Capítulo 3

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Lia


Enzo segurava a minha cintura firmemente com as suas mãos fortes. Ao primeiro, não correspondi ao seu beijo, devido ao choque que acabara de sentir, mas logo desisti e comecei a movimentar os meus lábios com os dele, encontrando rapidamente uma sintonia entre eles. Subi as minhas mãos pelas laterais do seu corpo e abracei o seu pescoço. Enzo envolveu a sua língua com a minha, como se fossemos iniciar alguma festa entre as duas. Desce as suas mãos para o meu rabo e aperta-o com força, fazendo-me dar um pequeno salto e embater contra o seu corpo. Eu considero-me alta, mas à beira de Enzo, eu era bem mais pequena.

Separamo-nos momentos depois, para ambos podermos respirar. Os meus olhos permaneceram fechados e as minhas mãos ao redor do seu pescoço, enquanto controlava, ou tentava controlar, a minha respiração ofegante.

- Abre os olhos, Lia. – Enzo sussurrou, não com aquele tom controlador, mas com um tom mais sensual.

Abri os meus olhos e encarei-o. Os seus olhos azuis estavam diferentes, tal como no momento em que íamos para o jantar e ele olhava para mim, enquanto eu descia as escadas ao seu encontro. Aquele azul dos seus olhos não estava tão claro, mas sim mais escuros, como sombras dentro dos mesmos. O que significa? Ele estava a sentir desejo? Por mim?

- És tão linda. – Sussurra, passando uma das suas mãos pelo meu pescoço. Aproximou o seu rosto do mesmo e começou a espalhar leves beijos pelo mesmo, fazendo com que a minha pele se arrepiasse. - E és toda minha. – Voltou a sussurrar, sentindo a sua respiração na pele sensível do meu pescoço. As suas palavras, por estranho que pareça, não me estavam a deixar desconfortável, mas sim bem desejada. Eu continuava estática, sem saber o que fazer.

- Preciso de dormir. – Sussurrei com um pouco de receio da sua reação - Por favor. – Finalizei. Eu não sabia o que aquilo poderia levar e por isso teria que manter o meu coração e a minha dignidade bem protegidos. Já sofri o bastante, não quero sofrer ainda mais.

Ele afastou o seu rosto do meu pescoço e encarou-me, sério. Afasta-se lentamente de mim, assentindo ao que eu acabara de lhe dizer e caminha até à porta do quarto. Instantaneamente, sinto a vergonha a subir-me à cabeça, assim que Enzo me olha através do seu ombro, e levo os meus braços ao meu peito, tentando tapar os meus seios.

- Boa Noite, Lia! – Murmura, enquanto segura a maçaneta da porta e a abre, saindo do meu quarto logo de seguida.

- Boa Noite, Enzo! – Sussurro, assim que a porta do meu quarto é fechada.


Vinte e cinco de novembro de 2015 - 08h04min


Sinto a luz do sol, que atravessa a janela do meu quarto, a bater-me nos olhos, e isso é suficiente para me despertar. Abro os meus olhos devagar, até eles se habituarem à claridade e deito-me de barriga para cima, encarando o teto do meu novo quarto. Olho para o lado e vejo no despertador, sobre a mesinha de cabeceira, que é perto das oito da manhã. Eu sempre fui de acordar cedo e, por isso, nem de despertador eu preciso, já é rotina acordar a estas horas.

Levo os meus dedos aos meus lábios, vindo-me memórias da noite passada. O beijo que ele me deu foi tão intenso e parece que ainda sinto os seus lábios em contacto com os meus. Nunca me beijaram como Enzo beijou-me ontem. Sinto uma necessidade de sentir, de novo, os seus lábios, mas sinto um grande medo em relação a isso. Ainda só o conheci há um dia e já nos beijamos. Tudo bem que somos "noivos", mas é tudo fachada.

O Meu GangsterWhere stories live. Discover now