Capítulo 8

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Peguei nela ao colo e levei-a para o meu quarto.  Deitei-a na cama e comecei a despi-la.

Enquanto tirava o seu top ia depositando beijos  no seu pescoço.  As minhas mãos passeavam pelos seus seios os quais beijei de seguida.

Subi para a sua boca, beijando-a como se não houvesse amanhã e ia abrindo o ziper da sua calça jeans.

- Não!  Não posso, digo saindo de cima dela.

- Rodolffo!  Que foi? Fiz alguma coisa?

- Não fizeste nada!  O problema é comigo.  Sai daqui.

- Como assim? Perguntei sem entender nada e já com os olhos marejados.

- Sai por favor, diz ele com uma certa rispidez.

Saí sem entender nada.  Fui para o meu quarto, tranquei a porta e deitada na minha cama chorei tentando assimilar tudo o que tinha acontecido.

Já esgotada pelo choro e sem ter chegado a nenhuma conclusão adormeci.

.....

Eu queria tanto fazer amor com ela.  Tenho a certeza que ela para mim é muito mais que as peguetes de uma noite.
Eu quero estar com ela.  Eu quero amá-la mas naquela hora eu bloqueei.

Ela merece um homem que esteja disposto a amá-la 100% e neste momento sinto que não tenho essa capacidade.

Podia aproveitar-me da situação mas sinto que ela não é como as outras.  Merece muito mais do que eu posso oferecer de momento.

Sinto-me um idiota.  O que ela pensará de mim?  Pouco importa.  Prefiro que me odeie pelo que não fiz do que ser um cafageste para ela.

O sono não veio e a cabeça estava a mil.  Passou uma locomotiva por cima dela pois quando amanheceu a dor que sentia era insuportável.

Não tinha remédio no quarto então,  desci à cozinha.

- Lúcia! Tem aí remédio para enxaquecas? Estou a ponto de explodir.

- O que passou por aqui?  A Ju estava igual.  Tem aqui. Queres café?

- Só o comprimido.  Vou tentar dormir. - A Ju já tomou café?

- Não quis.  Pegou uma fruta e foi para a faculdade.

- Tá!  Vou lá tentar dormir.

....

Levantei-me com uma enxaqueca daquelas de bater com a cabeça na parede. 
Tomei um duche, peguei meus livros e desci.
- Bora reagir que hoje é um novo dia.

- Tão cedo, Lúcia!

- Isso pergunto eu.

- Estou com dor de cabeça.  Só quero uma chávena de café, um comprimido  e uma maçã para comer mais tarde.

Tomei o café e saí rumo à faculdade.
Prometi a mim mesma que o sucedido na noite anterior não ia afetar os meus sonhos.

Doía?  Muito, mas já superei tanta dor.  Era só mais uma.  O difícil vai ser conviver com ele na mesma casa.

Encontrei o meu amigo Tomás.   Além de amigo tornou-se meu confidente.

Acabei por desabafar com ele sobre o final se semana.

- Um trouxa! Quem perdeu foi ele.  Deixar fugir uma maravilhosa destas.  Bobão.   Deixa essa alimária pra lá.

- Tenho novidades.

- Fala.

- Surgiu a oportunidade de ir terminar a faculdade em Portugal.  Vem comigo?

- Como assim, ir para Portugal?

- As universidades de lá são muito conceituadas e eu quero outros ares. Estou tentado a aceitar.  Tenho este mês todo para decidir.

A Universidade é em Lisboa mas eu ficarei no apartamento da minha amiga Joana em Cascais.  Dista de Lisboa cerca de 30 minutos mas tem uma rede de transportes muito boa.
Dividiremos as despesas.  O apartamento é enorme, dá para ti também.

- Que nada!  Tu tens os teus pais que te mantêm enquanto não terminas o curso mas  eu preciso de trabalhar.

- Havemos de arranjar solução.

- Esquece.   Vamos para a aula.

Passou uma  semana e não me cruzei com ele.  A Lúcia disse que ele  passou a viver no apartamento.   Só ia lá porque ainda tinha lá o escritório.

Alice

Durante a semana percebi algo de estranho no meu irmão.  Mudou para o apartamento, só ia ao escritório,  não fazia refeições connosco.   Preciso de saber o que aconteceu no final de semana.

Cheguei do trabalho e vi que ele ainda trabalhava.

Bati à porta.

- Mano!  Posso entrar?

- Entra.

- Ainda a trabalhar?  Senta aqui um pouco comigo.   Precisamos de conversar.

Ele sentou, dei-lhe um abraço ao ver os olhos dele marejados.

- O que foi? Conta à mana.

Ele limpou as lágrimas e contou tudo  sem esconder nada.

- Eu fui um canalha.

- Em parte.  Devias ter conversado com ela explicar a situação,  mas, deixa que te diga:

- Mano! Procura ajuda.  Ficares preso ao passado não te faz bem.  Quem te magoou lá atrás já não faz parte da tua vida.  Tens que dar chance a outro amor.

- Consulta um psicólogo.  Assim como está é ruim.

- Como estás lá no apartamento?

- Mal.  Mas pelo menos não a vejo.  Quer dizer:  vejo ela chegar todos dias com aquele amiguinho granfino da faculdade.

- E o que sentes?

- Muito ódio e vontade de lhe partir a tromba.  Os dois é só abracinhos à despedida.

- Pois é mano! Tu não queres,  tem quem queira.

Não lhe contei, mas, a Ju já me falou desse amigo.  O Tomás é gay, mas isso eu não conto ao meu irmão.   Deixa ele ter ciúmes.

- Não fales assim, mana.  Estou sofrendo muito.

- E vais continuar se não arranjares solução.  Janta connosco?

- Talvez.

Fiquei para jantar mas confesso que estava apreensivo sobre encontrar a Ju.

Já estávamos na mesa quando ela desceu com a Lia.

- Boa noite a todos.   Mamãe,  olha como a Lia está cheirosa!
Sentei a Lia na cadeira junto à mãe e tomei o meu lugar em frente a ele.

Não trocámos uma palavra.  Conversei com Alice sobre a faculdade,  sobre Lia, mas tentei não olhar sequer para ele.

Alice subiu com a filha, eu fiz questão de me levantar e ele falou:

- Ju!  Podemos conversar?

- Depende.  Qual seria o assunto?

- Sobre nós.  Sobre o outro dia.

- Sobre nós não tem assunto.  Sobre o outro dia já passou tanto tempo que qualquer explicação a esta altura já não significa nada.

- Eu tenho por hábito resolver os meus assuntos na hora ou no máximo no dia seguinte.

- Uma semana depois, ou o assunto era fútil ou já não tem qualquer significado que mereça ser falado.

- Para mim significa muito e eu precisava de tempo.

- Sinal que estamos em lados opostos.  Fica bem que eu também estou.

- Boa noite.  Até amanhã.

Ela subiu e eu fiquei ali sentado sentindo a bofetada de luva branca.

- Vai trouxa! Faz de novo.












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