Cascais
Tomás chegou a casa, segurou na minha cintura e rodopiou comigo pela sala fora.
- Deixa-me Tomás! Estás doido?
- Doido não. Muito feliz.
- Porquê?
- Porque a felicidade dos meus amigos é a minha felicidade.
- Ah! Eu também fico feliz quando os meus amigos estão felizes.
Matilde chega com o telemóvel na mão.
- Mamã! Coloca música do papá.
Eu coloquei a playlist do Rodolffo para ela ouvir como fazia todos os dias.
Ela cantava e imitava os gestos do pai com um microfone que havia ganho no último aniversário.
Essa ai vai dar trabalho. Diz Tomás observando a miúda.
- Ju! Vamos sair. Almoçar fora. Eu ligo ao João.
- E não preferes ir só com ele?
- Não. A Joana não está. Vem connosco. Vamos passear ao Cascais shopping e almoçamos lá.
- Amanhã é Domingo. Já estou em Portugal há 5 anos e ainda não fui Fátima. Vamos?
- Vambora.
Domingo cedo partimos em direcção a Fátima. 2,30 a partir de Lisboa.
Preciso agradecer todas as coisas boas que me proporcionou.
Chegámos. Que lugar incrível. O ar muda assim que chegamos. Fica mais leve.
Assistimos à missa na capelinha das aparições e fomos comprar velas.
Não tem ninguém para vender as velas. Em cima de uma bancada diversos cestos com velas de vários tamanhos e vários preços. Cada um escolhe as velas que quiser e deposita o dinheiro na ranhura ao lado do cesto respectivo.
Só há loja para as velas referentes às partes do corpo.
Fomos acender as velas e colocar no respectivo lugar.
Comprei diversas lembranças para levar para o Brasil. Pensa na quantidade de lojas e artigos religiosos. Ainda deu tempo de pedir ao padre para abençoar as ofertas.
Amei este lugar. Quem teria adorado seria a minha mãezinha. Rezei por ela.
Brasil
Hoje vou sair com o Rodolffo. Ele apesar de dizer que já não tem o hábito de sair à noite, prontificou-se para me acompanhar.
Fomos a um show de sertanejo e de seguida para um pagode.
- Rodolffo! Queres ir comigo quando regressar a Lisboa?
- Como? Ir contigo fazer o quê?
- Nunca foste. Vai lá conhecer a minha terra. Quem sabe vens de lá com uma portuguesinha.
- Se estivesse lá uma tal brasileirinha eu ia sem pensar.
- Mas, quem sabe. Tu sabes para onde ela fugiu?
- Sei que desembarcou em Lisboa. Não sei mais nada.
- Estás a ver! Já é alguma coisa. Eu ajudo a procurar.
- E se ela já tiver outro?
- Segues com a tua vida. Assim estás estagnado.
- Quando vais?
- Daqui a 10 dias.
- Vou pensar.
A certa altura Diogo que se tinha afastado veio ter comigo ao bar.
