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Índia.

De longe se escutava o som alto ecoando pelo Vidigal inteiro, as ruas movimentadas e lotadas com os paredões espalhados por diversas partes da favela junto com os carros de som que eram sincronizados nos paredões.

Vilão: ta gostosa pra caralho, minha patroa.

Chegou por trás de mim beijando meu pescoço e eu sorri virando pra ele vendo aquele homem na minha frente.

Índia: puta merda Diogo.

Falei baixinho perdendo meu ar e beijei ele me sentindo a mulher mais sortuda do mundo em ter um homem desse do meu lado.

Vilão: vamo logo antes que eu perca a cabeça.

Larguei dele sentindo o cheiro dele se misturar com o meu em uma mistura perfeita e sai andando na frente dele que fez sinal pros vapores que tava ali na frente escoltar a gente até a entrada do camarote.

O baile todo parava vendo as moto passar na rua, o Diogo exibido empinava a moto na frente dos vapores que escoltavam a gente.

Segurança pesada mesmo.

Desci da moto abaixando minha saia e o Vilão veio por trás de mim passando a mão pela minha cintura em um aperto firme me fazendo andar na frente dele.

Alguns vapores na nossa frente, outros dos dois lados e mais ainda nas costas todos armados com os fuzil atravessado.

No céu o barulho dos foguetes em comemoração pela nossa chegada misturado com os tiros pro alto que alguns vapores espalhados pelo baile davam.

Abri meu semblante encarando as mulher que me encaravam com nojo e ódio, eu, elas e qualquer um sabe que eu tô no topo sempre e eu entendo o tanto que isso incomoda.

Inveja é foda.

Chegando na escada do camarote os vapores deram licença pra mim subir e eu subi tranquila sabendo que o Diogo tava atrás e se minha saia subisse ele abaixaria no mesmo segundo.

Cumprimentei os mulequinhos que tavam na entrada e andei até a parte que tava as meninas apoiadas na grade olhando lá pra baixo onde a Luiza e a Yasmin tavam com alguns meninos que eu não me lembro de conhecer.

Índia: quem é?

Carol: cara de riquinho, sei não.

Vilão parou do meu lado olhando pra lá e como se soubesse a Luiza virou e olhou aqui pra cima olhando direto pra cara do pai dela que fez sinal na hora pra ela subir.

Vilão: quem é esses carinha?

Balancei o ombro e ele me encarou antes de virar pro Tayan.

Vilão: fica de olho nos pivetinho ali, é da pista e não tem cara de coisa boa não.

Tayan concordou descendo as escadas e se enfiando no meio do povo enquanto a Luiza e a Yasmin subiam as escadas vindo na nossa direção.

Anna: bença pai, bença mãe.

Vilão: Deus te abençoe, quem é aquilo?

Anna: sei lá, chegaram perguntando se a gente era daqui e um monte de coisa.

Vilão: e vc?

Anna: falei que era, mais daí saquei que era lá da pista e inventei uma vida.

Vilão balançou a cabeça concordando e deu um beijo na cabeça dela antes de me dar um selinho e falar que ia trocar um papo com o Fiel.

Índia: seu irmão? Cadê?

Anna: faço nem ideia, vi última vez hoje de tarde lá na praça.

Índia: ta com uma tpm esse menino, que só Deus pra aguentar.

Anna: tpm que não acaba nunca né? menino chato.

Olhei pro copo dela e encarei ela com o olhar que ela entendeu.

Anna: é caipirinha mamis, como esse é seu primeiro baile comigo vou te contar que eu bebo muitão mais não xinga meu pai porque geralmente ele nem vai nos baile então a culpa é do Felipe que fala que vai cuidar de mim e some comer as puta dele, mais hoje eu juro que não vou beber tanto porque eu tô passando mal, só um pouco pra não desanimar e ir embora cedo.

Dei risada pelo jeito dela explicando tudo e abracei minha menina me sentindo um pouco mal vendo ela crescida, bebendo e fumando na minha frente e eu perceber que eu perdi toda a infância dela.

Índia: aproveita sua vida filha.

Ela sorriu mostrando as covinhas igual as minhas e eu virei pro lado vendo uma movimentação começar.

Felipe e um bonde de menino chegando como se o mundo tivessem em um filme.

Anna: aí Deus.

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