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Índia.

Levantei da poltrona vendo o corpo pálido na minha frente, tava parecendo morto com aquele tanto de aparelho no corpo.

Acho que eu nunca gritei tanto com alguém igual eu gritei agora com o Diogo.

Era desesperador rever ele nesse estado depois de tantos anos, não foi isso que eu pedi pra Deus.

Mais é aquelas, Deus escreve certo por linhas tortas e eu sei que tudo vai se ajeitar do jeitinho que tem que ser.

As coisas tão mudando, eu tô livre, tô com os meus filhos, com os meus amigos que são minha família e mesmo com o Diogo assim, eu tô aqui, do lado dele.

O Rodrigo ta morto, sei que não é por isso que não vai aparecer problema, em menos de 10 horas que eu cheguei nesse morro já tô sabendo de tanta coisa que minha cabeça ta até doendo, mais pelo menos o meu pior problema foi morar com o capeta.

Olhei pra Anna Luiza que entrava no quarto com dois copos plásticos com água.

Peguei da mão dela que sorriu leve indo pro lado do pai dela passando o dedo por cima da tatuagem que eu só reparei agora, o nome dela.

Anna: ele foi um bom pai sabe?! eu que não fui uma boa filha.

Ela respirou fundo ainda passando a mão na tatuagem.

Anna: ele falava de você todos os dias, falava que eu era linda igual você, que eu tinha te puxado em tudo e falava o tanto que você seria feliz se tivesse com a gente em todos os nossos momentos em família.

Vi os olhos dela começando a brilhar e engoli o seco, só observando cada movimento dela.

Anna: eu era a mini índia dele e só a gente sabe o tanto que eu ficava feliz quando era comparada com você, era tudo bom em casa, tinha uma relação perfeita com ele, era meu herói, mais eu me aproximei do Thiago e foi a pior escolha que eu fiz na minha vida.

Vi o exato momento que ela entrou em guerra com ela mesma, o semblante dela mostrava que ela pensava muito além se contava ou não e eu olhei pra ela tentando incentivar.

Anna: o Thiago era só meu ficante, mais dava pra ver maldade no olhar dele e era disso que eu tinha medo, ele ficou doido e tinha todos os meus passos na mão dele e foi desse jeito que ele descobriu umas coisas minhas, foi aí que ele conseguiu o que queria, eu fazia e faço tudo que ele quer por causa disso, pra ele não sair contando o que viu, é coisa pessoal sabe? coisa minha.

Concordei com a cabeça suspirando, tinha coisa nessa história, ela tomou cuidado com cada palavra que saiu da boca dela ainda mais quando falou que era coisa pessoal dela.

Anna: por causa dele eu larguei minha vida, me entreguei de corpo e alma pra ele, ele não me queria perto de ninguém, tinha ciúmes até da família e com isso eu me afastei do meu pai, via ele direto em casa mais não trocava muito papo, mais foi culpa minha, ele vinha atrás de mim, perguntava se eu tava bem, o que tava acontecendo comigo mais eu sempre inventava alguma coisa e fugia dele, com o tempo ele foi cansando de ficar atrás, mais eu sabia da preocupação que ele ainda tinha, era medo de me perder também, igual ele falava já tinha perdido a Índia dele, se ele perdesse a mini India ele perdia tudo.

Ela suspirou passando a mão no cabelo e soltou o olhar que encarava ela agora olhando pra mim.

Anna: eu quero tanto pedir perdão pra ele, poder abraçar ele e pedir desculpas por tudo, eu sinto tanta falta dele na minha vida, eu amo meu pai, mãe.

Senti minhas lágrimas caírem e levantei indo pro lado dela puxando ela pra mim, abracei ela fazendo um carinho nos cabelos dela e com a outra mão livre peguei na mão do Diogo.

Índia: e ele ama você, filha.

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Lance Criminoso Where stories live. Discover now