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SYDNEY ABBEY, 2022

02:07 am.

Abro meus olhos em total desespero e falta de ar, inclino meu corpo para frente, pensando que iria colocar o cachorro-quente de hoje mais cedo para fora, fecho os olhos sentindo uma sensação horrível e tento respirar fundo.

Olho para os lados, podendo ver Sarah dormindo encostada em JB, Celine dormindo ao meu lado, olho para o outro e vejo Pope sonolento, JJ e Kiara já haviam ido algumas horas, mudo minha atenção para o ambiente vazio em minha volta. Me levanto indo para a máquina de café que tinha encostada em uma das paredes, tiro minha nota do bolso e colono na máquina, sirvo um pouco no copo de plástico e bebo.

Estamos na sala de espera desde as dez da noite, o Doutor venho nos avisar que ele está no raio X, mas até agora não falaram mais nada. Celine já chorou muito, Sarah está mal desde a hora em que viu o irmão na ambulância, eu não sei mais o que pensar ou fazer, acho que já tomei um litro de café e meus pés estão formando um buraco no chão de tanto que eu ando de um lado para o outro.

Quando termino de tomar o último gole do café, vou até o banheiro, me sustento na pia de granito e sinto ânsia de vômito, antes que possa vomitar na pia, corro para a cabine com a porta aberta e me ajoelho em frente ao vazo, coloco tudo pra fora e sinto um arrepio percorrer meu corpo, a sensação de vomitar é horrível, você sente seu corpo sujo e nojento, como se não tivesse dado tempo de chegar até o banheiro.

Assim que me sinto bem, me levanto devagar, dou a descarga, saio da cabine e vou em direção a pia, levo minhas mãos, o rosto e encho minhas mãos de água fazendo gargarejo, logo cuspindo no ralo. Prendo meu cabelo com um rabicó que tinha no bolso da minha bermuda, saio do banheiro arrastando meus pés no chão, escuto meu celular vibrar e vejo ser Barry.

Estou aqui fora. Não posso entrar, vão achar estranho.

Coço meus olhos e ando em direção a porta de entrada do hospital.

— Syd, onde vai? - Pope pergunta se remexendo no banco duro.

— Preciso de um ar, já volto. - digo sem olhar para trás e sem parar, apenas continuo meu caminho.

Abro a porta, ando pela lateral da parede, me afastando um pouco, então consigo ver Barry com um casaco fino pelo vento que está dando, guardo o celular no bolso fazendo o mesmo que ele, me aproximo dele devagar.

O mais velho me encara com uma expressão de preocupação. — Como ele está?

— Faz duas horas que nos falaram que ele estava indo fazer o raio X e até agora nada. Eu não aguento mais ouvir a Sarah chorando e ver mãe dele levantando para receber alguma atualização do que está acontecendo. - digo com a voz rouca e fraca. Vejo Barry tirar seu casaco, colocando em volta dos meus ombros.

— Toma isso. - encaixo meus braços nos do casaco quente. — Você 'tá péssima, precisa dormir.

— Não, eu preciso dos remédios. Você tem aí? - pergunto me aproximando dele, que segura meus ombros me impedindo de arrastar ainda mais meus pés.

— Não, eu não tenho eles aqui. - ele fala tentando entrar na minha visão mas olho para baixo. — Mas você não precisa deles, precisa ir pra casa e dormir.

— Não, eu estou bem. - digo passando uma mão na testa e respiro fundo, estou cansada, mas não é uma hipótese sair daqui antes de ver ele. A ideia de não ver ele, porque talvez não consiga resistir, me causa uma sensação ruim. — Tenho que entrar.

— Ok. Quando tiver alguma atualização, me avise. E Sydney, durma por favor. - Barry fala apertando meus ombros de uma forma acolhedora.

— Tudo bem. - falo me revirando ao avisar ele quando tiver alguma notícia. Me virando e indo em direção ao hospital, quando entro consigo ver Celine abraçando Sarah de um jeito apertado, me aproximo delas. — Está tudo bem?

she came back, cameron.Where stories live. Discover now