PRÓLOGO

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Lua White

Primeiro dia.

Os primeiros dias de aula sempre me davam medo.

Minha expressão neutra sequer escondia a euforia presente no meio peito. Era meu primeiro dia na minha universidade dos sonhos. A famosa Universidade de Illinois em Chicago, Estados Unidos. A instituição especializada na área que eu queria desde que era uma menina. Medicina.

Respirei fundo enquanto passava pelos corredores puxando comigo a mala de carrinho e minha bolsa de costas. Nunca havia dormido fora de casa e agora, eu viveria parte do meu ano dormindo na UIC. Eu estava muito animada! Na verdade, meu corpo parecia que iria explodir, tamanha a minha felicidade.

A ala de dormitórios feminino era completamente organizada e padronizada. As cores em harmonia e os acessórios me davam a sensação de estar em um filme de High School Musical. Patético, mas era bacana.

Parei na frente da porta vermelha com o número 285 e respirei fundo contendo a ansiedade, aquele seria o meu quarto a partir de hoje. Coloquei a mão na maçaneta e abri a porta, meus olhos brilharam quando vi os detalhes finos nas paredes.

O quarto era espaçoso e todos os móveis eram duplos, o indicativo que eu tinha uma colega, em breve. Fechei a porta atrás de mim e o som alto me fez encolher. Meus ouvidos doeram quando um gritinho surgiu no ambiente e uma cabeleira loira surgiu no quarto, espantada.

— Uau, pensei que viria só amanhã. — a menina comentou e riu, se aproximando e me estendendo a mão. — Seja bem-vinda.

Elétrica. Sorridente. Gentil. Foram as primeiras características que gravei sobre ela.

Peguei sua mão e relaxei os ombros.

— Sou a Judy. — se apresentou.

— Lua. — falei, um pouco receosa.

— Medicina?

— Sim.

— Parece que nos veremos muito, então. — endireitou a coluna e se voltou para cama de solteiro à direita, mas antes me deu um olhar compreensivo, parecendo notar meu nervosismo. — Relaxa, Lua. O primeiro dia é sempre um porre mesmo.

Fui em direção a cama livre e coloquei minhas coisas em cima dela. Passamos quase duas horas organizando nossas coisas e Judy parecia adorar ter sido eu, a sua colega de quarto.

Quando terminamos, já era de tarde, saímos para conhecer o campus e procuramos algo para comer. O jantar foi servido no refeitório e não consegui dar conta de toda a comida, me ergui e fui na direção da lixeira. Porém, no caminho, Judy me chamou e olhei para trás tirando o foco da direção que eu andava.

O encontrão com algo duro me fez soltar a bandeja e derramar todo o resto de comida na pessoa e em mim. Apertei meus olhos com força pela vergonha que havia causado e me encolhi.

— Me desculpe, me desculpe. — falei rápido e me abaixei para pegar a bandeja.

— Porra! — a voz trevosa me arrepiou. Forte, potente, raivosa.

Ergui meus olhos enquanto me levantava e tive que engolir o suspiro quando o olhei. A camisa moletom do time camuflava ao extremo todo seu corpo, mesmo assim, era notável o porte dele. Esguio, visivelmente forte, ombros muito largos e músculos marcados nas mangas longas.

Os cabelos era negros e levemente encaracolados, as sobrancelhas grossas e escuras. O rosto era anguloso, mandíbula bem marcada, queixo quadrado e nariz afilado, características que me faziam suspirar.

Broken Rules - Livro 1Où les histoires vivent. Découvrez maintenant