Capítulo 30

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As férias estavam a acabar.  Fizemos um contrato com uma firma de decoração de uma amiga do Diogo e combinámos que ela enviaria todos os projectos para eu analisar.

Nestes últimos dias o tempo mudou imenso.  Chovia quase todo o dia e não dava para sair muito.

Aproveitámos as manhãs na academia do hotel e de tarde estávamos com os nossos amigos.

Chegou o dia da partida.  É muito bom estar de férias mas já temos saudades da família.

Fomos todos juntos para o aeroporto.   O nosso voo era às 5 da madrugada, directo a S. Paulo.

O Tomás era o mais animado.  Junto com a Matilde cantavam uma das canções do Rodolffo.

- é o Sétimo Sol que eu vejo nascer
  Tem uma semana e cadê você?
   .....

Ela só queria cantar se fosse música do pai.
Cantavam e balançavam os braços já dentro do aeroporto,  fazendo com que várias pessoas olhassem para eles.

Já  no interior do avião cada um tomou o seu assento e como sempre a gaiata quis ir à janela.

Foi-nos servido um café e logo estávamos todos a dormitar.  Todos não.

A Joana e o Diogo conversavam com alguma intimidade.  Há uns dias que notamos uma maior aproximação.   Perguntei ao Tomás e ele disse que o Diogo tem frequentado a casa deles com mais frequência.

Resolvi não perguntar nada e deixar os dois à vontade para contarem quando achassem ideal.  Pode até não ser nada.

Chegámos a S. Paulo e seguimos todos para o nosso apartamento onde iam ficar o Tomás,  o Diogo, o João e a Joana.   Nós ficaremos na casa da Alice até às festas de final de ano.
No Natal toda a família e amigos virão para cá.  A casa é enorme.  Alberga muita gente.

A Lia já estava de férias então a Matilde correu logo à procura dela.
Encontrou-a perto da piscina e por lá ficaram.

- Vão descansar um pouco até ao almoço.   Eu tomo conta da Matilde.   Ela por certo não quer dormir agora.

- Ela dormiu a viagem toda, disse Rodolffo.

- Vamos amor!  Tomar um banho, disse à Ju dando-lhe um beliscão.

- Sem ideias, sr. Engenheiro que eu estou mesmo cansada.

- Eu também sra. Arquitecta. Só uma massagem de relaxamento.

- Essa eu quero.

A casa da Alice já estava decorada para o Natal.   Acrescentámos alguns ornamentos que faltavam e fomos para a cozinha ajudar a Lúcia com a ceia de Natal.

A Maria e o marido da Lúcia vinham cear connosco também.

O papai Noel deixou muitos presentes para todos.  No dia 25 reunimo-nos em frente à àrvore e cada um abria um presente.

Eu e Rodolffo tínhamos combinado não nos presentear-mos pois já tínhamos gasto muito dinheiro com as casas. Mas não resisti.

- Amor! O teu presente está na garagem.

- Ju! Qual foi o combinado?

- Eu sei amor,  mas...   Vamos ver?

Nem estava embrulhado.   Na garagem estavam 2 motinhas eléctricas cada uma com um laçarote vermelho.   Uma preta e uma amarela como o sol é a lua.

- Rodolffo, abraçou-me,  e deu-me um beijo intenso.

- Obrigada, amor.  Já disse que te amo hoje?

- Já,  mas é sempre bom ouvir mais vezes.   Comprei duas porque não vais sair com ela sozinho fazendo charme para as serigaitas.

Quando saíres eu vou junto.

- Vamos dar uns rolês gostosos por aí.

As festas terminaram, Rodolffo ainda teve um show no dia 30 aqui na cidade onde fomos todos.  A festa de réveillon foi muito boa. Vimos os fogos com os nossos amigos.  Nós fomos dormir mas eles continuaram à procura de um lugar onde terminar a noite, ou melhor,  onde começar o dia.

A Joana estava mesmo de caso com Diogo.   Confidenciou-me ela no Natal mas por agora não exporiam.   Estavam se conhecendo.

Era hora dos nossos amigos regressarem a Portugal.  Passámos bons momentos juntos mas o dever acima de tudo.

Íamos levá-los ao aeroporto mas eu acordei indisposta e com náuseas.

- Amor!  Vai sózinho.   Não estou bem.  Eu fico com a Matilde.

- Mas vou ficar preocupado.

- Não fiques.  Qualquer coisa tenho a Lúcia.

- Está bem.  Volto rápido.

Despedi-me dos meus amigos e a Joana segredou:  faz o teste de gravidez.  Eu venho para o baptizado.

Foram todos embora e eu disse a Lúcia.

- Lúcia! Vou ali à farmácia comprar um remédio para as náuseas.  Hoje acordei enjoada.

- Sim Ju.  Isso logo passa.

Fiquei intrigada.  Realmente a minha menstruação atrasou mas não era novidade já que era irregular.

Comprei o teste e regressei a casa.

Tinha que tirar logo a dúvida.

Esperei o tempo necessário e lá estava: Positivo.

As lágrimas teimavam em cair quando Rodolffo chegou.   Eu ainda estava sentada na beira da banheira com o teste na mão.

- O que foi amor! O que sentes?

Sem articular qualquer palavra entreguei-lhe o teste.

Ele olhou o teste, depois para mim e repetiu o gesto várias vezes.

Puxou-me para cima e levou-me para a cama.  Sentou-me e ajoelhou-se na minha frente segurando as minhas mãos.

- Porque choras?  Tens noção do quanto me fazes feliz com esta notícia?

- Mas eu também estou feliz só estou surpresa.   Estás lágrimas são de felicidade. 

Deitei-a e eu por cima dela.  Dei-lhe um beijo de tirar o fôlego e fiquei abraçado a ela fazendo carinho no seu cabelo.

- Um filho feito no Brasil que nasce em Portugal e outro feito em Portugal que vai nascer no Brasil.  Como não estar feliz, disse.

- E este vais poder acompanhar de início.  Tenho tanto remorso de te ter
privado disso.

- Não tenhas.  Foram as circunstâncias e eu amo a Matilde do mesmo jeito.

- Tu és um excelente pai.

- E não podia escolher melhor mãe para os meus filhos.

- Contamos já à família?

- Não.   Deixa eu fazer os exames e entrar no quarto mês.  É quando já passou mais o perigo.

- Sabes que a Joana percebeu.  Quando me despedi dela mandou-me ir fazer o teste.

- Intuição feminina.

- Deve ser.

- Fica aqui comigo.

- Está bem.  Beija eu.

Ficamos ali de chameguinho por algum tempo.

N/A

Não me alonguei muito das descrições do Natal porque não tenho muitas referências.   Nem sei exactamente qual é a vossa ementa de Natal e nem como fazem a distribuição dos presentes.

Aqui temos uma ementa que hoje em dia já está bastante adulterada.  A maioria dos jovens não aprecia.
Como nós dizemos: nem os Natais são o os mesmos.






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