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Lua White

— Não vai poder ficar nesse banheiro o dia inteiro. — me dispus a falar, esperando Judy sair. — Judy...vamos lá.

Esperei novamente, como tinha feito da outra vez e encolhi os ombros quando vi que não tinha jeito. Me virei, pegando minha mochila e indo na direção da porta do quarto. Parei no instante que o destrave do banheiro me alertou da saída dela e me surpreendi ao encontrá-la com os olhos marejados como se tivesse chorado desde que entrou.

— Me desculpe por ter falado. — sua voz tremeu. — Não sabia o que fazer na hora, minha mãe...

Joguei a bolsa na cama e fui até ela, abraçando-a, sabendo que ela não estava bem. Nem hoje, nem ontem. Mas tinha certeza que não era só aquilo, algo a incomodava e ela não parecia confortável e nem preparada para me dizer. Respeitei seu momento e tive uma breve conversa com ela, remoer essas coisas não faria bem para ninguém.

Não a culpei por ter dito a Bryan sobre meu pai, eu mesma deveria ter feito, porém não tive a mesma coragem que ela antes. Passei os dedos pelos seus cabelos curtos e ela choramingou no meu ombro, odiava vê-la assim.

— Está tudo bem, Judy. — falei baixo. — Esquece isso, Bryan não vai fazer nada e meu pai vai esquecer essa loucura.

— Não tinha o direito de falar... sinto muito.

— Pare de falar isso, vamos para aula e depois podemos sair para fora do campus. Esse assunto já morreu.

Ela enxugou as lágrimas e agradeceu envergonhada. Não prolongamos o momento, não queríamos ficar ressentidas por algo sem importância, então, seguimos com nosso dia. Assistimos a aula e logo após fiquei com Judy em seu treinamento para o jogo mais valorizado do ano, as finais contra o time de Nova Iorque.

Bryan não me deixava ficar sem uma de suas mensagens, ele dizia que precisava saber onde eu estava para poder, secretamente, ir me ver. Eu ria com a coisa boba escrita, mergulhada em um conto de fadas que não existia.

Tinha minhas dúvidas do que ele disse, não ousei negar que era sua namorada, mas sua reputação o precedia. Aquele homem não era para namoros e firmamentos sérios. Pelo menos, não como eu.

| B do meu ódio

Pensando em mim, sweetheart? (11:47 a.m)

Seu namorado não tira você da cabeça desde que o deixou esperando. (11:48 a.m)

Meu estômago pareceu ter diversas borboletas safadas que se moveram animadas quando a palavra "namorado" foi mencionada.

| Eu

Não lembro de ter um namorado. Não recebi nenhum pedido. (11:52 a.m)

A provocação me fez rir e segurar a emoção. Era verdade, não havia um namoro se não tinha um pedido.

| B do meu ódio

Você se tornou minha antes do pedido. (11:57 a.m)

| Eu

E quem disse que sou sua? (11:59 a.m)

Se outro chegar e fizer o pedido antes de você, não serei nada sua. (12:00 p.m)

A partir daí, ele não me respondeu e tive a impressão que minha fala o fez cair na razão ou eu havia sido petulante demais. Não sabia dizer.

Guardei o celular e assisti Judy treinar enquanto pensava sobre a pequena conversa com Bryan. Ele não era meu namorado, ele não precisava ser chamado assim só por conta de uma intimação do meu pai e relembrar isso era uma coisa boa, mas por que eu não estava feliz com isso?

Broken Rules - Livro 1Where stories live. Discover now