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Índia.

Entrei dentro da casa que tinha no meio do nada era uma chácara isolada e já na sala eu vi a Carol andando de um lado pro outro.

Carol: caralho.

Veio correndo na minha direção e eu sorri abraçando ela com força e senti minhas lágrimas descerem mesmo comigo sorrindo.

Olhei pra cara dela que segurou meu rosto passando os dedos pela minha bochecha enquanto chorava também.

Carol: caralho Manuela, não acredito cara.

Índia: nem eu, meu Deus Carol.

Era espontâneo as lágrimas não paravam de cair, caralho 15 anos não é qualquer um que aguenta.

Carol: você me fez tanta falta Manu, tanta.

Sorri balançando a cabeça e encarei o Fiel que tava atrás da gente só encarando tudo.

Fiel: cê ta precisando de um banho coisa feia, ta mais suja que o normal.

Índia: idiota vai se fuder.

A Carol me soltou e eu vi ela tremendo inteirinha, ansiedade é o carai mesmo.

Carol: não mais pelo amor de Deus, vamo trocar essa roupa mesmo, arrumar esse cabelo, ta precisando tirar esse ar de cadeia de você.

Na moral mesmo nem queria me olhar no espelho já conseguia imaginar o pior, eu sei que eu tô acabada.

Fiel: vou entrar em contato com o Vidigal, tomar no cu caralho a patroa ta de volta.

Dei risada entrando em um corredor com a Carol que me puxou pra um quarto.

Carol: ta, tem fofoca demais amiga, 15 anos pra te atualizar de tudo.

India: perdi muita coisa.

Murmurei vendo ela abrir uma mala que tinha em cima da cama, carai minhas roupa tudo.

Índia: não acredito.

Carol: mais vai recuperar tudo que perdeu, vamo começar com a tua dignidade né, vai tomar um banho cara, hidratar esse cabelo e tirar essas marca aí, que a gente precisa conversar.

Olhei pro meu corpo que tava pura craca, sujeira mesmo.

Entrei no banheiro vendo o espelho gigante na minha frente, puta merda, meu cabelo tava seco, horrível, meu rosto tinha umas marcas de agressão e uma olheira profunda, o que aparecia do meu corpo coberto pela camiseta larga do presídio dava pra ver o tanto que eu tava machucada.

Respirei fundo e tirei aquela camiseta suja, junto com a calça moletom cinza que tava encardida e cheia de mancha de sangue, joguei o chinelo que já tava praticamente deixando meu pé encostar no chão no lixo e entrei debaixo do chuveiro sentindo a água morna lavar até minha alma.

Soltei meu ar me sentindo mais leve, meu sofrimento finalmente tinha acabado eu tinha me livrado de tudo.

A água saia marrom do meu corpo e eu ficava com nojo de mim mesma, situação no presídio é crítica.

Sai de baixo do chuveiro e me enrolei na toalha voltando pro quarto vendo a roupa que a Carol deixou em cima da cama.

Um shorts jeans, um cropped e uma havaianas branca.

Vesti me sentindo mais fresca e limpa finalmente, penteei meu cabelo que tava enorme pedindo por um corte pra tirar o seco das pontas.

Carol: agora sim, voltou a ser a Índia.

Apareceu rindo e eu virei pra ela.

Índia: mais dois meses naquele lugar eu me suicidava de verdade.

Carol: ta maluca Manuela, acabou cara, relaxa.

Finalmente.

Índia: meus filhos?

Carol: tão no morro, tem problema demais acontecendo e tu vai ter que se por no meio porque nem Vilão conseguiu resolver.

Índia: tem haver com o menino né? Namorado lá, tô com ele na mente.

Carol: vou te contar mais não surta.

Olhei pra ela que sentou na cama e eu parei na frente colocando a mão na cintura.

Carol: Felipe pegou ele apontando uma arma na cabeça dela.

Arregalei os olhos sentindo meu coração bater forte pra caralho.

Índia: que?

Carol: liguei pra Yasmin ontem, ela disse que viu uma marca nas costas da Luiza no dia que ela resolveu terminar o namoro, todo mundo desconfia da relação deles e a Yas percebeu que a Anna tinha sumido o resto da tarde e foi atrás do Felipe, daí ele foi atrás e viu a cena.

Índia: Felipe se envolveu no mundo?

Ela balançou a cabeça concordando e eu suspirei, já tinha quase certeza disso, ele pegou ódio da polícia dês de novo, tinha medo disso ainda mais tando longe dele.

Índia: o que ele fez com o desgraçado do muleque?

Carol: levou pra alguma salinha, menino ta sendo torturado só esperando o Vilão acordar pra acabar com ele.

Índia: eu mesma quero apagar esse infeliz, da pior forma Carol, quero o papo rodando naquela favela já que ele ta morto.

Ela balançou a cabeça engolindo o seco e eu respirei fundo, porra ta achando que é quem pra apontar uma arma na cabeça da minha menina e sair livre, porra de Vilão quem vai resolver sou eu.

Vi o Fiel entrando no quarto e se jogando na cama também e eu encarei ele no deboche.

Índia: como vocês me acharam?

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