Capítulo 11

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Acordei na minha cama e nem sei como vim parar aqui.Estico meus braços e esbarro em algo.Me viro de lado e vejo Mateus dormindo.Minha cabeça está um pouco dolorida,meu pai por um lado tinha razão ao dizer para mim não beber mais.

Me levanto da cama e caminho até o meu banheiro.Tiro meu vestido,o mesmo de ontem e entro em baixo do chuveiro,deixando a água percorrer cada partezinha do meu corpo.Sinto-me relaxar aos poucos e saio do chuveiro.Enrolo uma toalha em meu corpo e outra no cabelo e saio do banheiro.Vou até o meu armário e pego uma calça jeans e uma regata que fica um tanto grudada em meu corpo.Volto para o banheiro me vestir,enquanto Mateus ainda dorme.

-Hora de acordar,preguiçoso!-grito e me jogo em cima do meu amigo.

-Isso é jeito de acordar visitas?-Mateus resmunga.

-Tu não é visita,já é de casa.-falo saindo de cima dele e ajeitando minha roupa.-Agora levanta,Mateus.Sério,quero que tu me leve a um lugar aí.

-Que lugar é esse?-Mateus se senta na cama.

-Ah,tipo ali na comunidade da Rocinha.-coço a cabeça.

-Tá maluca!Nem a pau que te levo lá.-Mateus praticamente grita.

-Eu preciso ir lá,cara.Tenho que resolver uma parada super importante.-falo de um modo que possa convence-lo.

-Que parada,Lana?Se tu aparecer lá,tu morre velho.-Mateus gesticula com as mãos.

-Teus,se eu não levar uma grana pro Vitinho,eu não sei o que ele pode fazer com o Fabrício.-falo um pouco aflita.

-Ah,tinha que ser,né?-Mateus bufa.Ele e Fabrício nunca se deram bem,desde criança se atracavam em brigas.-O que é que esse cara fez agora em?Puta que pariu ele só te coloca em perigo,já notou isso?-Mateus me encara.-Eu não vou te levar lá.Não vou deixar que aconteça alguma coisa com tu,por causa desse cara babaca,que é teu primo.

-Por favor Mateus me leva?-junto as mãos e o encaro.-Prometo que não te peço mais nada,se tu me levar lá agora.

-Alana,teu pai nem tá aqui e se acontecer alguma coisa contigo velho,eu sou um cara morto.-Mateus suspira.

-Não vai acontecer nada comigo.-falo.-E nem contigo,pode confiar.

-Puta que pariu cara,eu não vou te levar.-Mateus se joga na minha cama.

-Tá bom então.Eu vou sozinha.-digo e caminha em direção a porta.

-Num vai sozinha não!Eu te levo,vai.-Mateus grita assim que giro a maçaneta.Sorrio ainda de costa para ele.

-Então vai tomar um banho,porque tu ta fedendo a bebida.-digo para ele.

-Tu é folgada em princesinha.-meu amigo ri.-Mais vou lá pra casa,tomo e um banho e daqui vinte minutos passo pra te pegar.

-Nem pensar!-grito parada perto da porta,impedindo sua passagem.-Tu vai banho aqui.Eu não vou correr o risco de tu mudar de ideia.

-Eu não tenho roupa aqui,Alana.-Mateus diz como se fosse o óbvio.

-Ali naquela parte do meu armário tem roupas do Fabrício,tu pode pegar algumas emprestadas.-aponto para o meu armário.

-Nem de graça eu uso a roupa daquele filho da puta.-Mateus revira os olhos.

-Aff mais é chato em.-bufo.-E a roupa do meu pai,tu usa?

-Ah,a roupa do 'dono do morro' é lógico que eu uso,né?-Mateus ri.

-Então vai logo tomar banho,que eu vou buscar as roupas.-empurro ele para dentro do banheiro e sigo para o quarto dos meus pais.

O quarto está totalmente do jeitinho que eu e minha mãe deixamos ontem,a caixa do vestido em cima da cama e algumas maquiagens espalhadas na penteadeira da minha mãe.Sigo até o armário e abro na parte do meu pai.O cheiro do seu perfume favorito invade minhas narinas.Percorro com minhas mãos por entre suas camisas e pego uma qualquer da Quiksilver,em seguida pego uma bermuda e saio do quarto com as roupas nas mãos.

Entro no meu quarto e Mateus ainda está com o chuveiro ligado.Bato na porta várias vezes,até que ele abre e com a metade do corpo escondido atrás da porta,eu pega as roupas do meu pai que lhe entrega e fecha a porta.

Depois de cinco minutos,Mateus abre a porta do banheiro e sai do mesmo enxugando o cabelo com a toalha.

-Vamos?Já perdemos tempo demais.-falo me levantando da cama,onde estava sentada esperando pelo meu amigo.

-Calma,ainda tenho que colocar o tênis.-Mateus diz se sentando na cama e calçando seus pares de tênis.

Vou até meu armário,pego uma mochila preta e um moletom com gorro.Não posso mostrar minha identidade logo de cara assim que chegar na comunidade inimiga.

-Pronto.-Mateus diz se ajeitando já de pé.

-Bora.-digo saindo do quarto.

-Não vai levar tua arma?-Mateus pergunta parado na porta do meu quarto.

-Eu vou em paz só levar uma grana.-falo levantando os braços para cima em forma de rendição.

-Não acha que vamos correr perigo demais sem munição alguma?-Mateus parece apreensivo.

-Relaxa,Teus.-o puxo pela mão.

Mateus e eu,descemos as escadas apresadamente.Vou até nosso esconderijo na escada,e abro a portinha.Pula para dentro do lugar rapidamente e caminho até o cofre.Coloco a senha do mesmo,que se abre e pego uma boa grana.Meu pai não pode nem desconfiar disso.Jogo todo o dinheiro para dentro da mochila e saio do esconderijo fechando perfeitamente a portinha.

-Então lá vamos nós diretamente para a toca do inimigo.-Mateus diz enquanto colocamos o capacete.Não me aguento e rio.

Subo na moto assim que Mateus sobe,e em seguida meu amigo dá partida em direção,como ele mesmo disse,para a toca do inimigo.

A Dama & O Vagabundo Vol.2Where stories live. Discover now