Percebe coisas estranhas acontecendo?

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Acordei ofegante. O pesadelo pareceu rápido, mas quando eu olhei para a janela da sala, eu vi a claridade da manhã. Suspirei, e levei a mão até a testa. Eu suava. O meu sonho só podia ser o pianista. E aqueles adolescentes... Só podiam ser o grupo de jovens que Jane tinha dito.
Jane. Como ela estaria?
Me perguntei. Lembrei de Logan. E imediatamente minhas mãos ficaram frias.
Senti o ambiente ficar gelado. Olhei para os lados, desconfiada.
- Kate? - Eu balbuciei. Não a vi. Voltei meus olhos para a frente, e pulei, ao ver que ela estava sentada no braço do sofá, me olhando, com tédio.
- K-kate...pare de me assustar. Você sabe que eu não gosto. - Eu disse, com um pingo de irritação na voz. Ela sorriu, travessa.
- E eu não gosto de ver você pensar no Logan. - Ela respondeu, pausadamente. Revirei os olhos, e disse, levantando:
- É insuportável essa sua mania de ler a mente das pessoas. - Ouvi um risinho de Kate. E logo em seguida, passos descendo a escada. Olhei para lá, e vi Lolla, bocejando.
- Está falando com alguém Sam? - Ela me olhou, franzindo a testa. Neguei, rapidamente, e vi Kate sumindo.
- Meus país chegam hoje. Junto com a minha prima. - Ela disse, dando de ombros. Encostei no sofá, e disse:
- Há... Legal! - Lolla sorriu.
- Não se preocupe. Minha mãe já disse que você pode ficar. - Eu sorri, desânimada.
- Vem, vamos ver o que tem para comer. - Lolla disse, apontando para a cozinha, rindo.
****
Kate olhou pra mim, e perguntou:
- Porque mesmo que a Lolla não vai hoje para a escola?
-Os pais dela vão chegar. Bem...com uma prima. Ela tem que ajudar eles. - Eu expliquei. Ela acentiu, e perguntou:
- Como ela chama?
- Arya. - Respondi.
- How...nome bonito. - Ela disse, com a voz sem interesse.
Nós dobramos a rua. Kate do meu lado, arregalou os olhos, e emitiu uma exclamação de terror, evaporando pelo ar. Juntei as sobrancelhas, e olhei para os lados, tentando ver algo realmente assustador para fazer Kate sumir.
Não vi nada. Dei de ombros, e continuei andando. Mas então ouço uma voz atrás de mim.
- Samantha... Não comprimenta mais os amigos? - A voz perguntou. Gelei. Eu reconhecia bem aquela voz. Parei, como uma idiota, desejando sair correndo.
- O que você quer? - Eu perguntei, cerrando os punhos. Ouvi sua risada ecoar pela rua deserta.
- Se você apenas virar e me encarar de frente, seria bom. - Eu ouço ele dizer. Fechei os olhos, e contrai os lábios.
Me virei lentamente, e fechei a cara.
- É Samantha. Levo um tiro por sua causa, e você nem me agradece. - Logan disse, com um sorriso cínico, e ao mesmo tempo sexy nos lábios. Trinquei os dentes.
- Meu deus, como você é falso. Eu disse, olhando fundo nos olhos dele. - Ele balançou os ombros.
- Falso, só porque você me fez eu levar um tiro, me beijou, e no dia seguinte eu fingi não conhecer você? - Ele disse, me encarando maldosamente.
- E FINGIU SER UM GOSTOSÃO, QUE PEGA TODAS TAMBÉM? SIM, FALSO. - Eu disse, aumentando a voz, e sem querer, me auterando. Logan riu, e disse:
- Mulher com ciúme. Isso que dá. - Eu ergui a sobrancelha.
- Ciúme?! Eu?! De você?! Não, estou a um nível bem mais alto que isso. - Eu disse. Ele pareceu se ofender.
- Quem exatamente... Você pensa que é pra falar assim comigo? - Ele disse, tirando as mãos do bolso. Franzi a testa.
- Eu não sou ninguém importante. Muito menos você. Se pensa que eu estou me importante com você, está muito enganado. - Eu disse, violentamente, me virando, e andando pesadamente.
