um homem baixo e muito além da sua vida, caminhando em direção ao corredor iluminado pela luz vermelha. Ele tinha um sorriso largo no rosto, ansioso pra caralho por sua foda imaginária. Seu corpo gordo passou pelo meu, observei seu retrato pelo canto dos olhos, absorvendo os detalhes da sua pele que irei adorar cortar com a minha faca. Ele subiu o cinto da sua jeans, sua mão direita descendo pelo meio e apertando seu pau sujo e porco.

O homem abriu uma das portas do fundo e passou, entrando e ficando por lá.

— Você é nova? — a voz ao meu lado chamou minha atenção.