Capítulo Vinte e Cinco

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Rol Fisher:

O vento acariciava meus pelos enquanto eu corria pela floresta, a sensação de liberdade inundando meu ser a cada passo. Era como se o próprio mundo se abrisse diante de mim, me convidando a explorar seus segredos. A voz de Alana, vinda de minhas costas, se misturava ao sussurro das folhas, guiando-me por entre as árvores com precisão.

— Rol, vira para a direita! — ela gritou, e eu obedeci instantaneamente, meus sentidos aguçados captando cada nuance do ambiente ao meu redor. O aroma da terra úmida se misturava ao perfume das flores silvestres, enquanto a luz do sol filtrada pelas copas das árvores criava um mosaico de sombras e luzes no solo da floresta.

— Siga em frente e passe pela árvore queimada. O local fica logo depois — Alana instruiu, e eu disparei, meus músculos impulsionando-me com força e velocidade. Ao chegar à borda da floresta, parei abruptamente, observando a vasta planície que se estendia diante de mim. Alana desceu de minhas costas e me entregou uma bolsa, seus olhos verdes brilhando com expectativa.

Com cuidado, me afastei para um arbusto próximo, certificando-me de que ela não estava espiando, e me transformei novamente em humano. Abri a bolsa e vesti as roupas que havia trazido, lamentando a inconveniência de ter que ficar completamente nu para realizar a transformação. As roupas rasgadas eram um preço alto a se pagar pela liberdade de correr pelas florestas como um lobo.

Vestido e pronto para a aventura, senti o frio da manhã tocar minha pele. O sol nascente banhava a planície com uma luz dourada, e o canto dos pássaros saudava o início de um novo dia. Ao lado de Alana, preparei-me para enfrentar o que quer que estivesse por vir, com a certeza de que a liberdade que sentia correndo pela floresta seria minha eterna companheira.

Em segundos, um uivo ecoou pela floresta, arrepiando meus pelos. Ao me virar, vi um lobo cinza imponente parar ao lado de Alana, farejando o ar ao seu redor.

A poucos metros de mim, Alana se preparava para enfrentar o animal selvagem. Seus olhos, antes cheios de determinação, agora transmitiam uma mistura de apreensão e bravura.

Era óbvio que os Betas o haviam designado como vigia da entrada da floresta. Ao me aproximar, pude entender seu comportamento: ele cheirava o ar em busca de qualquer sinal de perigo, avaliando se Alana representava uma ameaça.

Seus olhos penetrantes me fitaram por um instante, antes de se fixarem no tronco queimado atrás de mim. Com um movimento rápido, o lobo apontou o focinho para a árvore, indicando a presença de algo importante.

Alana se aproximou cautelosamente e, com um gesto delicado, puxou um pequeno sino da base da árvore queimada. A corrente fina deslizou por seus dedos enquanto ela segurava o objeto com firmeza, seus olhos fixos em mim com uma expressão séria.

— Isto é um risco — ela afirmou com voz grave. — E tenho quase certeza de que, se o assumirmos, não teremos como voltar atrás. Então, se você quiser desistir e não me acompanhar, não tem problema. Qualquer um entenderia.

Sem hesitar, estendi meu braço e coloquei minha mão sobre a dela. Não havia tempo para dúvidas ou pensamentos negativos. A decisão era minha, e eu não a adiaria mais. Chega de temer o pior, chegou a hora de lutar.

Com um toque firme, Alana fez o sino tocar, anunciando nossa presença e desafiando o destino.

**************

Uma onda de náusea me dominou enquanto o mundo girava ao meu redor. Não era como passar por um Portal, no centro de um turbilhão, mas sim como se estivesse em um carrossel que acelerava cada vez mais, me jogando de um lado para outro.

Estava tonto e engasgado, a sensação finalmente cessou. Abri os olhos e me vi parada novamente, segurando com firmeza a mão de Alana. Soltamos as mãos e olhamos em volta, deparando-nos com a entrada de uma alcateia simples.

O Jovem Soldado(ABO/MPreg)Where stories live. Discover now