A médica veio atender a Ju e levou-a para fazer um ultrassom.
Chamou-me para a acompanhar.Segurei na mão da Ju enquanto médica posicionava o aparelho.
- Então papás! Falta cerca de um mês para o parto mas as surpresas podem aparecer.
Está tudo bem com esta menininha.
Foram só cólicas talvez provocadas por algum alimento ou pode ser ansiedade da mãe.- Fizeram bem em vir à clínica. Tentem completar a gestação sem stress e Ju! Muito descanso. Nada de esforço físico e emocional.
O Rodolffo deu um beijo na minha mão e saímos dali em direcção ao carro dele.
A viagem até casa foi no mais profundo silêncio.
- Mamã! Voltaste? Já estás melhor?
- Estou bem meu amor. A mamãe vai deitar-se um bocadinho.
- Queres que te prepare alguma coisa para comer? Perguntou Rodolffo.
- Não. Obrigada. Quero ficar sózinha.
Fiquei com a minha filha. Estava na hora de Fátima ir embora.
- Obrigado Fátima pela ajuda. Até sexta.
- Até sexta. Adeus Matilde.
- Tchau.
Telefonei ao meu agente e cancelei os shows dos próximos 3 meses. Já não eram muitos. Por conta do final da gravidez da Ju não tinha aceite todos os finais de semana.
Preparei o jantar e fui dar banho à Matilde. Ela já queria tomar só mas fiquei a vigiar.
Jantámos os dois e depois de ela dar um beijo à mãe fui deitá-la.
- A mamã está doente, papá?
- Não filha. A mamã está só cansada. A mana pesa muito. Já viste que a barriga está tão grande?
- É. Barrigão.
- Dorme filha. Bons sonhos.
- Beijo papá.
Saí e fui preparar uma sopa e umas frutas para a Ju comer.
- Ju! Trouxe o teu jantar. Já estás há muito tempo sem comer.
- Não tenho fome.
- Faz um esforço. Por ti e pela bébé.
- Come. Eu já volto.
Voltei 15 minutos depois e ela tinha comido quase tudo.
Pousei o tabuleiro na cómoda, sentei-me na frente dela, segurei nas suas mãos e disse:
- Vamos conversar?
- Se já tiveres alguma coisa a dizer-me sobre aquela mensagem.
- Não é sobre a mensagem. É sobre a maneira como reagiste à mensagem.
- Querias o quê? Que ficasse contente?
-Não! Queria que me tivesses dito que viste a mensagem. Que me tivesses questionado na hora e não tirar print e procurar pêlo em ovo.
- Tiraste as tuas próprias conclusões precipitadas. Fizeste de mim o canalha de há anos. Prometemos não deixar estes assuntos pendentes mas não conseguimos.
- Mas eu sinto-me insegura. Não temos sexo faz muito tempo. Tive ciúmes da mensagem, do abraço e de ela estar no camarim.
- E custava dizer? Preferiste reduzir-me ao cafageste que já fui um dia.
Sexo? Tens noção que durante 5 anos não tive sexo? Era agora que ia perder tudo por uma transa? Muito mal me conheces Juliette.- Não me telefonaste naquela noite conforme habitual. Achei a mensagem seca. Eu sou humana, também tenho defeitos. E muitos ciúmes.
- Estava muito cansado e tu também precisavas de descansar. E também tenho defeitos e ciúmes mas tenho tentado controlá-los ou pensas que nunca reparei em como o Gustavo dá em cima de ti.
- Nada demais. Ele sabe o seu lugar.
- Vês! Eu também posso dizer que o vídeo que viste não era nada demais.
Um abraço entre 2 pessoas e uma troca de palavras.- Quem é ela?
- Chegámos ao cerne da questão. Está pergunta deveria ter sido feita logo que viste a mensagem.
- É a namorada do meu agente. Estavam zangados e pediu-me ajuda para chegar até ele. Felizmente já se acertaram.
- E a outra com quem gritaste quando saíste com a Matilde?
- Boca de sacola a minha filha. Era uma fã que sempre que me vê quer agarrar e beijar.
Continuava a segurar as mãos dela e dei-lhes um beijo.
- Porque somos assim? Questionava ela chorando.
- De cada vez que brigamos perdemos momentos tão bons.
- Pois é! Somos dois trouxas. Nem o tempo que passámos separados nos fez entender isso. Será que vai ser sempre assim?
- Será se nós deixarmos. Desculpa.
- Se voltares para o nosso quarto, é uma possibilidade, não uma promessa.
- E o que eu posso fazer para me desculpar?
- Durante 8 dias cumprirás uma pena. Vem que lá no quarto eu digo-te o que é.
Levei-a para o outro quarto e enchi a banheira.
- Primeira penitência; massagem no banho. Sou sempre eu que faço, hoje eu quero.
Ela fez mas por conta do barrigão, mal chegava às minhas costas. Acabei eu fazendo nela.
- Nunca mais duvides do meu amor por ti. Com ou sem sexo eu amo-te. O sexo vem depois.
- Perdoa a tua ciumenta. "Prometo" não julgar primeiro.
Após um beijo escaldante fomos dormir de conchinha.