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Lua White

Qual o real objetivo dos trabalhos em equipe?

Sério, não havia muitos lados positivos em juntar duas pessoas ou mais para fazer uma atividade que poderia ser feita sozinha numa boa. A forma de forçar a socialização de todas as instituições de ensino estava me dando uma dor de cabeça.

Um fichamento dos principais textos anatômicos sobre o sistema respiratório poderia ser feito por mim em uma noite e não precisaria de ninguém comigo para isso. Não estava sendo arrogante e pretensiosa, apenas sabia que cada um poderia se virar sozinho.

Passei os olhos pelas prateleiras da biblioteca à procura dos livros que me ajudariam a fazer o trabalho e puxei dois para o meu colo. Continuei a andar entre os livros lendo com cuidado quem eram os escritores e o conteúdo que falavam.

Agarrei mais um livro e fiz careta ao notar o quanto era pesado. Provavelmente, passava das 1000 páginas brincando e tive que me abaixar para apoiá-los melhor no braço.

— Porque meus braços não podem ser maiores nesses momentos? — me questionei. — Me pouparia tempo e esforço.

— Está me evitando?

Soltei os livros de uma vez com susto repentino e olhei para cima por reflexo, ainda de cócoras. O jogador de hóquei perguntou enquanto me encarava encostado na estante amadeirada da biblioteca.

Sua pergunta foi dita com exigência apesar de ter um toque de gentileza por cima. No mesmo instante, meus pelos se arrepiaram e minha coordenação motora foi embora. Virei praticamente uma mulher que não sabia nem controlar suas emoções quando estava perto dele... Patético!

Peguei os livros depressa e me ergui saindo de perto das estantes e indo até a mesa de estudo mais na frente. Bryan me seguiu em silêncio e se sentou ao meu lado assim que eu o fiz. Ele me esperou abrir os livros e riu quando percebeu que eu queria fugir de uma conversa usando meus trabalhos acadêmicos como pretexto.

Ainda assim, ele ficou ali comigo até que ficasse um momento desconfortável e eu fosse obrigada a quebrar o gelo.

— Vai ficar aqui? — molhei os lábios e não o encarei.

Meus dedos tremiam em agitação, meus lábios secavam consideravelmente e a queimação do seu olhar era o suficiente para me deixar nervosa. Principalmente, agora.

— Não vai me olhar nos olhos, Lua? — indagou-me, preguiçoso, confortável e nada tímido.

— Não sei para que eu preciso fazer isso. — a resposta saiu sem controle e foi mais alta do que eu realmente desejava.

— Shh, fale mais baixo. — a mulher na mesa ao lado falou e eu me encolhi sobre a repreenda.

Isso fez com que Bryan olhasse para ela e fizesse aquilo que ele sabia de melhor. Manipulação. Seu sorriso foi doce e seus braços caíram na direção dela, em um aceno compreensível. Os seus cabelos encaracolados pularam para o lado mais baixo desceram pela testa, sensual e muito gostoso de se ver.

— Desculpe o incômodo, vamos conversar mais baixo.

— Clar-o. — ela piscou para ele, afetada pelo seu charme e suspirei, me erguendo e indo na direção dos corredores de livros.

Não queria ficar com aquela sensação pressionando minhas ações, nem mesmo o frio na barriga por estar tão perto daquele cretino. Fingi procurar o nome de um livro em específico e olhei na direção de Bryan pelos cantinhos dos olhos.

Respirei fundo para não mostrar tanta emoção e quase desmaiei quando Bryan veio até mim e passou seu braço pela minha cintura, como havia feito no refeitório. A quentura na minha pele foi o suficiente para eu puxar o ar com mais força e meu peito subir e descer descontrolavelmente.

Broken Rules - Livro 1Where stories live. Discover now