Capítulo Dez

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Rol Fisher:

— Dos que se foram? — Santiago e eu perguntamos confusos.

— As pessoas que o líder e o anterior mataram oito anos atrás quando a loucura os possuiu. — Gred disse, e sua voz se tornou melancólica. — Foi uma carnificina em massa, e Valmir Railane foi morto ao tentar fazer Carmuel voltar à razão e não matar seu próprio pai. Por ironia, o antigo líder matou Valmir na frente de Carmuel. Naquela noite, ambos eram bestas irracionais, e o líder anterior já havia dado sinais muito tempo antes.

Olhei para todos naquele espaço. Se Valmir morreu, quem era o rapaz com quem conversei ontem e hoje?

— Como você ouviu o nome do nosso filho? — Vilma perguntou, e havia tanta dor em seus olhos que me senti um lixo.

— Eu sinto muito — Falei. — Eu meio que li esse nome em uma anotação do Carmuel enquanto limpava as coisas dele.

Menti, desejando que eles acreditassem. Não sabia como se sentiriam ao saber que alguém estava usando o nome do falecido filho deles.

— Realmente deve ter sido isso. Meu filho e Carmuel eram predestinados — Valkar disse, colocando os pratos em cima da mesa. — O amor dos dois era lindo; desde a infância, eram amigos e se viam como iguais.

— Isso parece bem diferente do Carmuel que eu conheço — Falei resmungando baixo. — Mas parece que ele não está sofrendo pela morte do ômega. Sempre soube que quando o outro morria, existia uma enorme dor, como se morresse junto e sua alma fosse despedaçada.

— Tri usou um feitiço, que invocou os deuses e pediu que eles aliviassem a dor do coração de Carmuel, e só ficou o sentimento de impotência por não ter protegido Valmir — Gred disse, e os pais de Valmir assentiram tristemente.

— Há oito anos atrás, Carmuel era amoroso, honesto, agressivo, sempre foi, mas sabia se controlar — Vilma disse, colocando a bandeja em cima do balcão. — Foi até homenageado como o jovem soldado, estava só esperando para se casar com meu filho, então um dia o pai dele enlouqueceu de vez, e o Carmuel igualmente...

Sua voz sumiu, e entendi o que ela queria dizer com isso. O dia da carnificina da alcateia So-jeff aconteceu.

— Eles praticamente ficaram loucos? — Santiago perguntou. — E mataram quem eles viram pela frente?

— Sim, foi bem assim — Gred disse. — Cerca de seiscentos da população morreu, e qualquer um que estava à frente deles se foi, mas tem algo que sabemos.

Quando ele iria abrir a boca, a porta abriu, e vários guardas surgiram fazendo o maior barulho, entre eles o que revelou Átilas como beta. O garoto se encolheu no meu colo de medo, o guarda nos olhou e não ousou tentar esconder seu nojo na nossa direção.

Olhei de volta, e algo me veio à mente. Respirei fundo, chamei toda a magia dentro de mim, e no minuto seguinte o guarda saiu voando para fora da sala de jantar.

Todos olharam na minha direção, e tentei ao máximo ser ágil, como se não soubesse de nada. O guarda voltou e olhou na minha direção, com passos pesados veio em minha direção, e estava preparado para usar a magia, o que me deixou apreensivo.

— Se encostar um dedo nele, irei arrancar seu coração — Ouvi a voz da Tri, e o guarda parou. — Bom, garoto. Agora, vai sentar quietinho com seus amiguinhos.

Ele obedeceu, Tri o olhou e veio na nossa direção.

— Senhor Railane, pode me fazer uma sopa, meu irmão ainda está mal pelo que aconteceu mais cedo — Tri disse, Valkar levantou e foi para a cozinha. Tri me olhou.

O Jovem Soldado(ABO/MPreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora