Capítulo 12

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Jungkook

Existe algo a ser dito sobre o momento certo. Encontrar o momento certo em qualquer situação é sempre importante. Dizer as coisas certas na hora exata, tomar as decisões certas quando elas precisam ser tomadas. Enquanto eu andava até o quarto do Jimin, sentia um aperto no peito. Ao colar as páginas dos livros, não conseguia parar de me perguntar o que ele ia pensar quando acordasse na manhã seguinte. Queria fazê-lo sorrir. Se eu pudesse me dedicar a apenas uma coisa pelo resto da vida, seria fazê-lo sorrir, e já estava na hora de ele saber disso, de saber como eu me sentia. De saber que, quando estávamos juntos, ele estava sempre em meus pensamentos. E, quando estávamos separados, ele também não saía de lá.

— Queria ter devolvido seu livro ontem à noite, mas eu realmente precisava saber o que acontecia com Lauren Sue Lock. Além disso, comprei um novo quadro branco para você — eu disse, parado na porta do quarto de Jimin. — Você está bem hoje, Jim...
Antes que eu completasse a frase, Jimin correu até mim e pressionou os lábios nos meus. Dei um passo para trás no corredor e o acolhi em meus braços. Não questionei o beijo; mergulhei nele. Deixei que ele me beijasse, e eu o beijei também. Quando ele se afastou um pouco, passei os dedos pelo cabelo dele deixando sua testa à mostra.

Ele corou, e beijei o seu rosto. Ele baixou os olhos, e meus dedos tocaram seu queixo, erguendo-o para que ele me olhasse. Beijei seu rosto de novo. Depois, a testa. Então, o nariz. E cada uma das suas sardas quase imperceptíveis.

Então, seus lábios.

— Boa tarde, Park Jimin.

Ele sorriu e beijou as minhas bochechas. Depois a minha testa. Então, o nariz. E cada sarda invisível do meu rosto.

Então, os lábios.

Eu o imaginei respondendo: Boa tarde, Jeon Jungkook.

Ele entrelaçou os dedos nos meus e nos levou para dentro do quarto. Quando entramos, chutei a porta para fechá-la.

Por um tempo ficamos de bobeira, simplesmente olhando e sorrindo um para o outro. Também nos beijamos. Acho que essa foi a minha parte favorita. Seu dedo dançou pelos meus ombros, e ele analisou meu corpo, como se quisesse se certificar de que eu era real. Os dedos escorregaram pelos meus braços antes de subirem pelo meu peito. Ele abriu a mão sobre o lado esquerdo, sentindo os meus batimentos.

— Por você — falei.

Ele enrubesceu mais um pouco, e beijei as suas bochechas de novo. Passei um dos dedos pela clavícula, desci pelos braços e subi até colocar a mão sobre o seu coração.

Ele mordeu o lábio inferior, ergueu a mão e apontou para mim. Por mim.
Seu coração batia por mim, e o meu, por ele.

— Gosto de você.

Ele fez um gesto que me dizia eu também.

— Quer namorar comigo? — perguntei.

Ele deu um passo para trás, quase chocado com a minha pergunta, e negou com a cabeça.

Dei um passo em direção a ele.

— Quer namorar comigo? — perguntei de novo.

Ele deu mais um passo para trás, negando com a cabeça.

— Dá para parar de dizer não, por favor? É meio que um golpe na minha autoconfiança.

Ele deu de ombros e foi até sua mesa para pegar um caderno e começar a escrever.

Como?

— Como? Como o quê? Como a gente namora?

Sim.

O Silêncio Das Águas | jikook version Where stories live. Discover now