Capítulo Vinte e Sete

1.2K 210 58
                                    

Rol Fisher:

Kiarran nos guiou para fora da vila beta, seus passos implacáveis ​​e o silêncio gélido que emanava dele eram como um tapa na cara. As costas rígidas e tensas transmitiam reprovação, um julgamento silencioso que pesava sobre nossos ombros. Sem sequer uma palavra de despedida, ele se virou após cruzarmos o portão, a figura envolta em sombras desaparecendo assim que o sino tocou.

Sob a luz fraca da lua, as sombras das árvores sussurravam segredos, e meus olhos discerniram os vultos dos outros guardas, seus olhares vigilantes fixos em nós. Suspirei, a frustração e a tristeza se misturando em meu peito.

Alana lançou um olhar carrancudo para a vila que se erguia à nossa frente.

— Definitivamente, eles não gostaram da nossa visita — ela murmurou, e seus olhos se desviaram para cima, onde um guarda do portão apontava uma besta em nossa direção.

A besta, uma arma cruel com um arco de flechas em uma extremidade da haste, era uma lembrança sombria da hostilidade que nos cercava. Virotes, dardos curtos e mortais, brilhavam à luz da lua, um aviso sinistro de que não éramos bem-vindos.

— Melhor sairmos daqui! —Alana exclamou, puxando meu braço com urgência. — E vamos a pé, detestei andar em cima de um lobo.

Klauons soltou um som gutural, como uma risada engasgada, e puxou o colarinho da camisa para cima, um gesto que revelava sua agitação. Todos nós estávamos tremendo, não apenas pelo frio da noite, mas também pela tensão que pairava no ar. O cheiro da terra úmida, das plantas e de algo mais forte, quase imperceptível, me transportava de volta ao meu primeiro encontro com Santiago.

Em um parque tranquilo, ele caminhava sozinho, e me encontrou tremendo de frio e fome. A lembrança daquele dia me deu um breve conforto, um raio de esperança em meio à escuridão que nos cercava. Balancei a cabeça, afastando as memórias e me concentrando no presente. Precisávamos sair dali, encontrar um lugar seguro para descansar e planejar os próximos passos.

Com determinação no olhar, segui ao lado de Alana, cada passo nos distanciando da vila hostil e nos aproximando do desconhecido. A noite era fria e escura, mas dentro de mim, uma chama de esperança ainda ardia.

— É melhor voltarmos logo. — Alana apertou o casaco em torno do corpo, os dentes batendo de frio. — Antes que congelhemos até a morte.

— Seria mais rápido se você virasse lobo e eu te carregasse nas costas. — Sugeri, mas ela negou com veemência. — Então, prepare-se para uma longa caminhada.

— Senhor Klauons, o senhor poderia usar magia para nos levar até a alcateia? — Alana implorou, seus olhos cheios de esperança. Klauons ponderou por um momento, coçando o queixo com a ponta da espada.

— Sinto muito, mas só domino magia de combate. — Ele respondeu, estalando os dedos. Espadas surgiram do ar, girando em torno dele em um arco mortal.

Alana e eu saltamos para o lado por pouco, evitando ser atingidos pelas lâminas. Klauons sorriu sem graça, pedindo desculpas por sua falta de destreza.

— Acho que vamos ter que ir a pé mesmo. — Concluí, resignado.

Atravessamos a floresta escura, o frio cortante como um chicote em nossos rostos. O vento uivava entre as árvores, carregando consigo o som distante de uivos de lobos. Alana se aconchegou ao meu lado, buscando calor.

— Você acha que eles vão nos atacar? — Ela perguntou, a voz tensa.

— É possível. — Respondi, tentando manter a calma. — Mas se ficarmos juntos, teremos mais chances de sobreviver.

O Jovem Soldado(ABO/MPreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora