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Índia.

Respiração tava pesada, era madrugada e eu escutei o barulho vindo lá de cima, tinha rezado umas quinze vezes já e meu corpo inteiro tremia.

Última operação de fuga que eu tive foi quando o Fiel foi preso e agora a fuga é minha, bagulho é doido mesmo.

Uma coisa que nunca saiu de mim foi a parada da adrenalina, coisa que eu mais amo na vida.

Respirei fundo andando de um lado pro outro e vi um muleque descendo devagar do teto, tinha um porão lá em cima tampado e pelo visto eles conseguiram abrir por dentro.

Atrás dele desceu mais uns cinco, era parada rápida e óbvia, eles vieram na direção da minha cela e abriram com a chave, Fiel deve ter dado algum jeito de manipular algum infiltrado aqui dentro pra conseguir essa chave.

Enquanto uns vieram abrir minha cela outros foram pro outro lado pela lógica foram matar os monitor que tavam nesse andar já que as mina das outras celas começaram a fazer um escândalo.

Joyce: falou aí Índia, se cuida lá fora parceira.

Balancei a cabeça pra ela que era da cela do lado e sorri de lado, essa louca foi irmazona por todo esse tempo, tava comigo dês do início mesmo sendo facção rival, confio muito não mais deu uma força.

Índia: é nois.

Meu ar saiu quando a grade foi aberta e eu sai com os muleque encarando as outras duas que são da minha cela.

Nem dei moral só sai andando vendo a cabeça do Fiel lá de cima sorrindo e jogando uma escada de madeira velha que devia ser abandonada lá de cima mesmo.

Mesmo sem confiar nesse trem velho eu subi rápido torcendo pras madeira não quebrar, ele me deu a mão e eu peguei sentindo ele me puxar pra cima e atrás de mim veio os outros vapores que desceram.

Fiel: Índia ta com nois porra.

Falou pelo radinho e eu ri jogando a cabeça pra trás.

Deus finalmente.

Ele me puxou passando o braço pelo meu ombro e a gente vazou por uma janela que tinha depois de uns três corredor, tava uma correria do caralho pra uns canto que eu nem sabia que existia nesse lugar e pelo que eu percebi Fiel estudou até os matos desse presídio.

De longe eu vi a luz de uma van e escutei a sirene alta vindo lá de dentro e foi aí que e a gente correu mais rápido ainda.

Fiel jogou uma arma pra mim e meu corpo acendeu de volta quando eu encostei na extensão dela, minha vida bandida.

Os muleque pulou a grade e eu fui atrás indo pela parte cortada onde não tinha eletricidade, caindo do outro lado em pé.

Olhei ao redor quase tendo uma ataque no coração mais o Fiel me puxou com tudo pra dentro da van.

Fiel: depois você respira caralho.

Encarei todo mundo que tava dentro dessa van e soltei meu ar vendo geral vindo fazer toque, enquanto o Fiel gritava pro outro acelerar e passava radinho pros carros que tavam atrás e na frente fazendo contenção.

Fiel: esses carai tão atrás, vai tomar no cu.

Índia: mete bala caralho, ta maluco.

Vi que arma tava carregada e meti pra fora da janela atirando na viatura que tava tentando chegar em nois.

Descarreguei o pente em uma só, não sei o que deu mais a viatura capotou no barranco do lado.

Porém ainda tinha mais, muitas.

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A van tava parecendo carrinho de fórmula 1 quase tombando pros lado desviando de tudo e nois aqui de dentro só metendo bala nos verme.

Deu nem outra a van entrou no meio de uns mato despistando real.

Fiel: deu certo Manuela caralho.

Olhei pra ele louca pra chorar.

Chorar de alívio, por todo esse carai de sofrimento ter acabado.

Quando eu tinha desistido de tudo, desistido de lutar contra tudo que acontecia naquele lugar, Deus mandou sinal.

Respirei fundo vendo ele levantar do banco que ele tava sentando e vir pra onde eu tava me abraçar apertado.

Fiel: tava com saudade de você cara.

Índia: eu também tava, muitas.

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