Capítulo 35 [Parte 2]

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Vídeo/Música: Imagine Dragons - Not Today


Segunda parte, Amoras!

Boa leitura ♥




- Você já comeu alguma coisa esta manhã? – A farmacêutica fala, calmamente, enquanto passa a caixa dos comprimidos na máquina e olha para o ecrã do computador. – Tem que comer sempre alguma coisa antes de tomar um comprimido. – Continua e volta o seu olhar para mim.

Tinha chegado há cinco minutos à farmácia, e depois de esperar pela minha vez, acabei por ser atendida.

- Sim. Tomei o pequeno-almoço há vinte minutos. – Falo calmamente observando os seus movimentos.

Victor encontrava-se do lado de fora da farmácia à minha espera. Por vezes, até me sentia mal por fazê-lo passar por isto, ficando ali à seca. Ainda não entrava na minha cabeça de que ele é segurança e que gosta do que faz, até porque se fosse eu, eu não aguentava fazer sempre a mesma coisa. Quem tem paciência para ficar tanto tempo a tomar conta da segurança das pessoas, sempre a ver se algo está bem e ficar parado num sítio até outra ordem? Eu não.

E não só. Ficar sempre longe da família, vinte e quatro horas por dia, e só ter folgas muito raramente.

Será que Victor tem família?

Por momentos, viro o meu rosto, olhando sobre o meu ombro para o lado de fora da farmácia, através das grandes janelas da mesma. Victor continuava no mesmo sítio, só que desta vez com o telemóvel ao ouvido.

Será que falava com Enzo? Por quê que Enzo ainda não me ligou ou mandou alguma mensagem?

Volto a olhar em frente, observando a mulher de sorriso amigável à minha frente.

- Tudo bem. Mas volte a comer mais alguma coisa, por exemplo, umas bolachas, porque este remédio é forte e é eficaz para a enxaqueca. – Volto a observar a mulher amigável à minha frente  e presto atenção ao que ela diz. – Aqui tem. – Sorri um pouco e entrega-me a saca. Pago os medicamentos e pego na saca de papel.

- Obrigada! – Murmuro educadamente e saio da farmácia pouco tempo depois.

Parece que a dor de cabeça piorou. Olho para Victor, que caminha na minha direcção, calmo e determinado, já com o telemóvel guardado.

- Tudo bem, menina? – Murmura e estende a mão para mim, para lhe entregar a saca da farmácia.

- Sim, Victor. – Falo. – Deixa que eu levo a saca, não te preocupes. – Logo volta a abaixar a sua mão e assentir com a cabeça. – Será que podemos passar num supermercado? Sabes de algum aqui perto?

Victor olha-me sem qualquer emoção transparecida no seu olhar e volta a assentir.

- Tem um minimercado aqui perto. – Fala e olha em volta por momentos. – Cinco minutos a pé, mas se preferir podemos ir de carro. – A sua voz está calma, mas não parecia tão calmo como há 5 minutos atrás.

- Passa-se alguma coisa? – Franzo levemente o meu cenho. – Enzo ligou-te?

Ele respira fundo e volta a olhar-me.

- Não, menina. Enzo ainda não me ligou e nem atendeu o telemóvel. Talvez esteja em alguma consulta com o seu irmão e não possa atender. – Fala e assinto, achando estranho mesmo assim.

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