Capítulo 24

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Jungkook

— Birmingham, vocês foram incríveis hoje à noite! Somos o The Rose, e obrigado por nos deixarem roubar seus corações! — gritou Taehyung no microfone no nosso segundo show esgotado em Birmingham, Inglaterra. Mais de dezesseis mil ingressos vendidos, mais de dezesseis mil fãs gritando nosso nome e cantando nossa música.

Eu tinha certeza de que nunca me cansaria disso, de me apresentar diante de pessoas que permitiam que você vivesse o seu sonho em alto e bom som.

Nós quatro estávamos vivendo esse sonho havia dez anos. Começamos abrindo os shows do nosso grupo favorito e agora éramos uma banda principal. Nossa vida estava longe de ser normal.

— E vamos gritar um feliz aniversário para o meu parceiro de crime que está fazendo vinte e oito anos hoje! — pedi. — Feliz aniversário, Taehyung! Sua voz deixa o mundo um pouco mais bêbado... A multidão gritou, berrou e pediu bis, mas não podíamos, porque tempo era dinheiro e isso era algo que nossos agentes odiavam perder.

Saímos correndo do palco, e me deitei no camarim. Logo fui interrompido por Haewon, a minha assistente pessoal, que chegou com uma lista de aparições na TV marcadas para a próxima semana.

— Ótimo show, Jungkook — elogiou, sorrindo e equilibrando um iPad, um iPhone e um saquinho de Skittles nas mãos. — Hoje vai ter uma festa na Urban.

— A mesma Urban do ano passado onde, de alguma forma, Namjoon se envolveu em uma briga porque um prato tinha sido feito com carne de golfinho? — perguntei, indo até a pia para pegar um pano molhado para passar no rosto.

— Esse mesmo. Eles organizaram uma festa de aniversário para Taehyung hoje à noite.

Suspirei. Eu odiava boates, mas amava o meu melhor amigo.

— Então tenho que ir.

— Sim, tem que ir, pelo menos até tirarem as fotos. Depois disso, pode ir embora quando quiser. De manhã, você precisa estar na KISS 94.5 por volta das cinco para dar uma entrevista. E então vamos para o The Morning Blend às sete. Às nove, seguimos para o The Mix 102.3 para uma gravação ao vivo e, então, ao meio-dia, vamos ao programa de entrevistas do Craig Simon. Voltamos para o palco às três para passagem de som, encontro e fotos com fãs das quatro e meia às seis, e um jantar com sessão de fotos com alguns repórteres antes do show, às oito. Alguma pergunta?

— Hum, e quando posso dormir?

Ela riu e começou a digitar no telefone.

— Você conhece o meu lema, Jungkook...

— Podemos dormir quando estivermos mortos — respondi, ecoando suas palavras. Eu me sentei na cadeira e peguei um pacote que havia embalado naquela tarde antes do show. — Você pode encontrar uma agência dos Correios para enviar isso amanhã?

Haewon me olhou de cara feia.

— E quando é que eu vou ter tempo para fazer isso?

Eu ri.

— Você conhece o meu lema: por que não encontrar um motivo para ir todos os dias aos Correios?

— Esse não é o seu lema, mas pode deixar comigo. — Ela pegou o livro da minha mão e semicerrou os olhos. — Isso te incomoda?

— O quê?

— Que ele nunca mais tenha mandado nenhum livro?

Jimin não me mandava mais livros desde o ano anterior, quando contei que estava saindo com o Kwan. Isso me incomodava? Todos os dias. Eu demonstraria que isso me magoava? Não mesmo.

O Silêncio Das Águas | jikook version Onde as histórias ganham vida. Descobre agora