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Bryan Rutherford

Raiva. Frustração. Impotência.

Eram os fodidos sentimentos que inundavam minha mente logo após sair da sala do meu pai. Deixá-lo sozinho com ela me perturbou por horas. Sabia que ele a respeitaria, mas o que me incomodava era lembrar que a garota sequer quis me olhar nos olhos no tempo que estive lá.

Podia ser compreensível, entendia que ela pensava que havia sido eu a postar aquela foto, mas que se foda. Não ia deixar ela me ignorar como estava fazendo desde aquele dia. Precisava ficar a sós com ela e falar com aquela maldita garota.

O final de semana foi um inferno completo. Ela não saiu dos dormitórios, nem foi para casa, apenas ficou enfurnada lá até o dia que iniciou nossa detenção. Durante duas semanas, nós dois estaríamos sozinhos todas as noites a partir das 20h, depois do horário do jantar.

A limpeza do refeitório era humilhante, já que nenhum atleta precisava exercer essa função, porém, foi exatamente por isso que meu pai escolheu-a para me castigar. A parte boa era que eu teria mais ou menos duas horas todos os dias com ela e poderia conversar sobre o ocorrido sem pressa.

E era isso que eu estava tentando fazer a mais de 20 minutos.

— Lua, não pode ficar muda o tempo inteiro. — apelei segurando os pratos sujos no colo enquanto ela passava por mim como se eu não existisse.

A garota, dona de uma beleza que me hipnotizava, estava com os cabelos amarrados em um coque improvisado, uma legging preta e uma regata que aparecia as laterais do sutiã. De um modo simples, ela estava mais sensual como um inferno e sua raiva ainda conseguia a deixar mais atraente ainda.

Depois de Catherine ter sido sucinta em dizer o que devíamos fazer e como devíamos nos comportar, Lua emburrou a cara e iniciou seu trabalho em um completo silêncio. E porra, eu não aguentava mais aquilo tudo. Estava pronto para fazer qualquer merda para que tivéssemos uma conversa logo.

— Fale comigo, porra!

Nada. Nem um mísero suspiro.

Deixei os pratos na cozinha e me encostei na bancada fitando a garota com incredulidade. Ela me deixaria falando sozinho?

Já estava de saco cheio de vê-la andar de um lado para outro e me ignorar de queixo erguido. Queria palavras saindo da sua boca, queria uma reação verdadeira e não a indiferença raivosa.

Lua se abaixou para juntar os copos plásticos do chão e aproveitei sua deixa para ficar na sua frente. Quando ela se ergueu, seus olhos ferviam, furiosos. Ela não disse nada, apenas me encarou com raiva e fez menção em dar meia volta.

Contudo, não ficaria assim.

— Não postei aquela foto. — segurei-a pelo cotovelo e fiz-me olhar novamente.

Sua boca comprimiu e ela segurou sua língua na boca forçando-se a me deixar no silêncio. Não a soltei, me neguei a continuar daquele jeito e quando ela percebeu isso, puxou seu braço com força e me deu as costas.

— Vai fugir de uma conversa como uma inconsequente?

Me arrependi de dizer aquelas palavras no mesmo instante. Lua se virou para mim como se estivesse possuída e agarrou a primeira coisa que viu - um maldito garfo - e atirou na minha direção. Desviei do objeto e lhe dei um olhar acusador.

— Eu? Inconsequente? — replicou de volta e soltou uma gargalhada forçada. — O único inconsequente aqui é você. Postou uma foto que dava a entender que ficamos juntos e você sabe que isso nunca iria acontecer.

— Nunca é uma palavra forte. — em cólera, ela me jogou uma colher. — Pare com isso.

— Não pode me pedir nada. — jogou mais duas colheres em seguida e tive que me mover para o outro lado do refeitório, fugindo dela. — Tem sorte de não te jogar outras coisas, não quero quebrar nada por causa de alguém como você.

Broken Rules - Livro 1Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon