Capítulo 28

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Vídeo: Broods - Bridges




18 de março de 2016

18H00

Quase um mês depois de Enzo ter ligado aos meus pais biológicos e ter combinado com os mesmos que iríamos visitá-los, cá estou eu a entrar em um dos apartamentos de Enzo em Lisboa, capital de Portugal e que eu nunca tinha visitado, pelo menos que me lembre. O apartamento é moderno e tem dois andares. Vamos passar cá o fim de semana e antes de visitar os meus pais, combinámos que iríamos primeiro conhecer um pouco de Lisboa.

Olho através da enorme janela, do chão ao teto, que tem na sala de estar, a grande paisagem das ruas de Lisboa, já que estamos nos dois últimos andares do edifício. Tínhamos acabado de arrumar as malas no quarto em que iríamos dormir sexta e sábado, já que no domingo de tarde voltaríamos para o Porto.

Eu estava bem cansada devido à viagem de carro que fizemos, pelo menos 4 horas de estrada. Mas também começava a ficar com uma grande fome.

Caminho para a cozinha e abro alguns armários e o frigorífico para ver o que havia para comer. Sorri ao ver que havia bastante comida e principalmente os ingredientes que eu precisava para preparar o nosso jantar.

Coloco tudo o que é necessário sobre a banca de pedra preta – demorei bastante tempo para recordar os sítios onde cada ingrediente estava -, e vou para o nosso quarto. Retiro da minha mala uma roupa desportiva – umas leggings pretas e uma t-shirt de Enzo -, calço uns ténis e caminho até ao escritório onde Enzo estava.

Dou três batidas na porta preta e abro a mesma sem ouvir a resposta de lá de dentro.

- Hey. – Murmurei baixinho e fecho a porta atrás de mim. Observo calmamente Enzo enquanto o mesmo sorri para mim e conversa ao telemóvel, sentado na sua poltrona.

Caminho lentamente na sua direcção e sento-me sobre o seu colo e abraço o seu peito, coberto pela t-shirt branca. Pouso a minha cabeça sobre o seu ombro e espero até a ligação acabar.

- Olá linda. – Murmurou assim que pousou o seu iPhone preto sobre a secretária de vidro e beijou a minha testa.

Levantei a minha cabeça e olhei os seus olhos azuis.

- Estás muito ocupado? – Murmuro.

- Não, mas ia agora mandar vir alguma coisa para jantarmos. – Sorri e levantei-me do seu colo.

- Não precisas amor, nós hoje vamos cozinhar. – Pego na sua mão e puxo-o para mim fazendo-o levantar-se da poltrona.

- Nós? Eu não sei cozinhar... - Riu levemente ao ver o quanto eu estava decidida a levá-lo dali para fora. – E nem sabia que tu cozinhavas. – Sorriu, seguindo-me para a cozinha.

- Aprendes a cozinhar querido...

- Estás a utilizar a minha t-shirt? – Murmurou e ri levemente.

- Sim, nunca pensei que tivesses uma camisola dos Nirvana. Aliás... – Olhei-o por cima do meu ombro. - nunca pensei que gostasses de Nirvana.

- Afinal ainda temos bastantes coisas para conhecermos um do outro. – Murmurou calmamente enquanto entrávamos na divisão da cozinha. Enzo observa a banca já toda preparada. – O que vamos cozinhar? - Sorri.

- Gostas de comida vegetariana? – Murmuro enquanto pego num avental.

- Gosto. – Encosta-se na banca da cozinha e olha para os meus movimentos enquanto me aproximo de si. – O que vais fazer com isso? – Arqueia a sobrancelha para mim.

- Os cozinheiros têm que utilizar a farda da cozinha. – Pisquei-lhe o olho e coloquei o avental nele. – Que fofo. – Ri levemente pois tinha uma frase estampada no tecido: " Só sei fritar ovo, não insista ".

- Fica-me mesmo bem. – Riu levemente e eu peguei no meu e coloquei-o. Ele olhou para mim e riu mais ainda pois dizia: " Nascida para cozinhar, forçada a cozinhar ". – Bem, esse está totalmente certo. – Sorriu.

- Pois... tu não sabes nem fritar um ovo. – Ri com ele e beijo-lhe o queixo. – Vamos ao trabalho!

A preparação da Salada Arco-Íris quase foi um desastre, pois Enzo nem cortar os legumes sabia e não sabia sequer que tinha que ter cuidado a cortar a cebola, ou seja, começou a desesperar a dizer que ia ficar cego e mais um monte de porcaria.

Ao mesmo tempo que aquilo me meteu piada, também fiquei preocupada porque ele insistia em esfregar os olhos com as mãos que tinham pegado na cebola anteriormente, e aquilo só piorava a sua situação, fazendo-o chorar e arder mais os olhos. Quase o arrastei até à pia e coloquei água nos seus olhos com cuidado. Depois que ficou bom, logo desatei a rir. O coitado parecia um menininho depois de ter raspado os joelhos.

- Eu pensei que soubesses que tens que ter cuidado com uma cebola Enzo. – Falo entre risos enquanto o abraço carinhosamente. Claro que ele largou alguns palavrões fazendo-me rir um pouco mais.

Logo voltamos a fazer a salada mais simples do mundo – mas que naquele momento parecia a mais difícil de todas - , e que ficou com um óptimo aspeto. Nós já tínhamos feito uma lasanha um dia, e apesar da guerra de carne que houve na altura, nada se compara ao que aconteceu na preparação deste jantar.

Colocámos uma taça de salada e um copo de sumo de laranja natural para cada um na mesa e logo começamos a comer calmamente.

- Nunca pensei que viesse a ser um bom cozinheiro. – Enzo murmurou enquanto lavávamos a louça, eu esfregava e ele passava por água. – Nem que viesse algum dia a lavar a louça.

Ri levemente enquanto lhe passava o último prato.

- Bom cozinheiro? – Ri levemente lavando a banca. – Parecias um menino a chorar por causa de uma cebola. –Ri acabando de limpar a cozinha.

- Estás a fazer troça de mim mais uma vez? – Murmurou com um sorriso safado nos lábios enquanto retirava o seu avental.

- Eu? Não... - Ironizei enquanto retirava o meu avental e o guardava numa das gavetas.

As suas mãos fortes apertam a minha cintura e pernas, e elevam-me no ar.

- Enzo! – Dou um pequeno grito enquanto o mesmo me coloca sobre o seu ombro, como se eu fosse um saco de batatas.

- Shiu. – Sinto a sua palmada no meu rabo e ri. Dou-lhe também uma palmada no rabo enquanto Enzo me leva para um lugar qualquer do seu apartamento.

- Hm! Que rabinho gostoso! – Murmurei rindo e ferro-lhe a nádega levemente.

- Tu acabaste de me ferrar no rabo? – Murmurou.

- Estamos quites menino Dominick! – Ri.

O Meu GangsterWhere stories live. Discover now