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Índia.

Olhei pra tela do celular que eu não tive nem o tempo de mexer ainda e vi que já era 16 horas, Felipe já tinha ido pra casa dele e a Luiza subiu pra dormir dizendo que tava morta de sono já que dormiu pouco de ontem pra hoje porque tava ansiosa.

Tava só eu e a tia Rosa fofocando sobre tudo que aconteceu nesse tempo todo, ela me detalhou tudo sobre o comportamento do Diogo e pelo que deu pra perceber ele ta mais louco que o normal, falou sobre o afastamento da Luiza com a família inteira e da briga dela com o Felipe, contou um pouco de cada um e em algumas horas eu já tô sabendo de praticamente tudo.

Mais o que mais me estressou dês da hora que eu cheguei tem um nome específico.

Mandei mensagem pro Fiel perguntando onde tava o caralho do tal do Thiago e em menos de dois minutos ele falou que ia brotar aqui pra me levar no muleque.

Quero nem saber, vai ser pouco papo pra ele ficar bem esperto, quer mexer logo com filha minha, vai tomar no cu.

Rosa: vou subir pra casa viu filha, vai lá depois jantar.

Concordei abraçando ela e vi ela saindo, respirei fundo olhando ao redor da casa de novo, as fotos na estante, eu, o Diogo e as duas crianças no nosso meio sujas de sorvete, o Felipe com o Max, eu e a Anna no batizado dela e outras milhares.

Na parede tinha algumas penduradas deles hoje em dia, uma da Luiza com o Diogo na praia e outra do Felipe com o Diogo de braços cruzados com os fuzil atravessado no corpo e uma minha e dele grandona bem centralizada.

Sorri de canto passando a mão na foto e subi as escadas sentindo meu corpo tremer até chegar no quarto.

Aquele quarto, o quarto que a gente montou juntos, decidimos cada detalhe juntos e continuava tudo igual.

Aqui tinha milhares de foto minha, em cima do painel e uma de nós dois na mesinha do lado dele na cama.

Engoli o seco vendo a aliança do lado da foto e peguei ela circulando ela inteirinha, meu nome gravado por dentro e cada detalhezinho deixava ela ainda mais perfeita.

Uma pena que a minha foi apreendida na delegacia, o próprio Ricardo arrancou de mim e foi lembrar desse velho que eu voltei pra realidade parando de viajar no Diogo.

Eu quero ver o corpo morto do Ricardo e ainda arrancar a cabeça dele com uma faca de cozinha, só pra ver pedacinho por pedacinho saindo com dificuldade.

Assim eu viveria em paz.

Entrei no meu lado do closet e sorri vendo todas as minhas roupas ali ainda, até hoje.

Escutei uma buzina lá em baixo e o celular vibrou aparecendo a foto do Fiel.

Desci correndo e sai vendo ele dentro do carro preto que me trouxe hoje mais cedo.

Fiel: sua marginal, não larga essa vida nunca né.

Índia: só quando me matarem agora.

Entrei no carro e ele já acelerou passando pelos canto buzinando, nunca perde essa mania.

Fiel: tu vai voltar pro movimento mermo?

Índia: eu nunca saí Fiel, privada eu ainda fazia meus corre lá de dentro, não tem como sair cê ta ligado.

Ele balançou a cabeça e parou o carro na frente de uma boca, lembro daqui, bem na viela onde os polícia me pegou.

Até arrepiei.

Fiel: vamo ver teu genro.

Olhei de cara feia pra ele e fui andando atrás dele, passei pelos menino que tavam na entrada, tudo novinho, conhecia quase nenhum mais pela forma que eles me olharam e abaixaram a guarda eu sabia que eles sim me conheciam.

Entrei lá dentro olhando ao redor e respirei fundo, sentindo o cheiro da erva forte.

A gente atravessou o lugar inteiro e foi pra uma parte lá no fundo isolada, Fiel parou de andar e apontou com o dedo pra porta da casinha abandonada lá no final.

Fiel: ta lá, os bagulho que cê precisar ta tudo lá, ele ta meio arrebentado mais foi o Terror que bateu, quando cê terminar aí vai ter um carro lá fora pra tu

Concordei e andei indo pra lá enquanto o Fiel vazava.

Abri a porta e entrei vendo o menino amarrado encarando o nada até a luz lá de fora bater nele e ele levantar a cabeça, mais eu fiz questão de fechar a porta, esse infeliz vai ver a luz do dia nunca mais.

Liguei a luz alaranjada que dava dor de cabeça já que essa casinha não tinha uma janela se quer, era escuridão total, abafada e fedida, o menino devia tar aqui a dias e pelo visto todas as necessidades ele fez ali mesmo.

Aproximei dele olhando cada detalhe do rosto pálido, deve tar sem comer a bastante tempo, ele me olhou em choque e eu sorri pra ele.

Índia: meu genro.

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