Capítulo 30 - Enzo

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Música/Vídeo:

Arctic Monkeys - I Wanna Be Yours 


Olá minhas amoras!! 

Como já não publicava um capítulo há algum tempo, pois não tive oportunidade, hoje publiquei um e mais um bónus que criei com muito carinho.

Não estava nos meus planos criar mais um capítulo para o Enzo, mas eu quero agradecer-vos por tudo o que estão a fazer por mim. Pela vossa espera e por nunca desistirem da história. 

Amo-vos a todas/os e desejo-vos um bom fim de semana!!!! 

Beijão.

Toda a minha vida tinha sido um caminho bastante complicado de ultrapassar.

Aos 10 anos presenciei a morte da minha mãe pelas próprias mãos do meu pai. Odiei-o desde que ele colocou os seus olhos azuis em mim assim que dei um grito de choro e comecei a gritar com ele, para se afastar da minha mãe. Ele segurou-me e abraçou-me dizendo que estava tudo bem e que me amava. Que a minha mãe era uma má pessoa e que mereceu o que ele lhe tinha acabado de fazer. Mas não merecia. Mesmo sabendo agora que ela lhe tinha traído com o seu pior inimigo, a morte não é solução para ninguém.

Passei a minha adolescência continuando a odiá-lo pelo ato que tinha cometido. Iria passar a sua vida atrás das grades e eu prometera a mim mesmo que nunca o iria visitar, apesar de Philipe, um amigo de confiança de meu pai e que tomou conta de mim, ter-me avisado que seria bom perdoar o meu pai e não guardar rancor do mesmo. Mas para um rapaz de 15 anos isso está totalmente fora de questão. Todos os dias tinha uma sessão com o meu psicólogo, após 4 tentativas falhadas com os outros psicólogos, e só no momento em que eu entrava dentro da sua sala é que eu tinha um pouco de paz na minha vida, pois sabia que podia desabafar, que o Dr. Giovanni estava lá para me ajudar a superar aquela fase da minha vida, aquela depressão que me deixava cada vez mais louco e mais cansado de viver.

Eu era um excelente aluno, tirava várias vezes a nota máxima a todas as disciplinas. Mas, não tinha jeito nenhum para fazer amizades. Aliás, era muito raro eu meter conversa com alguém e além disso, muitos tinham medo de me falar, porque eu sempre fui muito mas muito rico e havia rumores sobre a causa de o meu pai estar na prisão, a cumprir uma pena pela morte da minha mãe.

Com 16 anos, Philipe contou-me tudo sobre o império do meu pai e o que eu teria que fazer para conseguir entrar no comando do Estado da Direita. E foi aí que ouvi pela primeira vez o nome da Lia a ser referido. Foi com 16 anos que viajei para Portugal pela primeira vez e que a vi quando ela tinha apenas 4 anos de idade.

Era uma menina linda com os cabelos longos encaracolados tão loiros e uns olhos azuis tão brilhantes. Uma menina que se ria bastante e raramente fazia uma birra. Passei 2 dias na casa dos seus pais, o tempo suficiente para saber que Lia merecia ser feliz da forma normal, e não ter a sua vida comprometida a mim. Era injusto ela ter já o seu futuro traçado, mas também era injusto eu querer que isso acontecesse. Senti-me um pedófilo nos dias seguintes, por gostar da ideia de que teria uma mulher linda comigo. Mas, com os anos a passarem, eu arrependi-me logo desses meus pensamentos. Eu já era poderoso e não necessitava de me casar para chegar onde eu queria.

Eu já tinha tanto dinheiro na minha conta bancária que não necessitava sequer de trabalhar. E ainda odiava o meu pai.

Com 18 anos eu já tinha recuperado o suficiente da minha depressão, mas ainda era difícil saber que o meu próprio pai matou a mina mãe, e nunca ninguém me tivera dito o seu motivo.

O Meu GangsterWhere stories live. Discover now