• Carta Treze •

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A última carta até aqui.

Sabe o grande problema das histórias de amor que vemos nos filmes, livros, revistas e na internet? Elas não existem em sua grande maioria. E os "baseados em fatos reais", acompanham infinitas dores e superações. Eu achava que a nossa história de amor, era de um filme, daqueles bem clichês em que o rapaz se tocava que amava a mocinha, eles namoravam, se casavam, tinham filhos e um cachorro correndo pela casa, que terminava com um grande jardim onde os netos corriam, sentados na varanda os observando enquanto os filhos conversavam e as noras traziam uma jarra de suco ou café, e ninguém sabe sobre o que conversavam, mas sempre tinha uma conversa de fundo. Ai eu conheci você, e a nossa história. É realmente, era apenas uma ilusão. Nós somos o baseado em fatos reais, pois no dia em que eu pensei que você tivesse partido, meu coração doeu de forma real. Eu descobri que sim, podemos morrer de amor e de coração partido, é que eu poderia acabar ali, se eu não pensasse em como eu precisava de forças para gerar o seu último ato de amor por mim ou ajudar a crescer os outros que já havíamos tido. Quando suspeitei em minha insignificância, que você já não me pertencia a alma, meu peito se esvaiu em uma onda de branda mágoa, como se o oceano houvesse passado e levado tudo o que ocupava espaço aqui. Até eu te ver, de novo. Meus olhos marejados, e o oceano me encarando questionando o que eu faria naquela praia, ao te ver tão perdido é tão distante. Quando passei, seus olhos não me pertenciam, seu olhar me fitou, mas tão superficial que eu pensei por um instante, não ser você. E talvez... Eu orei para não ser. Eu vi você, mas não o reconheci, Antonio.  Era seu corpo e semblante, mas não era você. Eu orei em silêncio para que você não me parasse quando me olhou e assim você fez, ao me deixar passar e seguir um caminho triste e cruel pela areia fina e fria. Mas era você, com todas os seus detalhes os quais eu reconheceria mesmo sem visão, tato, olfato. Eu reconheço o corpo, o cheiro, o tom de vida do meu amor. E a cada dia nesta ilha, eu reconheço quando você passa por frente a este quarto, quando senta no restaurante para conversar, quando você passa sempre olhando o vidro espelhado e não me vê aqui dentro, abrindo meu peito e na ruína buscando que você me veja. Eu espero ainda, que você me veja. Está e a última carta que escrevo, pois a partir de hoje, eu preciso focar em trazer você de volta. Espero que eu consiga.

Com amor, Amandinha.





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Olá!
Espero que vocês ainda se lembrem de nós.
Como vai as coisas com você?

Bem.. Por aqui estamos tendo de resolver muita coisa pessoal e bem pesadas. A autora aqui, está com uma situação complicada demais e escrever tem se tornado dolorido. Porém, está noite eu consegui terminar esta carta, para dizer a vocês que vamos voltar logo!

Eu preciso ainda organizar alguns detalhes da vida, mas eu não vou parar e deixar vocês. Prometo! ❤️

Com amor, Thalia.

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