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Bryan Rutherford

— Não acredito! Não acre-dito! — a dor foi devastadora, apertando bem no final da barriga, subindo gradativamente até o estômago. — Cacete!

O xingamento saiu baixo, porém, necessitava gritar. Minha visão ficou turva e me forcei a deitar de costas com as mãos nas bolas, tentando diminuir o imenso sufoco que era levar um maldito chute.

— Meu Deu-us! Bryan! — ela me olhou perplexa e colocou suas mãozinhas na minha perna. — Como você entra assim!?

— Você acabou de machucar uma coisa muito preciosa para mim, Lua. — resmunguei de olhos fechados. — Não pode reclamar comigo mais.

— Claro que posso, esse é o meu quarto. — sua voz era baixa, para não chamar atenção de quem estava fora, mas estava carregada de descontentamento.

A minha presença lhe causava descontentamento? Caralho! Só preciso me recuperar e vou me certificar de que a resposta dela será outra.

— Só um minuto, sweetheart. — me esforcei para falar, constrangido até. — Já vou cuidar de você.

Permaneci alguns minutos me recuperando do golpe e escutei um som risonho dela. Logo depois a janela foi fechada, e quando abri os olhos, o quarto estava em uma penumbra confortável e erótica.

Lua passeou pelo quarto, algo a incomodando e notei que era a primeira vez que um homem vinha no seu quarto. No seu quarto. Meu peito se encheu, apreciando a novidade de ser o primeiro dela em muitas outras coisas. A cada dia, ela se tornava mais minha. A cada dia, me apegava mais a sua presença e a queria ainda mais.

— Meu pai te assustou? — inquiriu e colocou as mãos para trás, obviamente desconcertada. — Não imaginei que seria daquele jeito.

— Foi mais tranquilo do que imaginei. — fui sincero. — Pensou que ele me casaria com você hoje mesmo, não foi?

— Na verdade, isso passou na minha cabeça. — brincou e veio até mim. — Me desculpe, vou buscar um pouco de gelo para você.

— Shh, shh, só vem aqui. — chamei com uma das mãos, a outra ainda se abrigava entre minhas pernas buscando de toda forma aplacar a dor.

Lua se moveu, vindo até mim vestida com uma camisola infantil do Monstros S.A e subiu na cama, ainda me olhando com pena pelo que havia aprontado. Aguardei mais uns minutos e quando a dor cessou, me sentei no colchão e a trouxe para o meu colo.

— Me desculpe! — balbuciou com uma timidez que me fez rir roucamente.

— Não por isso.

— Por que não mandou uma mensagem como as pessoas normais fazem? — ela me questionou colocando uma mecha do seu cabelos atrás da orelha.

— E perder a surpresa no seu rosto? Isso não é divertido. — quando ela ficou séria, gargalhei em resposta, mas ela me empurrou com toda força, tapando minha boca.

— Se meu pai desconfiar que está aqui, esqueça aquela paz que foi o jantar e se prepare para ele cozinhar você para dar aos cachorros.

— Você tem cachorros? — tirei sua mão da minha boca e sussurrei.

— Não mude de assunto!

A ruga que surgiu na sua testa não se desfez quando falei na altura que ela queria, porém me conformei em fazer o que ela pedia. Se seu pai descobrisse que eu estava ali, ele me forçaria a fugir levando sua garotinha e isso daria um trabalho maior para o momento.

— A ideia de subir aqui de surpresa é da minha irmã. — confessei e a girei na cama, ficando por cima. — Ela fantasia o namoro dela exatamente assim, o que eu não permitirei nunca, mas isso é um assunto para outra hora. Tenho tempo o suficiente.

Broken Rules - Livro 1Where stories live. Discover now