she came back, cameron.

009

RAFE CAMERON, 2016

Termino de escovar meus dentes, seco minha boca e saio do banheiro saltitando do banheiro, ando pelo corredor até meu quarto, entro nele podendo ver minha mãe arrumando minha cama, junto de Whezz que falava com sua joaninha de película. Boba.

— Filho, você quer ajuda com a sua roupa pra amanhã? - a mulher mais lindo do mundo inteiro pergunta se sentando em minha cama.

— Mãe, é só um passeio de escola. Eu nem gosto tanto assim de animais marinhos. Só 'tô indo, porque Topper não quer ir sozinho. - respondo minha mãe tentando subir em minha cama, mas sinto suas mãos irem até minha barriga me puxando para perto de seu corpo.

— Então por que você estava lendo sobre baleias? - ela pergunta, enquanto tentava me soltar dos seus braços. — Mon amour, está gostando de alguém que vai nesse passeio?

Viro minha atenção para a mulher que fazia carinho em meu cabelo úmido do recente banho, faço uma careta ao pensar na garota de longos cabelos castanhos e cacheados. — Mãe, eu acho que você 'tá doente! Você não conseguiu cuidar das suas flores direito?

— Eu devo estar doente mesmo! Mon fils, Ma préciosité, está apaixonado pela primeira!

De repente sinto dedos apertar minha barriga e costela, uma agonia invade meu corpo, e uma vontade de sorrir sem parar cresce a cada músculo que eu contorcia para tentar escapar delas. Escuta a voz de Sarah aparecer no meu quarto, e quando eu percebo tem três garotas em cima de mim, enquanto eu tentava sair de baixo delas.

— Mamãe! Por favor! - digo sem conseguir respirar direito, minha barriga dói de tentas gargalhadas que saltaram da minha boca sem eu deixar. — Por favor!

— Só vamos parar quando você falar: "Sarah você é a melhor irmã do mundo!" - escuto a voz da pequena loira em cima de mim, enquanto fazia muitas cócegas.

— Sarah! - digo aumentando meu tom de voz por estar rindo alto. — Você é a melhor irmã do mundo!

Escuto a risada da minha mãe quando eu termino de falar que Sarah me pediu, Whezz leva suas mãos pequenas até meu pescoço e me contorço ainda mais pra pararem com esse jogo de tortura. — Eu também quero que você fale alguma coisa! Fala: "Whezz, eu vou deixar você pintar minha unha pra sempre".

— Whezz, eu vou deixar você pintar minha unha pra sempre! - grito tomando o ar que faltou durante muito tempo.

Aperto os olhos sabendo que iria vir mais um tonelada de cócegas pra cima de mim, mas nada disso acontece. — Celine.

Levanto minha cabeça podendo ver minha mãe alisando meu braço e olhando para nós três sorrindo fraco. Mudo minha atenção para o homem com um pijama antigo e a barba recém feita.

Papai sempre foi um homem reservado e com uma expressão neutra, diferente de mamãe que é toda falante e animada. Eu sinceramente não sei como ela consegue controlar toda essa ansiedade com ele, sendo tão diferentes.

As vezes eu acho que ele não me amo dando igual a Sarah, principalmente, mas mamãe diz que é só coisa da minha cabeça e me ama mais que tudo. Eu ainda fico sem acreditar, mas prefiro não entrar muito nesse assunto com minha mãe, até porque ela pode ficar chateada.

Nosso mãe olha para meu despertador em cima da cômoda, acho que percebeu ser tarde para suas crianças estarem acordados, ligados no 220.

— Ward...- Celine se levanta da minha cama e começa a andar devagar até seu marido com um sorrisinho, ela abraça nosso pai de lado se virando para nós, mas direcionado a mim. — Hoje você escapou de mim. Mas amanhã eu quero fazer quem é a sortuda de ser amada por você...