Bônus Um (Santiago e Gred)

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Santiago Dawson:

Há duas semanas, Rol e eu chegamos a este lugar. Também conheci Gred, o motorista que nos trouxe até a alcateia dos So-Jeff. Posso dizer que ele é uma pessoa divertida e despretensiosa. Trabalho como assistente dele, e nos divertimos bastante em todas as ocasiões. Ele sempre se mostra bastante comunicativo.

Quando pensava que Rol estava começando a se adaptar a viver aqui, lidando apenas com o estresse proveniente dos indivíduos desagradáveis deste lugar, ou até mesmo notando uma melhoria na relação entre ele e Carmuel em comparação com o início do conhecimento deles, posso afirmar que estavam convivendo razoavelmente bem quando não se irritavam mutuamente. No entanto, a situação piorou em alguns momentos específicos.

Vou listar os problemas que estão me deixando preocupado em relação ao Rol:

1. A família do Rol chegou aqui, expressando o desejo de levá-lo de volta ao lar, mencionando que sentem saudades dele e falando sobre um casamento.

Revirei os olhos assim que ouvi isso; nunca pode existir alguém com a cara de pau como aquela família. Eu sabia perfeitamente o que eles faziam e como tratavam o Rol antes dele fugir para longe, e agora querem se fazer de boas pessoas.

2. Um casamento que os Fishers arranjaram para o Rol sem o consentimento dele. O "noivo" pode ser descrito como um animal com olhos de cobra e um rabo de leão, além de ser um lobo de pelos negros que brilham como o céu noturno. Ele trouxe consigo um grupo de pessoas.

3. Carmuel permite que essas pessoas fiquem aqui, alegando que são convidados.

4. A família Fisher faz de tudo para irritar o Rol ou humilhá-lo. Realmente, o que meu garoto disse é verdade; são demônios que se acham demais.

5. Com isso, o Rol se fechou ultimamente. Sei que não é apenas sobre os assuntos que listei, mas há algo mais nisso que ele não me conta. Também o vejo conversando sozinho ou andando pelos corredores da casa principal acompanhado do monstro que seria seu marido.

Parecia que ambos se entendiam, compartilhando não apenas a convivência mas também as dores que carregavam. Notei que quando Carmuel passou, ficou um pouco ciumento disso. Quando estava prestes a dizer algo, interromperam-no, chamando-o para tratar de alguma documentação. Percebi até mesmo a Tri notando isso e soltando um risinho na direção do irmão.

E este tem sido o trabalho mais difícil desde que estou aqui. Não estou conseguindo encontrar maneiras de ajudar o Rol com a dor dele ou fazê-lo compartilhar qual é o problema.

Parece que desde que chegamos, ele sempre me exclui de ser seu confidente. Demonstro minha preocupação por ele desde o dia em que nos conhecemos, cuidando dele com o carinho de um pai para um filho. No entanto, me sinto perdido, sem saber o que fazer ou como consolá-lo nessa situação.

Sempre desejei ser pai, e com o Rol, essa possibilidade se abriu para mim. Honestamente, não me importo em perder minha empresa; só desejo ver a felicidade do meu filho e que ele nunca fique triste nesta vida ou se lembre do passado de solidão.

Entendo a situação. Eu era o primeiro filho do meu pai em um relacionamento unilateral com minha mãe, que realmente o amava, mas ele não correspondia aos sentimentos dela.

Os primeiros anos foram de um relacionamento harmonioso até que a amante do meu pai chegou, e minha mãe viveu um verdadeiro inferno. Um dia, meu pai apareceu com a polícia e "provas", alegando que minha mãe havia contratado outros para tentar matar sua linda amante. Ela foi então trancada em um sanatório e ficou lá durante anos. Eu a visitava sempre, mas na última visita, ela já havia perdido completamente a sanidade, e depois que saí, ela se enforcou com os lençóis da cama.

O Jovem Soldado(ABO/MPreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora