• Carta Doze •

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Estamos aqui. Completam nove meses desde o seu acidente. Mas ao mínimo, eu sei onde está; sei que está vivo e sei que está bem. Você ainda não lembra de nós, não sabe ao menos que tem sua filha. Sonhamos tanto com nossa menina, comemoramos a vinda de um novo bebê, mas você não pode sonhar com sua menina. Lembra quando descobrimos? Você chegou mais cedo, não sabia o motivo, mas decidiu que precisava ir pra casa. Quando chegou, eu ainda estava sentada na varanda, olhando para o lago, com o teste em mãos decidindo como eu poderia ter uma criança, depois de quase sete anos que havia gerado dois. Pareceu que a responsabilidade e todo o esforço, sempre seria a melhor parte, pois você estava lá.

Você subiu, me encontrou e decidiu naquele momento, que era a hora de parar. Seria a última luta, e você estaria em casa conosco. Os meninos entraram correndo em casa, traziam flores e galhos secos, dizendo que eram o presente para a irmã que estava por vir. Rimos juntos, torcendo para ser uma menina. O médico errou. Lembra? Ele disse que era um menino. Comemoramos! A saúde era o mais importante. Aí ela nasceu. Eu tenho fotos, vídeos, temos tudo da nossa menina. Você irá ver tudo, eu prometo. Mas o ponto que quero chegar, é que eu sei Antonio, que você irá amar ela, como eu amo. Ella, é como sonhamos. O trio perfeito que nossos filhos são, a extensão do nosso amor, que extrapolou nós dois.

Você Antonio, foi o meu amor que rompeu barreiras e extrapolou minha razão. Toda a razão.

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