Capítulo 15

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Cascais

Com 4 meses de gravidez e a barriga já querendo aparecer sentia-me maravilhosa.

Hoje cheguei cedo ao trabalho.  Entrei no meu gabinete e tinha sobre a secretária uma rosa branca e uma caixa de bombons.

Não tinha nenhuma referência de quem tinha mandado mas eu desconfiava.

Há alguns dias venho notando olhares diferentes do meu chefe.

Diogo sempre foi gentil comigo assim como com todo o pessoal.  Não tenho conhecimento de alguma vez ter sido deselegante com alguém.

Era hora do intervalo a meio da manhã e toca o meu telefone.

- Juliette! Aceita a minha companhia para um café?

Eu precisava mesmo de descer para ir comer, então resolvi aceitar.

- Sim.  Estou descendo agora. Vou à Sacolinha.

- Certo.  Vou lá ter.

Encontrámo-nos lá.  Não havia muitos clientes nessa hora.

Pedi um croissants misto e um café com leite.   Ele pediu um café simples.

- Sabe Juliette! Casei muito cedo. Foi um casamento por conveniência e por consequência não deu certo.
Separei-me faz 10 anos e nunca mais tive nenhum relacionamento sério.
Uns engates numas festas que não duravam mais que a festa.

Hoje, vejo-me com 48 anos, sózinho, sem filhos e apesar de estar realizado profissionalmente,  quando chego a casa bate uma melancolia.
Estou com vontade de mudar esta condição.

- Mas, o que...

- Deixe eu continuar e depois fala senão não consigo terminar.

- Quando você chegou, fiquei encantado com a sua beleza.  Depois com o tempo fui-me encantando pelo seu carácter, a sua simpatia e humildade junto com a boa profissional,  dedicada e prestável mostrou-me que poderia ser aquilo que eu procurava.

- Eu sei que a Juliette não tem ninguém.   Será que posso ter alguma chance?

- Diogo! Eu agradeço os elogios. Gosto muito de trabalhar consigo e este trabalho ajuda-me imenso.  Sem ele eu não teria como estudar.

- Neste momento o meu coração não está disponível.  Já que foi sincero comigo vou ser também.

- Vim do Brasil para fugir de um amor não correspondido. Ninguém sabe que estou aqui. Vivo com o Tomás e a Joana que são a minha família.
Não me posso envolver com ninguém sabendo que não posso dar nada para essa relação.   Eu amo-o muito e já que estamos numa de sinceridade, Diogo, eu estou grávida dele embora ele não saiba.  Só descobri já aqui.

- Eu podia cuidar dele.

- Agradeço, mas, está fora de questão.   Eu vou dar conta.

- Não vai dizer ao pai?

- Não.
- Bom, já vou voltar ao trabalho.  - só por curiosidade a rosa e os chocolates são seus?

- Sim.

- Obrigada.  Vou aceitar como se fosse de um amigo. Amo chocolate.

- Pode ir, eu pago a conta.

- Obrigada.  Até já.

E saí deixando-o sozinho.

Podia ser uma oportunidade de ser feliz mas o meu coração não está disponível para já.

Brasil

Chegámos à xácara e de caras quem me aparece à frente?  A Ruth.

- Rodolffo!  Quanto tempo!  Chegou já me abraçando.

- Como estás, Ruth?

Com a desculpa de levar a bagagem consegui despistá-la.  Oh! Mulherzinha chata.

Chegou o jantar e a Ruth já veio de gracinha sentando ao meu lado.
Alice piscou o olho à Maria.

- Senhora, poderia ter a gentileza de procurar outro lugar e deixar eu ficar com o meu noivo?

- Senhora não,  senhorita!  E quem é seu noivo?

- Ah desculpe mas parece uma daquelas senhoras da alta sociedade.
Aquelas que passam a vida a tomar chá.
- o meu noivo?  Esse galã, lindo,  gostoso,  maravilhoso,  sentado aí do seu lado e de nome Rodolffo.
- Não só noivo.  Futuro marido e pai dos meus 3 meninos que estão aqui, digo, alisando a barriga.

- Pois não! Tome o seu lugar.  Livrai-me de uma coisa assim.

- Pois sim.  O Rodolffo quer muitos filhos e eu ainda mais.

A Ruth foi procurar o lugar mais afastado na mesa.

- Entrada livre em todos os shows que eu puder ir, disse ao ouvido do Rodolffo.

- E zona vip.  Obrigado.

Caímos os dois na risada.

Maria a filha da Lúcia era um doce.
16 anos a cursar teatro era o orgulho da mãe que fazia tudo para que não lhe faltasse nada.

Vou tentar ajudar no que puder.

O resto das comemorações decorreram sem atropelos.

A Ruth virou-se para o lado de um peão.  Tenho pena dele.

Eu voltei com a Lúcia e a Maria.   A Alice  o Marcos e a Lia ficavam mais um dia.

A Maria era muito conversadora.  Tinha uma cultura enorme.  Falava de qualquer tema.

Deixei as duas em casa e  segui para a minha.

Está semana recebi uma proposta que pode ser boa para o meu negócio.

Eu estava bem cotado no meio dos engenheiros do Brasil, então,  propuseram-me sociedade numa empresa de arquitectos.
Engenheiros e arquitectos sempre labutam lado a lado.

Esta noite vou dedicar-me a estudar bem a proposta antes de a apresentar ao meu advogado.

Sétimo Sol Where stories live. Discover now