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Bryan Rutherford

— Um brinde aos campeões! — Minha irmã levantou sua taça com suco e puxou toda a atenção para si.

Tínhamos acabado de chegar do jogo e Aubree fez questão de nos levar à sala de jantar para brindarmos a vitória. Ela sempre fazia isso e chegava a ser tradição. Mas com Lua presente parecia ser totalmente diferente de antes.

— Espere todos chegarem, Bree — Damon, meu padrasto, pediu de canto, abraçando minha mãe, que nos olhava, encantada.

Ela praguejou e concordou em seguida. Logan e Connor não chegavam logo, o que irritava a baixinha Rutherford e divertia seu padrasto na mesma proporção. Lua me deu um sorriso pequeno, envergonhada, e a puxei pela cintura, beijando sua testa. Eu estava tentado. Queria fodê-la, em comemoração. Queria acariciá-la pelos gritos que ela deu, em minha torcida. E, mais ainda, queria beijá-la demoradamente, saboreando a mulher mais linda e carinhosa que eu já tinha conhecido.

Judy também estava presente e se limitava a ficar no canto dela. Ninguém ali a criticou e a condenou, como eu tinha feito por um longo tempo. Lua disse o certo: ela não era como a mãe dela. E eu não tinha o direito de me meter mais nessa história.

— Não acha melhor ligar para os meninos? — Minha doce garota passava as mãos pelas minhas costas e me fitava com paciência. — Eles foram para a fraternidade?

— Sim. Quiseram se trocar antes de vir. Vou dar um toque para eles.

Ela concordou e me soltou. Depois foi até Judy e Aubree, que conversavam. Saquei meu celular, disquei o número de Logan, coloquei-o no ouvido e aguardei.

— Bryan... — Ele me atendeu logo de primeira e eu senti a tensão na sua voz. — Eu já ia ligar.

— O que foi? — Todos me olharam quando minha voz soou tão séria.

— Seu pai...

Meu sangue correu tão rápido, que não me preparei para a respirada pesada que dei em seguida.

— O que ele fez?

— Entrou com o carro na fraternidade e fodeu com a porra da casa — disse devagar. — Não dá para pegar nada, a escada se desfez com o impacto. E acho que ele vai fazer uma besteira ainda.

O descontrole dele quando eu disse que não ficaria longe de Lua nem obedeceria mais ao homem que acabou com a minha família foi um pouco do que pode ter desencadeado isso. Eu sabia que ele era louco, e seria estúpido pensar que não, mas a fraternidade estava dentro da universidade que ele gerenciava. Essa foi uma surpresa até para mim.

— Ele ainda está aí? — Trinquei os dentes, com a raiva, e esperei.

Lua se aproximou de mim, tentando me ler de algum jeito. Sua expressão de preocupação evidenciava o quanto ela gostava de mim.

— Não. Ele foi para cima de Connor e pegou o carro dele. Não sei para onde foi, mas é bom terem cuidado — alertou-me. — Vamos sair daqui agora. Já, já, chegamos aí.

Quando ele desligou, meu peito doía. Estava ansioso e mordido por um sentimento que eu só tinha experimentado uma vez, no dia em que ele tentou me matar. Benjamin estava vindo até minha casa, era óbvio. Ele odiava ser contrariado, principalmente pela sua prole.

Damon falou algo para a minha mãe ao ver como eu estava. Meu padrasto conseguia ser muito mais um pai para mim do que o meu biológico, e ter essa certeza me deixava ainda mais puto. Minha mãe, Bree e Judy se afastaram, seguindo o comando. Já Lua se recusou, olhando-me, apreensiva, querendo respostas.

Broken Rules - Livro 1Donde viven las historias. Descúbrelo ahora