Capítulo 14

21.5K 1.1K 219
                                    


Lia


- Enzo, eu nunca andei de avião! Eu tenho medo das alturas, eu não vou colocar lá os pés! - Resmungo olhando-o enquanto caminhavamos em direção ao grande balcão para fazer o check in.

- Lia, isso já te passa. Assim que estiveres lá dentro perdes o medo todo. Não vai acontecer nada demais. - Enzo fala já impaciente pois estive a chatia-lo durante toda a viagem de carro de casa até ao aeroporto.

- Nunca andei. É assustador. - Cruzo os meus braços em frente ao meu peito enquanto o olhava com os meus olhos semi-cerrados. Enzo pega nos nossos bilhetes que a mulher atrás do balcão lhe dera para a sua mão e puxa-me pelo braço para fora da fila. 

- Pois, nunca andaste, então não tens razão nenhuma para dizer que andar de avião se, com certeza, nunca viste um à tua frente. - Enzo caminha até à saida para a pista dos aviões. - Garanto-te que vais gostar tanto de andar de avião que depois não vais querer outra coisa.

- Só se eu for tolinha! . - Reclamo. - E se um pássaro se esbarra numa das turbinas? Como vai ser? - Questiono.

- Há mais turbinas, e além disso, não vai nenhum pássaro para as turbinas, por amor de Deus. - Enzo fala fazendo uma careta de indignação. 

- Nunca se sabe. - Resmungo baixinho revirando os meus olhos.

- Tu vês é filmes a mais estou a ver. 

- Não vejo não. Eu só digo a verdade. - Enzo ri baixinho. 

- Deixa de fazer birra e vamos se não ainda perdemos o voo, e podes crer que não irias querer perdê-lo. Vais amar a nossa lua-de-mel. - Enzo fala calmamente. - Podes sempre dormir durante a viagem e assim não me chateias mais com a conversa do pássaro na turbina. Acho que a direta que fizemos fez-te mal e te pôs de mau humor. 

- Não pôs não. Eu estou normal, só não gosto que me obriguem a fazer certas coisas. - Falo

- Então preferes ir a pé? - Enzo brinca. - Vai-te habituando. - Reviro os olhos. - Não me revires os olhos Lia. - Fala sério e eu sorrio de lado olhando-o com atenção.

- Vai-te habituando. - Murmurei e pisquei-lhe o olho.

Depois de a festa de casamento ter terminado perto das três e meia da manhã, eu e Enzo fizemos uma bela direta na nossa noite de núpcias. Foi muito romântica, fizemos bastante amor e tomamos banho pelo menos 2 vezes, com bastante espuma e aromas perfeitos. Mas pelas seis da manhã tivemos que nos levantar e prepararmo-nos para a viagem, a nossa sorte é que já nos tinham feito as malas.

Enzo ainda não me tinha dito onde iriamos passar a nossa lua de mel, e depois de tanto resmungar com ele por causa de termos que andar de avião, esqueci-me por completo de ler os placards com as informações dos voos.

- Para onde vamos viajar mesmo?

- Não viste nos placards? - Enzo murmura caminhando ao meu lado na direção do avião.

- Não. - Murmurei séria e só de olhar para aquele terrível e gigante avião até comecei a sentir as minhas pernas a tremer, as minhas mãos a soar forte e o meu coração a bater demasiado rápido. Parecia que estava a ter um ataque de pánico, se é que não estava mesmo a ter um.

- Então tens sorte porque não te vou dizer. - Enzo segura a minha mão fazendo-me acalmar rapidamente. - Vais descobrir em breve. 

Suspiro alto e aperto os nossos dedos entrelaçados agora uns nos outros. Acabo por deixar um leve sorriso escapar dos meus lábios ao sentir um beijo carinhoso de Enzo na minha bochecha e começamos a subir as escadas que dão aceso àquele monstro de avião.

O Meu GangsterWo Geschichten leben. Entdecke jetzt