Capítulo 32

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A médica veio atender a Ju e levou-a para fazer um ultrassom.
Chamou-me para a acompanhar.

Segurei na mão da Ju enquanto médica posicionava o aparelho.

- Então papás!  Falta cerca de um mês para o parto mas as surpresas podem aparecer.
Está tudo bem com esta menininha.
Foram só cólicas talvez provocadas por algum alimento ou pode ser ansiedade da mãe.

- Fizeram bem em vir à clínica.  Tentem completar a gestação sem stress e Ju! Muito descanso.  Nada de esforço físico e emocional.

O Rodolffo deu um beijo na minha mão e saímos dali em direcção ao carro dele.

A viagem até casa foi no mais profundo silêncio.

- Mamã! Voltaste? Já estás melhor?

- Estou bem meu amor.  A mamãe vai deitar-se um bocadinho.

- Queres que te prepare alguma coisa para comer? Perguntou Rodolffo.

- Não.  Obrigada.  Quero ficar sózinha.

Fiquei com a minha filha.  Estava na hora de Fátima ir embora.

- Obrigado Fátima pela ajuda.  Até sexta.

- Até sexta. Adeus Matilde.

- Tchau.

Telefonei ao meu agente e cancelei os shows dos próximos 3 meses. Já não eram muitos.  Por conta do final da gravidez da Ju não tinha aceite todos os finais de semana.

Preparei o jantar e fui dar banho à Matilde.   Ela já queria tomar só mas fiquei a vigiar.

Jantámos os dois e depois de ela dar um beijo à mãe fui deitá-la.

- A mamã está doente,  papá?

- Não filha. A mamã está só cansada.  A mana pesa muito.  Já viste que a barriga está tão grande?

- É. Barrigão.

- Dorme filha.  Bons sonhos.

- Beijo papá.

Saí e fui preparar uma sopa e umas frutas para a Ju comer.

- Ju! Trouxe o teu jantar.  Já estás há muito tempo sem comer.

- Não tenho fome.

- Faz um esforço. Por ti e pela bébé.

- Come.  Eu já volto.

Voltei 15 minutos depois e ela tinha comido quase tudo.

Pousei o tabuleiro na cómoda, sentei-me na frente dela, segurei nas suas mãos e disse:

- Vamos conversar?

- Se já tiveres alguma coisa a dizer-me sobre aquela mensagem.

- Não é sobre a mensagem.  É sobre a maneira como reagiste à mensagem.

- Querias o quê? Que ficasse contente?

-Não! Queria que me tivesses dito que viste a mensagem.  Que me tivesses questionado na hora e não tirar print e procurar pêlo em ovo.

- Tiraste as tuas próprias conclusões precipitadas. Fizeste de mim o canalha de há anos.  Prometemos não deixar estes assuntos pendentes mas não conseguimos.

- Mas eu sinto-me insegura.  Não temos sexo faz muito tempo.  Tive ciúmes da mensagem, do abraço e de ela estar no camarim.

- E custava dizer?  Preferiste reduzir-me ao cafageste que já fui um dia.
Sexo? Tens noção que durante 5 anos não tive sexo?  Era agora que ia perder tudo por uma transa?  Muito mal me conheces Juliette.

- Não me telefonaste naquela noite conforme habitual.  Achei a mensagem seca.  Eu sou humana, também tenho defeitos.  E muitos ciúmes.

- Estava muito cansado e tu também precisavas de descansar.  E também tenho defeitos e ciúmes mas tenho tentado controlá-los ou pensas que nunca reparei em como o Gustavo dá em cima de ti.

- Nada demais.  Ele sabe o seu lugar.

- Vês!  Eu também posso dizer que o vídeo que viste não era nada demais.
Um abraço entre 2 pessoas e uma troca de palavras.

- Quem é ela?

- Chegámos ao cerne da questão.   Está pergunta deveria ter sido feita logo que viste a mensagem.

- É a namorada do meu agente.  Estavam zangados e pediu-me ajuda para chegar até ele.  Felizmente já se acertaram.

- E a outra com quem gritaste quando saíste com a Matilde?

- Boca de sacola a minha filha.  Era uma fã que sempre que me vê quer agarrar e beijar.

Continuava a segurar as mãos dela e dei-lhes um beijo. 

- Porque somos assim? Questionava ela chorando.

- De cada vez que brigamos perdemos momentos tão bons.

- Pois é! Somos dois trouxas.  Nem o tempo que passámos separados nos fez entender isso.  Será que vai ser sempre assim?

- Será se nós deixarmos.  Desculpa.

- Se voltares para o nosso quarto, é uma possibilidade, não uma promessa.

- E o que eu posso fazer para me desculpar?

- Durante 8 dias cumprirás uma pena.  Vem que lá no quarto eu digo-te o que é.

Levei-a para o outro quarto e enchi a banheira. 

- Primeira penitência; massagem no banho.  Sou sempre eu que faço, hoje eu quero.

Ela fez mas por conta do barrigão, mal chegava às minhas costas.   Acabei eu fazendo nela.

- Nunca mais duvides do meu amor por ti.  Com ou sem sexo eu amo-te.   O sexo vem depois.

- Perdoa a tua ciumenta.  "Prometo" não julgar primeiro.

Após um beijo escaldante fomos dormir de conchinha.










Sétimo Sol Where stories live. Discover now