Capítulo 23

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E chegou o tão esperado dia de regresso.

Despedimo-nos da Joana e do Tomás.   Não quiseram ir ao aeroporto.

Fiz uma mala para mim e para Matilde com algumas peças de roupa.  Básicamente as mais leves pois no Brasil o inverno não é tão rigoroso. 
Deixei os agasalhos mais grossos para a Joana doar.

Os dois choraram ao despedir-se da minha filha.  Prometi voltar de férias.

A Matilde estava triste pelos padrinhos mas eufórica por ir conhecer a família.  Ela conhecia todos por foto.

O Diogo acompanhou-nos.

- Então até Dezembro, diz Diogo.

- Dezembro, porquê? Perguntou a Ju e eu fiz cara feia para ele.

- Estou a pensar ir passar o Natal convosco e ficar para o final de ano.

- Serás bem-vindo.  A nossa casa estará sempre aberta. Quem sabe arranjas lá uma morena! Disse eu piscando o olho.

- Sempre pensando em mulheres,  né, seu Rodolffo?

- Que nada. A única que me interessa está aqui.  O Diogo é que está ficando  velho,  precisa de um aquecimento para os pés.

Chamaram o nosso voo.

- Princesa! Dá um beijinho aqui ao titio.

- Fica bem titio.  Vou ter saudades.

- Eu também, digo apertando-a num abraço.

- Adeus ju.  Qualquer dificuldade,  estamos e contacto.

- Adeus Rodolffo.  Foi um prazer.

Assim nos dirigimos à zona de embarque.

- Papá, vamos naquele avião grande?

- Sim.  Tens medo?

- Não,  mas nunca andei de avião.

Embarcamos e a Matilde quis o lugar da janela.  A seguir eu e depois Rodolffo.

Mal o avião subiu, Matilde ficou encantada com a vista, mas, foi só
Lisboa desaparecer que ela adormeceu.  Mudei de lugar com ela.
No centro era mais fácil ela dormir.

Eu cochilei também mas Rodolffo não.  Manteve-se alerta.  Via um filme e velava por nós.

Vínhamos na classe mais confortável mas mesmo assim estes voos de muitas horas tornam-se cansativos.

Chegámos a S.Paulo à hora prevista.

A Alice mandou o Marcos buscar-nos.  Pensem no choque ao ver a Matilde.

- Tio Marcos,  onde está a Lia?

- Está em casa à tua espera?  Está todo o mundo à espera da mamãe é do papai.

- E de mim?

- Também,  princesa.

- Cunhado! Estás a imaginar o choque que vai ser.  Todo o mundo espera só vocês 2.

- Eu sei.  Quisemos fazer surpresa.

- E Ju! Como foi viver em Portugal?

- Tirando as saudades e o tudo novo  no início,  quando te ambientas é maravilhoso.

- É verdade Marcos.   Eu estive e pouco tempo mas via-me a  viver lá.

- Falta muito, Papá?

- Não.   É só virar nesta rua.  Olha, aquela casa amarela.  É ali.

- Agora ficas aqui no carro com o tio Marcos.   A mamãe e o papai vão primeiro para fazer a surpresa. Depois venho buscar-te, está bem?

- Sim Papá.

Atravessámos o jardim.  A porta da entrada estava fechada.  Rodámos a maçaneta e estavam todos na sala.

- Surpresa!!!

- Foi uma gritaria, tudo queria abraçar a Ju.  Ela procurou a Lia e logo estavam as duas abraçados e aos beijos.

- Está tão grande a minha menina!  Deixa olhar para ti.  Está uma mocinha.

Beijei toda a gente.  A minha sogra estava muito emocionada.

Terminados os cumprimento, Rodolffo diz:

- Quero tudo sentado.  Tenho uma surpresa para todos.

Vou com a Ju em direcção à porta.

Do lado de fora estava Matilde e Marcos.

Pagamos cada um na mão da nossa filha e entrámos.

Em frente a todos eu falei;

Mãe,  pai, mana, família, esta é Matilde, minha filha e da Ju.

Todos começaram a chorar e
Matilde assustou-se.  Escondeu-se atrás do pai e ele pegou nela aí colo.

A Ju falou para ela:

- Filha! Lembras quando a mamãe e o papai choraram porque estavam felizes?

- Sim.

- Está todo o mundo feliz agora!

- Mas eu não gosto de choro.

- Então,  papai manda todos pararem.

- Vovós! Parem de  chorar e venham cumprimentar a vossa neta.

Eles  limparam as lágrimas e vieram.

- Que linda a nossa neta.  Parecida com a Ju mas a boca é do Rodolffo.

Todos puderam cumprimentar a pequena.

Dona Inês veio abraçar a Ju.

- Obrigada por este presente. Jamais passaria pela minha cabeça tamanha felicidade.

- Perdoem-me por ter sido egoísta e ter-vos privado da vossa neta.

- Importante é que vocês se resolveram.  Agora poderão compensar um ao outro. E  os estaremos aqui para apoiar.

A Alice abraçada à Ju dizia: temos muito que falar.

A Lia sequestrou a Matilde e já tinham ido às duas para o quarto dela.

- Tu podes dormir comigo.  A minha cama é grande.

A Lúcia chamou toda a gente para irem comer.

- Lia!  Desce com a prima que ela deve ter fome.

- Mamãe! A prima hoje dorme comigo diz Lia.

- Eu posso mamã?

- Hoje podes.

A Lúcia preparou um autêntico  banquete.  Fomos comer e a conversa e explicações duraram por várias horas.

A Alice contemplava o irmão e a Ju e pensava:  meu Deus precisava terem sofrido estes 5 anos?

Dona  Inês era o espelho de felicidade.   Todos sabiam o quanto ela queria ver o seu menino feliz.

Seu Vicente  olhava toda a gente e deixava cair uma lágrima.

Rodolffo e Juliette  olharam-se e deram um selinho.

Sétimo Sol Where stories live. Discover now