Capítulo 02

171 37 364
                                    

Sana.

Saímos todos juntos da sala de reuniões, tendo em vista uma ultima vez a imagem do trono, antes que fosse substituída pela grande porta em detalhes de ouro, sendo fechada e guardada por dois cavaleiros experientes. Forger caminhou para fora do palácio, junto com todos nós em seu encalce. Quando se virou, apenas pelo olhar escuro e as feições tensas, sabíamos todos que era uma hora crucial antes de partirmos.

- Vocês ouviram sobre os monstros de mercúrio e tenho certeza que devem estar se perguntando o porque o rei nos notificou sobre eles. - Era uma das duvidas sim, já que éramos acostumados a matar monstros. Aqueles não deveriam representar perigo algum, mesmo que não me lembrasse deles. - Esses bichos não são como os que enfrentamos, devem lembrar que muitas criaturas vivem do outro lado da linha que separa os dois mundos, os de mercúrio pertencem a uma dessas raças.

- Não tem problema, acabamos com eles! - Alef estava animado, enquanto retirava de seus bolsos mini facas e as passava entre os dedos, girando-as.

- Matar essas criaturas não é dificil, o problema são os efeitos colaterais. - Respondeu o capitão, com uma expressão tensa. - Luara pode nos explicar melhor.

- Com certeza, capitão. - A menina retirou da bolsa de couro que vivia carregando um livro grande de capa marrom, com os seus desenhos. Parando em uma pagina especifica, a loira nos mostrou um monstro roxo com escamas nas costas, dois chifres pontiagudos e uma cauda longa e peluda.

- Parece um cachorro gigante com chifres. - Não aguentei segurar a comparação e soltei, o que arrancou alguns risos dos demais.

- Preferia ter de lidar com 100 cachorros selvagens, do que com essa peste aí. - Disse Forger, cruzando os braços.

- Um monstro de mercúrio possui mais de quatro metros de altura e caso precise se proteger, pode aumentar seus músculos corporais momentaneamente. Os chifres não são muito grandes, mas caso vocês se deparem com eles, tomem cuidado, continuam sendo afiados. O perigo mesmo é sua cauda e os dentes. Cada dente mede no mínimo um braço seu.

- Ele é dentuço. - Alef falou, tirando uma cara feia de Luara que foi interrompida por uma piada. - Desculpa.

- Continuando...- Ramom disfarçadamente acenou positivamente para o menino loiro, como se concordasse com o que disse, enquanto Luara voltava a explicar. -...os monstro de mercúrio são chamados assim por conta do liquido que soltam em sua cauda, é como um...afrodisíaco poderoso. E antes que diga mais alguma besteira, Alef,...- O garoto já estava com a boca aberta quando a loira o impediu de falar. -...esse afrodisíaco não é nada prazeroso. Vai força-lo a agir como uma cadela no cio e tenho certeza que não quer acordar e descobrir que teve relações sexuais com uma arvore.

- Mas se quiser, estarei lá para guardar cada momento. - Ramom soltou a frase, tirando uma gargalhada de Forger que provavelmente imaginava a cena.

- Sai fora. Tu ta precisando desse bicho mais do que eu. - E com isso, acredito que o ruivo poderia morrer de tanto rir.

- Você me respeita, pirralho de merda!

- Eu não terminei de falar! - Luara aumentou o tom de voz, irritada com tantas interrupções. A garota não gostava de ter a fala suspensa. - Continuando, o afrodisíaco não cessa! E advinhem? Fadas sabem lidar muito melhor com eles do que os humanos. O tratamento para o veneno é feito somente pelos curandeiros da rainha Taliena.

- Isso é algo obvio, elas possuem magia, devem ter algum tipo de barreira no corpo contra as criaturas de lá. - Foi minha vez de interrompe-la.

- Na verdade, não é por causa disso. Como nosso rei nos lembrou, fadas são conhecidas pela gentileza e ingenuidade. Nem todas, mas a maioria sim. Isso é algo da natureza delas, não possuem o costume de usar a malicia e agem mais por emoção do que pela razão.

O Beijo Da FadaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora