014

135 18 22
                                    

RAFE CAMERON, 2022

Termino de me vestir depois de um banho prazeroso, até por que eu passei basicamente a noite procurando pistas sobre o que meus pais poderiam estar falando.

Eu não quero virar um louco, pirado da cabeça atrás de algo, só quero umas simples respostas que se eu perguntar para meus pais, eles com toda a certeza pediram para eu esquecer o assunto, ou falar que eu estou enlouquecendo em pensar que eles guardariam algum segredo. Essa hipótese é mais sobre o Ward.

Eu não consegui ir até o escritório do meu pai pegar o tal envelope, não tive cabeça para talvez descobrir mais coisas sobre. Não estou preocupada com o Ward abrir o cofre, pelo o que eu conheço das brigas dos meus pais, é que quando Celine chuta o marido para fora de casa, ele demora uns três ou quatro dias para voltar, provavelmente ele durma no escritório.

Bom, eu não sei e não me importo. O que interessa é que eu tenho tempo para pesquisar o que quero.

Nine mia se espreguiçando e vindo até a ponta da cama para receber carinho, vou a encontro dela e começo a passar a mão por todo o seu pelo baixo e laranja.

— Não acha que ela precisa de uma garota para chamar de mãe? - escuto a voz da minha mãe, olho para a direção da porta e consigo ver ela usando mais um de seus vestidos longos e leves para o fim da primavera, significando que o verão se aproxima cada vez mais.

— Não, eu sou pai solo, sabe como é. - digo pegando minha mochila e indo na direção da porta.

Desde os meus dezesseis anos de idade, Celine Cameron quer que eu encontre o amor da minha vida e quer que eu aproveite a adolescência namorando, só para eu "Ter essa experiência", palavras dela.

Antes que eu ultrapasse minha mãe, ela segura meu rosto de cada lado e faz uma careta deixando um beijo em minha testa, como se estivesse irritada.

— Vá tomar seu café, mon amour.

Eu sabia que ia levar um tapa dela nas costas, dou uma corridinha pelo corredor, desviando das mãos dela, escuto sua risada e sei que ela está andando trás de mim. Quando chego na mesa grande e bastante comidas, consigo ver minhas duas irmãs sentadas em seus lugares, que eram seus desde que eu me entendo por gente, antes de me sentar passo por Kira e deixo um beijo em seu cabelo cheiroso, escutando um risonho carinhoso sair dela.

Me sento, coloco a mochila no chão ao pé da mesa, então começo a me servir. Eu não como muito pela manhã, mas minha mãe faz questão de que nós quatro nos reuníamos essa hora do dia, apenas uma mãe e seus filhos. Hoje Ward não está por motivos óbvios, mas normalmente ele nunca está para o café mesmo, então essa hora sempre acaba ficando apenas para nós, o que eu agradeço muito.

— Quando será seu próximo jogo, filho? - mudo minha atenção para a mulher loira sentada em minha frente.

— Semana que vem. Treinador 'tá pegando meio pesado, mas é de se esperar. E no final de junho temos o último jogo.- informo voltando minha atenção para a salada de frutas que Kira havia feito. Falando nisso cadê ela? — Kira!

Depois de uns minutos ela aparece em disposição para fazer algo por nós, olha para minha mãe, que percebo o por que de eu ter a chamado. — Kira, sente conosco, por favor.

— Tem certeza, Sra. Remy? - Kira pergunta cheia de receio.

— Claro que sim, Kira. Você trabalha aqui desde que eu estava grávida dos gêmeos. - minha mãe diz com um sorriso. — E não precisa me chamar de senhora, fomos amigas e sabe disso, pode me chamar de Celine.

Remy é o sobrenome da minha mãe, por parte de mãe, minha avó materna. Como o sobrenome já diz tudo, meus avós são da França, minha mãe está pedindo o divórcio de Ward, então aos poucos ela está voltando a usar o sobrenome de solteira. Kira é uma das poucas pessoas que a chama de "Sra. Remy", parece que ninguém quer aceitar o fato de que ela está pedindo para se separar.

she came back, cameron.Onde histórias criam vida. Descubra agora