Ouvi a respiração acelerada dele chegar perto da minha nuca. E ele fez o que eu menos esperava.
Agarrou meu braço, e me virou, gritando:
- VOCÊ É MUITO ATREVIDA POR ISSO, SABIA? TALVEZ EU DEVESSE TE DAR UMA LIÇÃO, BÁSICA. - Eu encarei ele, com a sobrancelha erguida. Ele apertava meu braço, e me olhava furioso. Os dois olhos azuis insanos.
Empurrei ele, e disse:
- Você nunca mais. OUSE TOCAR EM MIM. - Ele me olhava, com uma expressão de ódio. Engoli em seco, e ele ficou me olhando.
Então aconteceu algo estranho.
Em uma fração de segundos, sua expressão mudou, para cansada. Ele franziu a testa, e levou a mão até a cabeça, balbuciando:
- S-sam...- Eu me esquivei, atônita. Mas um momento passou, e ele voltou com a expressão de ódio.
Engoli em seco, e ele passou por mim, empurrando meu ombro.
Fiquei parada por alguns minutos, tentando imaginar o que aconteceu ali.
Me virei lentamente, e comecei o rumo da escola de novo.
****
Entrei na escola. Eu ainda estava atônita com o que aconteceu. Era simplesmente... Confuso.
Suspirei, e vi Agatha encostada na parede, com o fone branco do celular saindo do bolso da jaqueta preta.
Ela me encarou, e depois sorriu, macabra. Se virou, subiu as escadas, e entrou no banheiro onde o deficiente tinha morrido.
Senti um caláfrio na espinha. Olhei para a minha sala. O professor já entrava. Os alunos também. Vi Logan entrar, e me olhar, coma feição de puro ódio.
Não pensei muito, e afastei uma mecha do meu cabelo, correndo para a escadinha, e empurrando a porta do banheiro.
Entrei, relutante. A porta se fechou atrás de mim. Estava tudo escuro. Eu não enchergava muita coisa.
Engoli em seco, e dei alguns passos.
- Agatha? - Chamei. Minha voz ecoando pelo banheiro. Os sons dos passos do salto da minha bota, fazia parecer que o chão era de vidro.
- Agatha, já vai começar a aula. - Eu disse. Nenhuma resposta.
Então eu senti alguém passar do meu lado. Gritei, e ouvi a voz:
- Eu cansei de saber porquê você vem atrás de mim. -Me virei, e perguntei:
- Agatha?
- Claro, tonta. - Ela disse, de mau humor. Endireitei as costas, e disse:
- Agatha, você... Percebeu algumas coisas estranhas acontecerem por ai? - Ela não respondeu imediatamente. Apenas fiquei ouvindo sua respiração.
- Eu percebo muitas coisas estranhas acontecerem. - Ela sussurou - Principalmente... Do seu lado. - Eu arregalei os olhos.
- Agatha, er...seria melhor agente ir para a sala. - Eu disse, querendo mudar de assunto. Eu ouvi ela parar, e provavelmente ficar na minha frente.
- Eu apenas queria que você parasse de se entrometer na minha vida. Não vou para a sala. Faço o que eu quiser da minha vida, sabia? - Ela disse. Engoli em seco, e fiquei parada. Senti ela passar rapidamente do meu lado, e abrir a porta do banheiro, logo após fechando.
Senti meu rosto queimar. Fiquei parada ali por alguns segundos. Depois me virei para a porta.
Em baixo dela, no único fecho de luz, eu consegui ver uma sombra.
E logo após disso, a fechadura girando.
Emiti uma exclamação de espanto, e corri para a porta, tentando abri-la. A sombra saiu.
Eu estava trancada ali.
Sozinha.
E foi só isso acontecer, que ouvi um barulho atrás de mim.
Um barulho de cadeiras de rodas.
E quem usava cadeiras de rodas?
Um deficiente.
E a Agatha disse que quem morreu ali?
Sim, um deficiente.
E agora eu estava sozinha ali.
Trancada.

















Tem alguém aí? - Volume 1 Where stories live. Discover now