Capítulo Onze

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Rol Fisher:

A manhã seguinte trouxe consigo uma atmosfera carregada de mistério e tensão. A revelação de Manu So-jeff ainda ecoava em minha mente, e eu me via diante de um dilema que se estendia além das paredes da alcateia. Enquanto observava o nascer do sol através da janela do meu quarto, sabia que não podia mais ignorar a responsabilidade que pairava sobre mim.

Quando Tri abriu a porta me chamando para ir treinar com ela, apenas me levantei e fui me trocar rapidamente. À medida que caminhava pelos corredores, sentia o olhar dos outros membros da alcateia sobre mim, como se pudessem perceber a carga que eu carregava.

— O que está acontecendo? — Tri perguntou. — Está com a cabeça distante.

— Não é nada — respondi. — Apenas pensando em muitas coisas que eu vi ontem no escritório do Carmuel.

— Se está falando dos documentos para montar um enterro para o padrasto do Átila — Tri disse, e olhei para ela. — Eu sabia que ele iria fazer isso, ele pode ser um idiota, mas no final tem um bom coração.

Notei que ela esperava que eu abrisse a boca para dizer alguma coisa sobre isso, mas de alguma forma apenas olhei para frente, sem expressão, e depois virei a cabeça com uma expressão vaga.

Era como se ela tivesse visto algo que eu não consegui ver por alguns segundos.

— Vamos treinar — falei.

— Vamos mesmo, não sei quanto tempo será necessário para o Carmuel te deixar fazer os treinos — ela murmurou.

O treino transcorreu em um silêncio pontuado apenas pelo som dos passos e golpes que trocávamos. Tri estava visivelmente inquieta, mas decidimos nos concentrar no treinamento para afastar temporariamente as preocupações.

Enquanto praticávamos, pude perceber que o peso das revelações e responsabilidades continuava a pairar sobre mim. A mente divagava entre os movimentos e a necessidade de tomar decisões difíceis para o futuro da alcateia.

Ao final do treino, Tri quebrou o silêncio:

— Você precisa conversar sobre o que está se passando na sua cabeça, isso está te deixando louco consigo ver perfeitamente.

Assenti, reconhecendo a verdade em suas palavras. A alcateia era como uma família, e compartilhar os fardos era essencial para a harmonia do grupo. Decidimos procurar um local mais reservado, afastado dos ouvidos curiosos, para discutir os acontecimentos recentes.

Enquanto nos dirigíamos a esse lugar, refleti sobre a complexidade das relações na alcateia e como cada membro desempenhava um papel crucial. A responsabilidade que Manu So-jeff havia passado para mim exigia não apenas força física, mas também sabedoria e discernimento.

Ao alcançarmos o local escolhido que era um jardim muito bonito com as flores brilhando com os raios de sol, Tri quebrou o silêncio novamente:

— Então, o que está acontecendo?

Respirei fundo antes de começar a compartilhar meus pensamentos e preocupações, sabendo que as decisões a serem tomadas moldaram não apenas meu destino, mas o de toda a alcateia. Olhei para o lado e vi Valmir ali, que balançou a cabeça com tanta força que literalmente caiu de seu corpo, me segurei para não gritar.

— Não conte para ela que estamos aqui. Imagine como será difícil saber que o espírito da mãe está preso aqui na alcateia e ainda mais, como existem inúmeros outros iguais a ela — Valmir disse, mas desviei o olhar. — Isso a deixará desesperada, ainda mais querendo encontrar um jeito de nos trazer de volta. — Flutuei ao lado da Tri, que ainda me encarava querendo alguma informação. — Ela vai querer ressuscitar, né? Isso é impossível sem quebrar a magia; os espíritos devem continuar como estão.

O Jovem Soldado(ABO/MPreg)Where stories live. Discover now