Epílogo

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Jimin

Dez anos depois

— Está muito alto — reclamou Sunmi na primeira fila da arena.

Ela tinha completado seis anos duas semanas antes, e era a primeira vez que ia ao show do The Rose. Jungkook e a banda estavam comemorando o aniversário de vinte anos de carreira na arena que ficava a quinze minutos da nossa casa, e Sunmi pediu para ir ao show como presente de aniversário.

— Não está muito alto, você que é uma bebezona — disse Junghoon, provocando a irmã mais nova.

— Não, está um pouco alto demais mesmo. — Enfiei a mão na bolsa e peguei fones de ouvido cor de rosa à prova de som. Coloquei-os nos ouvidos da minha filha.

— Melhor? — perguntei.

Ela assentiu e sorriu de orelha a orelha.

— Sim.

Quando as luzes se apagaram, Sunmi e Junghoon começaram a pular sem parar. Assim que a banda entrou no palco, as crianças pareciam prestes a enlouquecer. Seus olhos estavam arregalados de admiração ao olharem para o pai.

O herói deles. O meu amor.

— Olá, Bukgu! — cumprimentou Jungkook, segurando o microfone com a mão direita. — Se vocês já vieram a algum show do The Rose, sabem que nunca abrimos shows com discursos, mas essa noite vai ser um pouco diferente. Hoje é o vigésimo aniversário da banda, e estamos de volta a nossa casa para comemorar. Então achamos que seria legal dedicar esse show à pessoa que fez o nosso sonho se tornar realidade há tantos anos. Era uma vez um garoto que gravou e postou alguns vídeos da banda na internet e, por causa disso, o The Rose foi descoberto. Droga, foi ele quem deu o nome à banda.

— Nós te amamos, Jimin! — gritaram os irmãos.

— Amo você, irmão! — disse Taehyung, sorrindo para mim.

— Eles estão falando com você, papai — falou Sunmi, surpresa.

Dei um beijo na testa dela.

— Eu sei, querida. Eles são demais, não são?

Ela suspirou, e seus olhos brilharam.

— Sim, papai. O papai Kook é demais.

— Então, a primeira música que vamos tocar hoje eu escrevi para ele, parece perfeita para homenagear o meu amor, a minha alma e o melhor amigo — prosseguiu Jungkook. — Essa é das antigas, mas é maravilhosa, e convido todos vocês a cantarem juntos.

Taehyung começou a tocar a introdução na guitarra da nossa música e, em segundos, Jungkook envolveu o microfone com as mãos e cantou diretamente para mim. As crianças ficaram pulando e gritando o nome dele sem parar.

— Vou ser um cantor maneiro, igual ao papai Kook — gritou Junghoon, pulando.

O show foi maravilhoso como sempre. Depois da última música, Jungkook disse:

— Obrigado a todos por terem vindo. Somos o The Rose e estamos muito felizes por terem nos deixado roubar o coração de vocês esta noite.

* * *

Jungkook

— Papai, achei que você mandou muito bem hoje! — exclamou Sunmi, bocejando.

Ela tinha os mesmos olhos do Jimin e o mesmo sorriso lindo que fazia eu me curvar a tudo que ela queria. Seus braços envolveram o meu pescoço, e eu a carreguei para o quarto. Mesmo tendo feito turnês por todo o mundo e visto muitas coisas, não havia nada melhor do que estar em casa com os meus amores.

— É mesmo? Você gostou?

Ela assentiu.

— Gostei. O papai Min canta melhor que você, mas você ainda é bom.

— Ah é? Você acha que o papai Min canta melhor? — Eu a coloquei na cama e comecei a fazer cócegas nela. — Diga que eu canto melhor. Pode dizer agora mesmo!

— Papai Kook! — Ela riu. — Tudo bem. Tudo bem. Você canta melhor! Você canta melhor!

Eu ri e dei um beijo na testa dela.

— Foi o que achei.

— Papai? — chamou ela.

— O quê?

— Posso contar um segredo?

— Pode.

Ela se aproximou, puxando-me para sussurrar ao meu ouvido.

— Eu menti sobre você cantar melhor.

A guerra de cócegas recomeçou e continuou até nós dois ficarmos sem fôlego. Peguei o gato que estava no quarto e o coloquei aos pés da cama de Sunmi, onde ele dormia todas as noites.

— Tudo bem, hora de vocês dois dormirem. — Dei um beijinho no nariz da minha filha. — E Sunmi?

— Sim, papai?

— As batidas do seu coração fazem o mundo continuar girando.

Saí do quarto, deixando o abajur aceso, e vi Jimin saindo do quarto de Junghoon. Sorrimos um para o outro e descemos juntos.

— O Skippy está com ele? — perguntei.

Ele assentiu.

— E o Jam está com Sunmi?

— Está.

Quando Jimin entrou na sala, diminuí as luzes. Ele sorriu para mim, mordeu o lábio inferior e foi até o jukebox que a Sra. Soojin nos deu de presente de casamento. Escolheu a sua música favorita — a nossa música.

Quando ela começou a tocar, peguei as mãos do meu amor e o puxei para mim. Nossos lábios se tocaram, e eu lhe dei um beijo leve antes de sussurrar:

— Quer dançar comigo?

Ele sempre dizia sim.

Momentos.

As pessoas sempre se lembram de momentos.

Nós nos lembramos dos passos que nos levaram aonde deveríamos estar. As palavras que nos inspiraram ou que acabaram conosco. Os incidentes que nos deixaram marcas e nos engoliram por inteiro. Tive muitos momentos na vida, momentos que me transformaram, que me desafiaram, alguns que me assustaram e me devoraram. No entanto, nos mais importantes — os mais dolorosos e os mais empolgantes —, em todos eles, ele estava comigo.

Tudo terminou com dois filhos, um cachorro chamado Skippy, um gato chamado Jam, e um homem que sempre me amou.

FIM

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E obrigado a todos que leram até aqui. Espero que tenham gostado, e assim como eu, se emocionado. Bjs❤️  


O Silêncio Das Águas | jikook version Where stories live. Discover now