Peguei nela ao colo e levei-a para o meu quarto. Deitei-a na cama e comecei a despi-la.
Enquanto tirava o seu top ia depositando beijos no seu pescoço. As minhas mãos passeavam pelos seus seios os quais beijei de seguida.
Subi para a sua boca, beijando-a como se não houvesse amanhã e ia abrindo o ziper da sua calça jeans.
- Não! Não posso, digo saindo de cima dela.
- Rodolffo! Que foi? Fiz alguma coisa?
- Não fizeste nada! O problema é comigo. Sai daqui.
- Como assim? Perguntei sem entender nada e já com os olhos marejados.
- Sai por favor, diz ele com uma certa rispidez.
Saí sem entender nada. Fui para o meu quarto, tranquei a porta e deitada na minha cama chorei tentando assimilar tudo o que tinha acontecido.
Já esgotada pelo choro e sem ter chegado a nenhuma conclusão adormeci.
.....
Eu queria tanto fazer amor com ela. Tenho a certeza que ela para mim é muito mais que as peguetes de uma noite.
Eu quero estar com ela. Eu quero amá-la mas naquela hora eu bloqueei.Ela merece um homem que esteja disposto a amá-la 100% e neste momento sinto que não tenho essa capacidade.
Podia aproveitar-me da situação mas sinto que ela não é como as outras. Merece muito mais do que eu posso oferecer de momento.
Sinto-me um idiota. O que ela pensará de mim? Pouco importa. Prefiro que me odeie pelo que não fiz do que ser um cafageste para ela.
O sono não veio e a cabeça estava a mil. Passou uma locomotiva por cima dela pois quando amanheceu a dor que sentia era insuportável.
Não tinha remédio no quarto então, desci à cozinha.
- Lúcia! Tem aí remédio para enxaquecas? Estou a ponto de explodir.
- O que passou por aqui? A Ju estava igual. Tem aqui. Queres café?
- Só o comprimido. Vou tentar dormir. - A Ju já tomou café?
- Não quis. Pegou uma fruta e foi para a faculdade.
- Tá! Vou lá tentar dormir.
....
Levantei-me com uma enxaqueca daquelas de bater com a cabeça na parede.
Tomei um duche, peguei meus livros e desci.
- Bora reagir que hoje é um novo dia.- Tão cedo, Lúcia!
- Isso pergunto eu.
- Estou com dor de cabeça. Só quero uma chávena de café, um comprimido e uma maçã para comer mais tarde.
Tomei o café e saí rumo à faculdade.
Prometi a mim mesma que o sucedido na noite anterior não ia afetar os meus sonhos.Doía? Muito, mas já superei tanta dor. Era só mais uma. O difícil vai ser conviver com ele na mesma casa.
Encontrei o meu amigo Tomás. Além de amigo tornou-se meu confidente.
Acabei por desabafar com ele sobre o final se semana.
- Um trouxa! Quem perdeu foi ele. Deixar fugir uma maravilhosa destas. Bobão. Deixa essa alimária pra lá.
- Tenho novidades.
- Fala.
- Surgiu a oportunidade de ir terminar a faculdade em Portugal. Vem comigo?
- Como assim, ir para Portugal?
- As universidades de lá são muito conceituadas e eu quero outros ares. Estou tentado a aceitar. Tenho este mês todo para decidir.
A Universidade é em Lisboa mas eu ficarei no apartamento da minha amiga Joana em Cascais. Dista de Lisboa cerca de 30 minutos mas tem uma rede de transportes muito boa.
Dividiremos as despesas. O apartamento é enorme, dá para ti também.- Que nada! Tu tens os teus pais que te mantêm enquanto não terminas o curso mas eu preciso de trabalhar.
- Havemos de arranjar solução.
- Esquece. Vamos para a aula.
Passou uma semana e não me cruzei com ele. A Lúcia disse que ele passou a viver no apartamento. Só ia lá porque ainda tinha lá o escritório.
Alice
Durante a semana percebi algo de estranho no meu irmão. Mudou para o apartamento, só ia ao escritório, não fazia refeições connosco. Preciso de saber o que aconteceu no final de semana.
Cheguei do trabalho e vi que ele ainda trabalhava.
Bati à porta.
- Mano! Posso entrar?
- Entra.
- Ainda a trabalhar? Senta aqui um pouco comigo. Precisamos de conversar.
Ele sentou, dei-lhe um abraço ao ver os olhos dele marejados.
- O que foi? Conta à mana.
Ele limpou as lágrimas e contou tudo sem esconder nada.
- Eu fui um canalha.
- Em parte. Devias ter conversado com ela explicar a situação, mas, deixa que te diga:
- Mano! Procura ajuda. Ficares preso ao passado não te faz bem. Quem te magoou lá atrás já não faz parte da tua vida. Tens que dar chance a outro amor.
- Consulta um psicólogo. Assim como está é ruim.
- Como estás lá no apartamento?
- Mal. Mas pelo menos não a vejo. Quer dizer: vejo ela chegar todos dias com aquele amiguinho granfino da faculdade.
- E o que sentes?
- Muito ódio e vontade de lhe partir a tromba. Os dois é só abracinhos à despedida.
- Pois é mano! Tu não queres, tem quem queira.
Não lhe contei, mas, a Ju já me falou desse amigo. O Tomás é gay, mas isso eu não conto ao meu irmão. Deixa ele ter ciúmes.
- Não fales assim, mana. Estou sofrendo muito.
- E vais continuar se não arranjares solução. Janta connosco?
- Talvez.
Fiquei para jantar mas confesso que estava apreensivo sobre encontrar a Ju.
Já estávamos na mesa quando ela desceu com a Lia.
- Boa noite a todos. Mamãe, olha como a Lia está cheirosa!
Sentei a Lia na cadeira junto à mãe e tomei o meu lugar em frente a ele.Não trocámos uma palavra. Conversei com Alice sobre a faculdade, sobre Lia, mas tentei não olhar sequer para ele.
Alice subiu com a filha, eu fiz questão de me levantar e ele falou:
- Ju! Podemos conversar?
- Depende. Qual seria o assunto?
- Sobre nós. Sobre o outro dia.
- Sobre nós não tem assunto. Sobre o outro dia já passou tanto tempo que qualquer explicação a esta altura já não significa nada.
- Eu tenho por hábito resolver os meus assuntos na hora ou no máximo no dia seguinte.
- Uma semana depois, ou o assunto era fútil ou já não tem qualquer significado que mereça ser falado.
- Para mim significa muito e eu precisava de tempo.
- Sinal que estamos em lados opostos. Fica bem que eu também estou.
- Boa noite. Até amanhã.
Ela subiu e eu fiquei ali sentado sentindo a bofetada de luva branca.
- Vai trouxa! Faz de novo.
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