O RECOMEÇO

TRINTA E CINCO

Ruel

— Feito. — Vinnie disse enquanto abria um sorriso e mexia no seu notebook.

— Quanto tempo para descobrimos? — Lore perguntou, aproximando do outro loiro.

Se ela chegasse mais perto um único centímetro, eu puxaria o seu braço. Minha garota só precisa estar ao meu lado ou na minha frente.

— Minutos. — Stewart respondeu.

— Quantos?

— Está com pressa? — o outro ironizou. — Relaxa a bunda na cadeira, Lore.

Seus dedos mexiam nas teclas do teclado, frenéticos e ansiosos.

— Só vou quebrar a segurança do Ravi. — falou. — E descobriremos o segredo do Bianco.

Cruzei os braços e ajeitei meu sobretudo. Observei a vista de fora do apartamento do Vinnie, verificando se havia algum movimento estranho ou diferente. Stewart sabia se esconder muito bem, mas não devia ter tanta fé em não ser descoberto uma hora ou outra.

Lore soltou um suspiro e cerrou os dentes enquanto fechava os olhos e lambia os lábios. Seus dedos se mexeram, suas mãos se fecharam, acalmando a ansiedade que ela sentia.

Seu vestido preto realçava suas curvas perfeitas. A gola alta escondendo as marcas que deixei em sua pele ontem à noite, juntamente com as mangas que cobriam seus braços, ficando ainda mais soltas nos pulsos, ultrapassando suas mãos. O tecido liso e bonito cobria seu corpo, passando um pouco abaixo da sua coxa. Seus pés bem acomodados no salto pontudo da cor dourada. Cabelo puxado para um penteado sofisticado e elegante, sua madeixa presa com as pontas soltas e arrebitadas.

Ela tinha uma reunião com os sócios da empresa. Bianco estará lá. Quando estávamos saindo da mansão, recebemos uma ligação do Vinnie, alegando ter recebido um arquivo da Scarlett.

— Thomas chegou. — falei quando avistei o homem saindo do carro e andando em direção a entrada do prédio.

— Apenas mais dois segundos...

— Caralho. — Lore reclamou. — Se eu me atrasar para essa reunião, mato você.

— Você deveria ter ido. — ele rebateu.

Ela grunhiu irritada e andou pelo quarto, seus saltos batendo no piso liso enquanto ela caminhava em minha direção, aproximando-se de mim. Olhei para ela, avistando a ponta de uma marca atrás da sua orelha. Lambi os lábios, lembrando de como chupei seu corpo por inteiro.

Um suspiro foi dado por ela, seus olhos vagando pelo centro da cidade, percorrendo a calçada do prédio e ficando por lá por breves segundos.

— Sabe... — iniciou, sua voz lenta e baixa. — O que acha de visitarmos a Clary depois da reunião?

Encarei o perfil do seu rosto.

Eu tinha que ver Clary, mas eu não estava pronto. Algo em mim impedia que eu fosse até lá. Acho que não tenho coragem para encará-la nos olhos, encarar seu rosto como se eu não tivesse matado um homem na frente dela.

Eu não queria que minha avó lembrasse daquela noite, do seu querido neto sendo um assassino.

— Pensarei sobre isso.

— Vincent. — murmurou e virou, ficando de frente para mim. — Você precisa lidar com isso logo. — molhou os lábios. — Você sabe que entraremos em uma guerra fodida nos próximos dias. Preciso de você cem por cento focado, amor.

A porta se abriu, mas não virei para saber que era o Thomas.

Ri fraco e encarei seus olhos, desgosto pingando no meu tom.