DEZESSETE

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Lore

Eu estava na sala que parecia ser um escritório do Miguel. As cores brilhosas eram algo que combinava com o seu estilo exagerado e horrível. Pelo menos, o Benjamin tinha bom gosto para decorar sua antiga mansão.

Rolei os olhos e me aproximei da mesa de madeira. Prendi o lábio inferior com os dentes quando avistei um lap top fechado na mesa, mas decidi ignorá-lo. Miguel não seria burro demais ao deixar algo que o incriminasse aqui sem proteção, até porque ele não cometeria o mesmo erro que o irmão.

Virei e observei mais. As paredes brilhosas eram interessantes. Não sei se ele realmente gostava de brilho, ou se escolheu essa monstruosidade para disfarçar alguma abertura nas paredes. Andei em direção e coloquei o ouvido, tentando ouvir algo, mas nada acontecia. Coloquei as mãos na cintura e voltei para o meu lugar. As estantes não pareciam esconder algo valioso, mas um quadro enorme com uma fotografia do Miguel, sim. A sua imagem sorridente e hostil estava bem desenhada. O pintor teve que fazer esforço para deixar o irmão do Benjamin com menos rugas e linhas de expressão.

Segurei o quadro e fiz esforço para cima, fazendo-o desprender da parede. Meu sorriso abriu quando observei um painel de cofre. Era digital. Provavelmente só abriria com a digital do Miguel. Isso significa que terei que arrancar todos os seus dedos para descobrir o certo.

Olhei para trás quando a porta abriu, mas relaxei e suspirei quando notei o corpo alto e magro da Chloe.

"Porra!"

Franzi a testa quando ouvi a voz irritada do Vinnie.

— Vinnie?

"O sinal está sendo cortado, caralho."

— Vinnie?

Ele não conseguia me ouvir.

Ravi, seu filho da puta...

O barulho de algo deslocando ao meu lado atraiu minha atenção, deixando-me alerta.

Eu sabia, porra.

A parede de cor de merda correu para o lado e uma equipe de mercenários armados pra caralho saiu de lá. Engoli seco e coloquei o quadro do Miguel de volta no lugar. Chloe, na frente da porta, fechou os olhos enquanto repreendia e resmungava.

— Dá conta?

Ela sorriu em resposta, mas um jato fez meu cabelo voar. Atiraram nela. Chloe franziu a testa enquanto levava sua mão direita até o pescoço atingido e sentia o dardo em seus dedos. Seus olhos rolaram e seu corpo se chocou no chão.

Sonífero.

Olhei para frente, encarando os caras se aproximarem e neguei quando um apontou sua arma para mim, ameaçando.

— Seu...

Ele apertou o gatilho duas vezes, atingindo o lado direito do meu pescoço e meu braço esquerdo. A fraqueza me pegou, fazendo meu corpo tombar para trás e cambalear enquanto tentava andar até a porta.

Um braço forte envolveu minha cintura, deixando-me firme no seu peito musculoso e coberto pelo macacão grosso.

— Te peguei outra vez, gatinha. — era o Ravi.

Eu queria virar e colocar uma das facas que roubei na cozinha na porra da sua garganta, mas meu corpo não respondia.

— Andem, porra. — um deles falou. — Eles estão na sala ao lado.

Ruel e Thomas.

Outro homem pegou Chloe no colo e levantou, voltando para a parede falsa.

Meus olhos pesaram, querendo se entregar ao sonífero.

O RECOMEÇOOnde histórias criam vida. Descubra agora