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Lua White

— Passe para cá. — a ordem rosnada me assustou e pulei na calçada.

— Não é o que está pensando, pai. — levantei minhas mãos em uma rendição que só o fez me olhar com acusação.

Sim, era exatamente o que ele estava pensando. Eu havia dado minha virgindade para um veterano em uma tarde de verão. Meu ventre se apertava ao lembrar e me perguntava como tomei essa decisão depois de tudo. Era para ser especial!

Bryan ficou ao meu lado e quando vi que ele ia dizer algo, me adiantei.

— Não vi a hora e acabei esquecendo de mandar mensagem.

— Desde ontem?

Praguejei ao lembrar que não tinha falado com eles hoje e isso era quase um crime para o meu pai.

— Pai, me desculpe, eu esqueci. — o homem que amava mais que tudo veio até mim e me pegou pelo cotovelo. — Não aconteceu nada!

— Não aconteceu nada, senhor White. — Bryan reagiu quando meu pai me puxou para a rua na direção do seu carro. — Ela perdeu a hora.

— É? — fechei os olhos quando Hiran me soltou para olhar bem para Bryan. — Perdeu a hora com o que? Por que estudando vocês não estavam, não sou idiota para acreditar nessas desculpas.

Vi o pomo de adão de Bryan se movimentar quando ele engoliu e colocou as mãos no seu quadril, tremendamente gostoso naquela posição.

— Vou repetir, não aconteceu nada entre a gente. — mentiu na cara dura e fez sua melhor expressão para convencer o meu pai, mas tudo seria inútil. — Ficamos conversando e ela acabou perdendo a hora.

— Seu argumento perdeu a força quando não se dignou a ficar com a camisa no corpo. — cuspiu e se virou para mim, agarrando pelo braço novamente.

Ele me levou até o carro e me colocou dentro. Fiz uma careta pela pequena dor que senti ao me sentar sem cuidado nenhum no banco e tentei disfarçar quando meu pai pegou o lugar do motorista.

— Era por esse motivo que eu desaprovava sua vinda para essa droga de universidade. — gritou, furioso e colocou o carro em movimento.

Se dependesse do meu pai, eu e Naomi ficaríamos apenas em casa fazendo companhia para minha mãe e sobrevivendo sem a luz do sol. Passei anos os convencendo que vir para UIC era o meu sonho e alavancaria minha carreira, porém, meu pai sempre foi contra tudo.

— Vou falar com seu reitor e te tirar desse antro.

— Não, pai! — lhe olhei incrédula. — Medicina é a minha vida. Não pode me tirar isso por... por... nada.

— Por nada? — me olhou com mais raiva. — Há quanto tempo anda se enroscando com aquele moleque? Que pouca vergonha, Lua!

— Pai, por favor! — coloquei as mãos no rosto, cobrindo-me enquanto ele dirigia até o dormitório. — Não vou desistir do meu curso.

— Vamos ver se não.

— Aquele é o filho do reitor, pai. — joguei a informação no seu colo. — É bem mais fácil ele concordar comigo que com você. Tenho notas altas, não dou problema e tenho um futuro promissor. Vai destruir isso por que não quer me deixar ir?

O tique no seu olho quando ficava nervoso me deixou agoniada e me preparei para os gritos que viriam. Já estava acostumada com a superproteção dele sobre mim e depois de me ver com Bryan descabelado e sem camisa na sua fraternidade, ele tinha um ponto plausível para berrar loucamente.

— Ele é a porra do seu namorado? — a pergunta me pegou desprevenida e lhe encarei, nervosa. — É bom que ele seja, Lua.

Não respondi, sem saber se mentia ou lhe contava a verdade sobre isso. Meu pai estacionou na frente do dormitório e saímos do carro ao mesmo tempo. Ele me levou até a porta do meu quarto e quando fui entrar, ele me parou.

Broken Rules - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora